Em um ano em que o setor agropecuário mostra perda de força como motor do crescimento econômico — como ocorreu em 2023 — o setor de serviços dá sinais de fôlego e de que deve puxar o avanço do PIB neste ano.
Em janeiro, o volume de serviços prestados avançou acima da estimativa do mercado, chegando ao terceiro mês consecutivo, impulsionado especialmente pelo aumento da atividade em cinemas e plataformas de streaming durante o período de férias.
Este desempenho demonstra o papel crucial deste setor na retomada econômico.
“Em contraste com o ano passado, onde o crescimento estava concentrado no setor externo e na agricultura, setores que demandam menos emprego, agora vemos um crescimento mais voltado para o mercado interno.
Isso significa mais empregos, mais renda disponível e, provavelmente, um aumento no consumo, além de um aumento nos investimentos das empresas ao longo do ano”, diz Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.
Neste ano, diversos fatores impulsionou o crescimento do setor de serviços. O mercado de trabalho aquecido e a inflação controlada têm criado um ambiente favorável para o consumo.
Projeções econômicas
As projeções econômicas apontam para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,2%. “Provavelmente a demanda doméstica impulsionará o crescimento deste ano, que é exatamente o consumo e os investimentos”, diz Costa, da Monte Bravo Corretora.
Contudo, segundo o especialista, os efeitos dos cortes de juros realizados pelo Banco Central ainda não foram totalmente sentidos na economia. Então, é provável que continuaremos vendo reduções adicionais, o que pode estimular ainda mais o consumo.
“Podemos esperar um crescimento do PIB maior que as projeções de 2,2%”, diz. No entanto, a estabilidade na expansão dos serviços, aliada ao crescimento da indústria, à recuperação dos investimentos produtivos, será fundamental para alcançar, ou até mesmo ultrapassar, essa meta.
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José Luciano da Silva Costa é economista-chefe e sócio da Monte Bravo. Formado em economia pela FEA-USP e com mestrado em economia pela FGV-SP. Durante sua carreira se especializou em política monetária, modelagem econométrica e a cobertura de economia local e global. Com experiência de mais de 20 anos foi Gerente Executivo de Renda Fixa e Macroeconomia da Fundação Petrobras de Seguridade Social (PETROS). Anteriormente, foi economista sênior e economista-chefe na Bradesco Asset Management, Itaú Asset Management e Unibanco Asset Management. Também trabalhou como economista pleno no Banco Itaú e no ABN AMRO Bank.