Dólar: entenda a disparada e o que irá definir o rumo do câmbio

05/08/2024 às 10:25

05

Segunda

Ago

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Dólar: entenda a disparada e o que irá definir o rumo do câmbio.

O dólar fechou a quinta-feira, 1º, em R$ 5,7364, patamar que não era registrado desde 21 de dezembro de 2021. Foi um salto de 1,43% em relação ao dia anterior, seguindo uma sequência de alta da moeda.

Além dos questionamentos sobre os motivos para tamanha valorização da moeda, a dúvida também é sobre até quando a tendência altista se manterá e em momento, ou o que pode ocorrer para que o dólar comece a recuar.

O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, 29, o mercado manteve a expectativa para a cotação do dólar em 2024, a R$ 5,30. A alteração foi na projeção para 2025, que passou de R$ 5,23 do relatório anterior para R$ 5,25 agora.

Entre decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos, investidores com aversão a riscos, eleições controversas na Venezuela e a escalada do conflito no Oriente Médio, veja o que está jogando a cotação da divisa norte-americana para cima, de acordo com analistas.

Copom e os juros

O tom do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a decisão de manter o juro básico da economia em 10,5% pode ser um dos motivos. Apesar de mais duro que o comunicado da decisão anterior, que também não mexeu na taxa.

Cenário externo

Além da decisão do banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) de manter sua taxa de juros na faixa de 5,25% a 5,50%, enquanto o mercado aguarda ansiosamente pelo início do ciclo de cortes, outro fato que veio de lá foram os dados divulgados na manhã de quinta-feira, apontando uma economia americana mais fraca, com aumento nos pedidos de auxílio-desemprego, produção industrial desacelerando levemente, assim como a atividade no setor de construção.

“Esses dados acabaram aumentando um pouco a versão a risco”, diz Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo. Isso acaba levando investidores para ativos mais seguros, como aqueles atrelados ao dólar.

Soma-se ainda questões geopolíticas. De um lado, a escalada do conflito no Oriente Médio com o ataque de Israel, em guerra em Gaza com a Palestina, ao Hezbollah, no Líbano. Com isso, o Irã entrou com mais peso na briga, prometendo resposta contra Israel, aumento as tensão e, novamente, a aversão a risco.

“Nesse ambiente, tivemos um movimento geral de enfraquecimento de moedas de emergentes. Então não é só Brasil. Está impactando também a moeda do Chile e do México, que são nossos pares aqui. Todas desvalorizando em torno de 1%”, destaca Costa.

Cenário doméstico

No Brasil, a questão fiscal vem sendo um dos fatores para pressionar a cotação do real. E o próprio comunicado do Banco Central diz que a percepção do mercado sobre a trajetória do endividamento do governo tem impactado as expectativas e preços de ativos, destacando que uma política fiscal comprometida contribui com a ancoragem da inflação.

Luciano Costa, da Monte Bravo, diz que o mercado acredita que o governo vai ter um déficit maior do que ele prevê, apesar do contingenciamento de R$ 15 bilhões, “que foi uma notícia no sentido certo, apesar de não ser o suficiente para ter a meta de primário do governo sendo comprida”, diz.

Queda à vista?

Como visto, o câmbio tem sido impactado por diferentes fatores, começando por aqueles de níveis globais. Logo, o dólar em patamar mais elevado não deve ser resolvido no curto prazo, especialmente pelas questões geopolíticas.

O que pode ajudar a enfraquecer um pouco a moeda norte-americana é a percepção de um corte de juros pelo Fed. “A probabilidade do corte em setembro ficou praticamente 100% na previsão do mercado. Isso deve ser um motivo para enfraquecer o dólar frente às outras moedas”, acredita Costa.

Contudo, além das eleições americanas, que acrescentam incertezas ao cenário geopolítico, o cenário no Oriente Médio pode anular qualquer que seja a decisão do Fed.

Confira a notícia na íntegra publicada na Isto É Dinheiro: clique aqui.

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