Queda da inflação, economia aquecida e cortes nos juros formam o cenário perfeito para aumentar o risco na renda fixa
Atenção, portfólios internacionais: chegou o momento de aumentar o risco das carteiras, começando pela renda fixa global. Essa é a recomendação da gestora internacional Janus Henderson, para quem a política monetária nos Estados Unidos tem sido eficaz e o cenário está mais favorável para ativos arriscados, como os títulos soberanos de maior prazo e créditos corporativos.
“A montanha-russa que caracterizou os mercados globais de títulos desde a reabertura pós-pandemia pode chegar ao fim em breve. Isso deve incentivar quem possui grandes quantidades de dinheiro em espera a aumentar suas alocações em ativos mais arriscados. Tipicamente, a primeira parada nessa realocação são os setores mais seguros do mercado, incluindo títulos soberanos e corporativos de alta qualidade” diz o gestor de portfólio da Janus Henderson, Daniel Siluk.
Treasuries mais longos
Jim Cielinski, chefe global de renda fixa da Janus Henderson, afirma que o primeiro aumento mais modesto a risco pode se dar no alongamento dos vencimentos dos títulos soberanos dos Estados Unidos (Treasuries). Segundo ele, muitos investidores não têm exposição a diferentes prazos, pois optaram por se concentrar em money market funds (fundos de curto prazo que remuneram de acordo com os juros federais), o que significa que terão pouca exposição ao potencial de ganhos caso as taxas diminuam.
“Esses investidores não precisam fazer muito para aumentar o risco em taxa de juros. Concentrar-se em emissões mais longas é válido, dada a visão consensual de que o próximo movimento nas taxas de juros nos EUA e na maioria dos outros principais mercados é de queda”, diz Cielinski.
Em portfólio de alocação internacional em fundos, o Inter apresenta uma exposição de 18% no ETF iShares 7-10 Year Treasury Bond (IEF), mesma exposição recomendada pela gestora Monte Bravo, em sua carta de abril.
“A estrutura das expectativas está alinhada à postura do Fed, de modo que antevemos menor volatilidade nas Treasuries. A taxa dos títulos de 10 anos deve oscilar entre 4,0% e 4,25% nas próximas semanas e cair para a faixa de 3,75% a 4,0% ao longo do segundo trimestre”, diz a Monte Bravo em relatório.
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