Numa semana de nervosismo do mercado financeiro, que cobra uma agenda de corte de gastos do governo para reequilibrar o quadro fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu ontem apoio dos principais banqueiros do país como fiador do reequilíbrio fiscal do Brasil. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que os banqueiros veem em Haddad disposição para ajustar as contas do país. O dólar recuou a R$ 5, 35 depois das declarações.
— Aqui estivemos para reafirmar um apoio institucional ao ministro Fernando Haddad. Nós enxergamos nele um engajamento, toda uma de terminação na busca do equilíbrio fiscal. Além de tratarmos sobre conjuntura econômica e os desafios do país, emprestamos ao ministro o apoio do setor bancário — disse Sidney à imprensa após a reunião.
O dólar comercial, no entanto, encerrou em alta de 0, 28%, a R$ 5,38. Segundo analistas, esse movimento refletiu o mercado externo, no qual pesaram preocupações sobre a crise política na França. O índice DXY, que mede o dólar frente a cesta de moedas, avançou 0, 31%.
Na semana, a moeda americana acumulou valorização de 1,08% as cotações variaram entre R$ 5, 31e R$ 5, 42. Foi a quarta semana consecutiva de alta.
Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora, avalia que as falas do presidente da Febrabran após a reunião com Haddad foram positivas para aliviar o estresse no mercado. Ele ressalta, porém, que os operadores ainda aguardam uma sinalização mais clara do governo de apoio ao equilíbrio fiscal: — Os relatos pós-reunião mostram que o ministro continua defendendo a agenda de reformas e o corte de gastos, e que ele está empenhado em negociar com o governo e o Congresso essa agenda. Isso ajuda um pouco os ativos, mas as incertezas em relação ao apoio do governo, principalmente do presidente, continuam sendo uma questão em aberto.
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A reportagem foi publicada no jornal O Globo.