Seguro de atletas da NFL: Como as franquias protegem seus “investimentos” - Monte Bravo

Seguro de atletas da NFL: Como as franquias protegem seus “investimentos”

02/12/2024 às 18:09

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Segunda

Dez

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Seguro de atletas da NFL: Como as franquias protegem seus “investimentos”

Lesão do quarterback Aaron Rodgers, do New York Jets, revela modelo de proteção que pode servir de inspiração para o mercado brasileiro

Marina Gonçalves, advogada e Head de Health Planning da Monte Bravo

Em um esporte onde o contato físico é intenso, como no futebol americano – onde a NFL movimenta bilhões de dólares em receitas –, não são raras as lesões de atletas profissionais e, consequentemente, os prejuízos em campo e nas finanças das franquias.

Só para citar alguns exemplos recentes: o quarterback Dak Prescott, do Dallas Cowboys, machucou a coxa no início de novembro, e Jordan Love, do Green Bay Packers, outro quarterback, sofreu uma entorse em partida realizada em setembro deste ano no Brasil. Uma mais antiga, porém notável, foi a lesão do quarterback Aaron Rodgers, estrela do New York Jets, na abertura da temporada de 2023 da NFL.

O que todas elas têm em comum? A importância das apólices de seguro para clubes esportivos, que enfrentam riscos financeiros associados à performance de seus atletas. A falta de uma cobertura adequada resultou em um impacto financeiro significativo para os Jets, por exemplo, que não contavam com compensação para um de seus maiores investimentos.

Franquias de elite, como Philadelphia Eagles e San Francisco 49ers, têm adotado essas apólices (contrato de seguro) não para beneficiar diretamente os atletas, mas para proteger suas finanças. O clube é o beneficiário, garantindo que o jogador receba integralmente seu salário em caso de lesão.

Conhecidas como “apólices de desempenho”, essas coberturas reembolsam parte do salário do jogador quando ele se afasta por lesão. Dessa forma, os times conseguem equilibrar seus orçamentos e manter a competitividade, mesmo diante de adversidades, explicam Marina Gonçalves, a head de Wealth Planning da corretora Monte Bravo, e Fernando Mantellatto, gerente de contas da seguradora MAG.

Iniciativas como a da XP de trazer Tom Brady à Expert no ano passado reforçam o potencial do futebol americano como referência internacional em investimentos em atletas de elite, abrindo portas para um mercado ainda pouco explorado: o de seguros esportivos no Brasil.

Como funcionam os seguros esportivos aqui hoje?

Segundo os especialistas, a Lei Pelé, nº 9.615 de 1998, já traz uma obrigatoriedade no país para o seguro de vida e acidentes pessoais para atletas profissionais, garantindo que suas lesões ou incapacidades temporárias sejam cobertas, com indenizações mínimas que correspondem ao valor anual de sua remuneração.

De acordo com a lei, a entidade esportiva é responsável pela contratação do seguro para o atleta, com cobertura de lesões ou danos que possam limitar parcial ou permanentemente o exercício de sua profissão.

A obrigatoriedade, contudo, se aplica exclusivamente ao futebol, deixando de fora esportes de contato com riscos equivalentes, como o MMA, e esportes radicais, criando um ambiente em que atletas de alto rendimento fiquem “desprotegidos”.

A extensão desse tipo de seguro para outras modalidades, portanto, representa um avanço necessário para ampliar a proteção de atletas de elite, com coberturas que vão além do seguro de vida e acidentes, incluindo apólices de desempenho – como as utilizadas na NFL.

Nos Estados Unidos, as franquias da NFL possuem uma linha de defesa financeira que visa proteger o orçamento de futuras contratações e manter a competitividade, contam os especialistas. Com um teto de gastos rígido, qualquer ressarcimento financeiro possibilita uma gestão de riscos mais eficiente, permitindo a recontratação ou reposição de atletas sem comprometer a estabilidade financeira.

Tanto Gonçalves quanto Mantellato observam que, no Brasil, clubes de futebol, academias de lutas e associações de MMA poderiam se beneficiar de apólices semelhantes, especialmente com o aumento dos valores de patrocínio e em situações de ausência prolongada dos atletas, já que a falta de proteção financeira pode comprometer severamente o planejamento de um clube, considerando o alto custo de manter jogadores de elite.

O caso de Aaron Rodgers e a experiência de franquias da NFL revelam um modelo de proteção estratégica que pode servir de inspiração para o mercado de seguros no Brasil.

Veja abaixo as coberturas e os valores dos seguros contratados de alguns atletas da NFL:

Fonte: ESPN/EUA, a partir de dados de apólices de seguro obtidos dos contratos dos jogadores

Matéria publicado no InfoMoney

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