A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,16% em março, após marcar 0,83%.
É o que apontam dados divulgados na última quarta-feira (10) pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O novo resultado ficou abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam variação de 0,25% em março.
A alta de 0,16% é a menor para o mês desde 2020. Naquele período, marcado pelo início da pandemia de Covid-19, a inflação havia sido de 0,07%.
No acumulado de 12 meses, o IPCA desacelerou de 4,50% em fevereiro para 3,93% em março. É o menor patamar desde junho do ano passado (3,16%).
Analistas veem resultado positivo
O IBGE informou que o IPCA de serviços desacelerou de 5,25% para 5,09% no acumulado de 12 meses até março. É o menor nível desde janeiro de 2022, quando também estava em 5,09%. Apesar do alívio, o índice de serviços segue acima do IPCA total (3,93%).
arte dos economistas sinaliza cautela ao analisar esse ponto. Segundo eles, os preços de serviços ainda pressionados podem tornar mais lento o processo de desinflação como um todo e, consequentemente, frear o ritmo de queda da taxa básica de juros (Selic) pelo BC (Banco Central).
“O destaque negativo [do IPCA de março] foi a dinâmica do núcleo de serviços, que segue pressionada, e, como reforçado nas comunicações mais recentes do Banco Central, os serviços são um fator de cautela para a condução da política monetária”, afirmou Luciano Costa, economista-chefe da corretora Monte Bravo.
Apesar disso, ele diz que a surpresa com o IPCA abaixo do esperado em março reforça a expectativa de inflação “benigna” nos próximos meses.
“O IPCA de abril a junho deverá registrar altas no intervalo entre 0,1% a 0,3%, devido à sazonalidade favorável de alimentos e à continuidade da deflação de bens”, prevê Costa.
Meta da inflação
O índice divulgado pelo IBGE serve como referência para a meta de inflação perseguida pelo BC. Em 2024, o centro da meta é de 3%.
A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a medida será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado do ano.
Na mediana, projeções do mercado financeiro apontavam alta de 3,76% para o índice em 2024, conforme a edição mais recente do boletem Focus, divulgada na terça (9) pelo BC. A estimativa está abaixo do teto da meta (4,5%).
Leia a notícia na íntegra: clique aqui.