PIB: o que podemos esperar do BC?

09/09/2024 às 13:41

09

Segunda

Set

2 minutos de leitura
Compartilhar
PIB: o que podemos esperar do BC?

O crescimento surpreendente do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no último trimestre trouxe à tona uma série de questionamentos sobre os próximos passos do Banco Central em relação à política monetária.

Em participação ao programa BM&C News, Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, destacou que o crescimento de 1,4% na margem, que se aproxima de uma taxa anualizada de 5%, está bem acima do esperado, o que pode gerar novas pressões inflacionárias no curto prazo.

Segundo Costa, esse crescimento, impulsionado por uma demanda doméstica aquecida, está fazendo o mercado rever suas expectativas quanto à trajetória da taxa Selic. “A economia brasileira está operando acima do seu potencial, o que pode forçar o Banco Central a recalibrar a alta dos juros na próxima reunião de setembro. Inicialmente, esperávamos uma alta de 100 pontos-base, mas agora, com esses novos dados, esse aumento pode ser ainda maior”, analisou o economista.

Além disso, o desempenho positivo de setores como consumo e construção civil, aliado ao aumento na massa salarial e na transferência de renda, sugere que as empresas podem revisar para cima suas expectativas de lucro, o que pode impulsionar o mercado de ações. “Apesar de um possível aumento da Selic, a credibilidade reforçada do Banco Central pode atrair mais fluxos de capital, beneficiando o mercado de ações”, afirmou Costa.

No entanto, Costa alertou para os riscos associados à comunicação do Banco Central, que tem mostrado sinais contraditórios nos últimos tempos. Enquanto Gabriel Galípolo adota um tom mais rígido, Roberto Campos Neto tem dado declarações mais cautelosas, criando um ruído que pode complicar a precificação dos ativos. “Se o Banco Central não agir conforme o esperado, podemos ver um aumento no prêmio de risco e uma instabilidade maior na curva de juros”, alertou.

Para o economista, a decisão do Banco Central será crucial não apenas para controlar a inflação, mas também para manter a confiança do mercado na política econômica do país. Com o resultado do PIB, todos os olhos estarão voltados para a próxima reunião do Copom, que pode definir o rumo da economia brasileira nos próximos meses.

Luciano Costa encerrou a entrevista ressaltando que, apesar dos desafios, o cenário atual ainda oferece oportunidades para investidores atentos às movimentações do Banco Central e ao desempenho dos setores mais sensíveis à demanda doméstica.

Assista à entrevista:

Reportagem publicada na BMC&News.

Artigos Relacionados

  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 17:32

    Sala de Imprensa

    Dólar: saiba como as tarifas dos EUA podem impactar a cotação

    O dólar gira atualmente em torno de R$ 5,70. Para entender se esse valor será uma tendência, ou se há chances de alteração do cenário com a guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma possível trégua na guerra da Ucrânia, o Diário do Comércio procurou especialistas para analisar a evolução e …

    Continue lendo
  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 17:01

    Sala de Imprensa

    Entrada de capital externo na B3 é a maior em 3 anos e mercado espera mais

    Com ingresso de quase US$ 12 bilhões na contagem preliminar entre janeiro e março, o mercado acionário brasileiro vai chegando ao final do primeiro trimestre de 2025 com a melhor marca para o período dos últimos três anos. E os analistas ouvidos pelo Broadcast afirmam que há motivos para crer que o Brasil continuará a …

    Continue lendo
  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 16:35

    Sala de Imprensa

    Brasil ainda está próximo do pleno emprego, diz Luciano Costa

    VEJA Mercado: desemprego ficou em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, alta em relação ao trimestre anterior A taxa de desemprego foi de 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, 28. O resultado é 0,7 ponto percentual maior que os …

    Continue lendo