Dólar inverte sinal e cai com mercado recalibrando expectativa por cenário fiscal

25/10/2024 às 17:45

25

Sexta

Out

2 minutos de leitura
Compartilhar
Dólar inverte sinal e cai com mercado recalibrando expectativa por cenário fiscal

O dólar renovou mínima intradia a R$ 5,66 perto do fechamento e passou a ceder ante o real no período da tarde. Operadores mencionam que o mercado embute maior chance de que o governo anuncie medidas de contenção de despesas após as eleições municipais, marcadas para este fim de semana, após coletiva conjunta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no G20 reforçar o arcabouço fiscal e mencionar que os preços de mercado “estão exagerados”.

O câmbio também teve apoio do exterior, em que a divisa americana cedeu tanto ante pares fortes quanto em relação à maioria das moedas emergentes e exportadoras de commodities. No segmento à vista, o dólar fechou em queda de 0,53%, a R$ 5,6629. Às 17h20, o contrato para novembro registrava queda de 0,39%, a R$ 5,6680. O DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes fechou em queda de 0,36%, aos 104,058 pontos.

Depois de subir por toda a manhã, o dólar inverteu o sinal à tarde após coletiva de Haddad com Campos Neto que, segundo o analista e sócio da Ajax Asset, Rafael Passos, “foi positiva por ter tido um discurso um pouco mais proativo em relação ao fiscal”.

O diretor de Câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, destaca principalmente as declarações de Haddad. O ministro afirmou, por exemplo, que o arcabouço fiscal brasileiro não precisa ser reformulado, mas reforçado, além de ter dito que o plano de corte de gastos é parte de questões estruturais do Brasil e não tem relação específica com um ou outro ministério.

Gusmão diz ainda que “depois das eleições municipais nesse fim de semana, a tendência é que o governo comece a elencar medidas em relação à contenção de despesas, e o dólar pode recuar um pouquinho mais”.

Na mesma linha, o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, afirma que o mercado vem aumentando a expectativa de que a Fazenda avance na proposta para cortar gastos. “Reuniões neste sentido devem ocorrer na semana que vem após as eleições municipais, então a possibilidade de uma sinalização de maior sincronização entre corte de despesas e aumento de arrecadação está aumentando”, avalia.

Pela manhã, o câmbio era pressionado por uma maior cautela fiscal e pela desancoragem das expectativas de inflação, reforçada pelo avanço de 0,54% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) em outubro, acima da mediana do Projeções Broadcast, de 0,51%. Na primeira etapa do pregão, o dólar também ganhava terreno em relação a outras divisas emergentes ligadas a commodities, em meio à perda de força do petróleo e no contexto de preocupações com as eleições nos EUA.

Notícia publicada no portal Isto É.

Artigos Relacionados

  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 17:32

    Sala de Imprensa

    Dólar: saiba como as tarifas dos EUA podem impactar a cotação

    O dólar gira atualmente em torno de R$ 5,70. Para entender se esse valor será uma tendência, ou se há chances de alteração do cenário com a guerra tarifária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e uma possível trégua na guerra da Ucrânia, o Diário do Comércio procurou especialistas para analisar a evolução e …

    Continue lendo
  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 17:01

    Sala de Imprensa

    Entrada de capital externo na B3 é a maior em 3 anos e mercado espera mais

    Com ingresso de quase US$ 12 bilhões na contagem preliminar entre janeiro e março, o mercado acionário brasileiro vai chegando ao final do primeiro trimestre de 2025 com a melhor marca para o período dos últimos três anos. E os analistas ouvidos pelo Broadcast afirmam que há motivos para crer que o Brasil continuará a …

    Continue lendo
  • 28

    Sexta

    Mar

    28/03/2025 às 16:35

    Sala de Imprensa

    Brasil ainda está próximo do pleno emprego, diz Luciano Costa

    VEJA Mercado: desemprego ficou em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, alta em relação ao trimestre anterior A taxa de desemprego foi de 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, 28. O resultado é 0,7 ponto percentual maior que os …

    Continue lendo