Trump X Kamala: saiba como ganhar dinheiro

29/07/2024 às 10:12

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Segunda

Jul

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Trump X Kamala: saiba como ganhar dinheiro, vença quem vencer nos EUA

Boa parte do futuro da economia mundial será definido nos pouco mais de três meses que nos separam das eleições nos Estados Unidos. Ou seja, volte o republicano Donald Trump (derrotado em primeira tentativa de reeleição em 2020) ou vença a democrata Kamala Harris (atual vice-presidente, provável candidata), seus investimentos terão caminhos diferentes a percorrer na tentativa de se multiplicarem.

Favorito nas casas de apostas, e líder nas pesquisas ao menos até Joe Biden tirar o time de campo, Trump é visto, hoje, como sinônimo de mais juros ao longo dos anos.

Em sua retórica, estão promessas no sentido contrário. No entanto, há uma grande distância entre a teoria e a prática. De concreto, o que se tem até aqui são planos de aumento de tarifas de importação, com impacto inflacionário óbvio. Outro foco de aumento de preços, via salários, seriam deportações em massa, reduzindo a já escassa mão de obra disponível nos Estados Unidos. Além disso, os cortes de impostos previstos pelo ex-presidente tendem a aumentar o rombo fiscal americano ao longo do tempo, fazendo investidores exigirem mais juros em troca de financiar a Casa Branca.

Eles têm risco fiscal

E se haverá contágio da inflação americana, também mais juros tendem a ser necessários no Brasil em eventual vitória de Trump. Nesse cenário, portanto, ainda que a inflação brasileira esteja colaborando no retrovisor, a Selic pode encontrar obstáculos para cair. Algo, aliás, semelhante ao que já tem acontecido sob incertezas sobre quando as taxas americanas vão começar a cair.

Nesse sentido, a situação fiscal americana pode acabar se sobrepondo à brasileira. Digamos que, nos próximos meses, o governo brasileira ofereça maior segurança a investidores do que tem provido. Se lá nos Estados Unidos o cenário for de deterioração, “babau” queda de juros.

E, sob Trump, expectativa é elevação da dívida pública americana acima do que poderia acontecer com um adversário democrata.

Na comparação entre os presidentes desde 2001, ele foi o que mais desequilibrou a balança de gastos e arrecadação. A dívida que já ultrapassa os 100% do PIB do país, também pode reforçar uma alta de taxas.

Com a ameaça de aumento dos juros, Andrade destaca que a a renda fixa ainda oferece o melhor risco-retorno, tanto no Brasil como ao investir lá fora. Por ora, ativos de risco como a bolsa ficam de fora das recomendações dele.

A vitória de Trump, que tem um discurso (e teve um governo) protecionista, também favorece o dólar. Portanto, a segunda dica do especialista é manter uma parte da carteira dolarizada. Isso quer dizer: investir na renda fixa americana ou buscar ações lá fora que tenham potencial de ganhos. Dessa forma, o investidor brasileiro pode se proteger de uma desvalorização brusca do real.

E o exterior, boa ou má pedida sob Trump?

Para Alexandre Mathias, economista e estrategista-chefe da Monte Bravo, ponto para empresas de bolsa ligadas a armamento e gastos militares, além de farmacêuticas. “Também se fortaleceria o setor de exploração de petróleo com menor ênfase nas políticas ambientais“, afirma.

Apesar do cenário pró-juros, portanto, a bolsa americana não deve ser descartada, mas repensada. Se agora têm brilhado companhias de tecnologia, sob Trump faria sentido rotacionar para a chamada “velha economia”. Ainda na renda variável, criptomoedas poderão se valorizar ainda mais com a vitória de Trump. Logo após o atentando, quando as chances de ser eleito cresceram, o bitcoin teve valorização de 10%.

Trump é reconhecidamente pró-cripto e até confirmou presença na Bitcoin Conference, que acontecerá entre os dias 25 a 27 deste mês, em Nashville, no Estado americano do Tennessee.

O republicano anunciou ainda o senador J.D. Vance como vice na sua chapa. O congressista investidor de criptoativos tem atuado diretamente na elaboração de uma legislação que favoreça a adoção das criptos nos Estados Unidos.

E se Kamala Harris vencer?

A corrida eleitoral está longe de terminar (novembro), mas já trouxe uma série de reviravoltas. Não bastando a tentativa frustrada de assassinar Trump, que parece aumentar seu favoritismo, tivemos a desistência de Biden. Foi reacendida, dessa forma, a esperança entre os democratas, para quem a disputa já parecia perdida. Em lugar, deve assumir a candidatura oficialmente em agosto Kamala Harris.

Trump, hoje, faz o mercado tremer mais nas bases. E não só por suas promessas já conhecidas, listadas aqui, e sua conhecida imprevisibilidade. Mas também porque uma vitória democrata, goste-se ou não, tenderia a ser uma continuidade do governo Biden.

Resumindo a ópera

Muitas águas ainda vão rolar daqui até novembro, mas alguns conceitos já podem ser incorporados pelos investidores. Por um lado, Trump é mais protecionista e tende a valorizar o dólar. Por outro, Kamala é mais liberal e tende a favorecer moedas emergentes. Trump, portanto, tem potencial maior que o de Kamala de produzir e exportar inflação e juros altos.

Confira a reportagem na íntegra publicada no Valor Investe: ler aqui.

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