Monte Bravo e Trafalgar se unem em gestão de riqueza

25/10/2024 às 15:43

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Com a transação, a Monte Bravo adiciona cerca de R$ 7 bilhões em ativos de clientes, chegando a R$ 47 bilhões no total

Monte Bravo e Trafalgar se unem em gestão de riqueza

A Monte Bravo Corretora selou um acordo com a Trafalgar Investimentos para combinar os negócios de gestão de recursos e de patrimônio debaixo da estrutura da Kilima, que agrega essas atividades no grupo financeiro. Com a transação, a Monte Bravo adiciona cerca de R$ 7 bilhões em ativos de clientes, chegando a R$ 47 bilhões no total.

Paulo Corchaki, que montou a Trafalgar quase oito anos atrás com profissionais egressos do UBS e do Itaú, se torna sócio da Monte Bravo e assume como executivo-chefe (CEO) da Kilima – que unifica a gestora de fundos de investimentos e o braço de multifamily office, que faz a gestão de carteiras para indivíduos e famílias de alto patrimônio. Com ele, vem um time de 30 pessoas, incluindo os cinco principais sócios.

Segundo Pier Mattei, co-CEO da Monte Bravo, um dos atrativos na operação da Trafalgar é o avanço potencial na oferta de carteiras fora do Brasil (“offshore”), uma das especialidades de parte da equipe que vai ser integrada à corretora. Um exemplo é o americano Alexander Carpenter, residente nos Estados Unidos. “É algo que a gente vinha buscando desenvolver, e agora vamos acelerar a atuação junto aos clientes, levá-los também para investir globalmente.”

O negócio também coincide com o início da vigência da resolução 179, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que trata da transparência da remuneração dos intermediários na cadeia de investimentos, em 1º de novembro. O que se espera com o marco é um maior uso do modelo de “fee based”, em que os serviços de aconselhamento são pagos pelo investidor em vez do transacional, em que rebates em fundos de investimentos, diferenças de spreads e comissões em ofertas de títulos e valores mobiliários estão embutidos na distribuição, sem que o cliente tenha clareza desses custos.

A união com a Monte Bravo vem na medida certa para a Trafalgar, afirma Corchaki, pesando-se os benefícios para o cliente e para o próprio negócio. “Se é muito pequeno, você não consegue ter a equipe superqualificada e manter as pessoas, e se é muito grande acaba não conseguindo dar um atendimento tão próximo. Este [tamanho] é um ponto ótimo em que a gente ganha escala, reforça a equipe e a estrutura. E o fato de estar ligado a uma instituição financeira abre o leque de soluções sem perder em nada o foco e a dedicação para o investidor.”

A Kilima foi criada em 2021 por Mattei e o ex- Rio Bravo Eduardo Levy, antes de a regulação permitir que os antigos escritórios de agentes autônomos se organizassem como grupos empresariais e atraíssem sócios capitalistas. Foi naquele ambiente que a Monte Bravo fechou com a XP acordo para constituir uma corretora “light”, em que passou a usar neste ano a retaguarda operacional e a custódia da plataforma. A XP tem 45% do negócio.

A oferta inicial da Kilima privilegiou estruturas de crédito e fundos imobiliários. A operação de gestão de patrimônio começou dentro dessa estrutura para bolsos com mais de R$ 50 milhões, mas hoje já atende tíquetes a partir de R$ 25 milhões, diz Mattei. A Trafalgar traz uma tecnologia proprietária de consolidação de carteiras vai ser útil para o braço de gestão de riqueza, agregando num único extrato diferentes custódias nos mercados local e internacional. Servirá também ao propósito de avançar no público institucional, a exemplo de fundações e operadoras de saúde.

Em gestão de recursos, a Trafalgar traz em maior volume fundos de crédito nas suas diversas gradações de risco, que casam com o foco da Kilima, além de estratégias de ações, direcional e “long-biased” (de arbitragem em bolsa), um multimercado e versões de previdência. Na plataforma da XP, a Trafalgar tem uma carteira de private equity (FIP), montado para uma tese específica e um grupo restrito de investidores.

Além de ampliar a grade da Kilima, a equipe combinada já pensa em novos produtos. Uma das possibilidades é aproveitar a capacidade de gestão internacional para desenvolver uma carteira para os atuais clientes, uma base de 30 mil pessoas. “Só aí é uma avenida gigante”, diz Corchaki.

Entrevista publicada no Valor Econômico.

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