Monte Bravo vê Selic em 14,75% em maio de 2025 e IPCA de 5,2% no fim do ano que vem e 3,7% em 2026

19/12/2024 às 17:44

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Dez

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Por Maria Regina Silva
São Paulo, 18/12/2024 – A Monte Bravo divulgou hoje suas novas projeções para as principais variáveis macroeconômicas do Brasil. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do ano que vem avançou de 4,7% para 5,2%, bem acima do teto da meta, de 4,50%. Para 2026 a expectativa subiu de 3,3% para 3,7%.

A alta nas projeções reflete a disparada do dólar em uma economia ainda aquecida e com expectativas de inflação desancoradas, explica em relatório. Este ambiente, segundo a corretora, exige um ajuste mais rápido e prolongado da taxa Selic.

Na visão da Monte Bravo, o Banco Central deve elevar o juro básico em 100 pontos base nas próximas reuniões e encerrar o ciclo com uma alta de 0,50 ponto, em maio de 2025, com a taxa Selic em 14,75% ao ano. A estimativa anterior era de 13,25%. “O novo Cenário Base – agora com 60% de probabilidade – tem mais inflação, mais juros e menos crescimento”, afirma o relatório assinado por Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo.

Em relação ao câmbio, a corretora estima taxa em R$ 5,90 no fechamento de 2024. A partir daí, acredita que a divisa em relação ao real seguirá pressionada pela inflação, devendo fechar em R$ 6,10 e R$ 6,20 em 2025 e 2026, respectivamente.

De acordo com a corretora, a perda de credibilidade da âncora fiscal implica numa deterioração significativa dos cenários para 2025 e 2026 e recomenda uma abordagem muito mais cautelosa na condução dos investimentos. Como pontua, o Brasil tem uma dívida cara, cada vez mais curta e que cresce em ritmo assustador.

Segundo a Monte Bravo, ela constitui o principal vetor de risco da economia, pois traz o tema da dominância fiscal à tona. Lembra que a longa espera pelo pacote fiscal terminou em decepção, com medidas desidratadas e insuficientes para restabelecer a credibilidade da âncora fiscal.

Em um cenário pessimista, a Monte Bravo considera que a dinâmica é similar à da fase terminal do governo de Dilma Rousseff. Nesse cenário, a tentativa de impulsionar a economia pelo gasto levaria o dólar a R$ 7,00, o IPCA para 7% e o PIB para 1%, com a dívida subindo para 93% do PIB, gerando um quadro de dominância fiscal e crise econômica. “É do interesse de todos evitar esse desfecho horrendo, afinal só em 2028 a renda per capita retornará ao nível de 2013”, prevê.

Notícia produzida pelo Broadcast.

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