Em meio aos desafios fiscais, o Brasil continua a atrair capital estrangeiro, impulsionado por uma melhora nas condições globais. Essa é a avaliação de Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo, em sua participação no BM&C News.
Segundo Mathias, o país está em uma posição de “copo meio cheio, meio vazio”, com oportunidades e riscos que precisam ser cuidadosamente equilibrados pelas autoridades econômicas.
O principal desafio, de acordo com Mathias, é a questão fiscal, que tem afetado a credibilidade da economia brasileira. “O Brasil enfrenta um problema estrutural grave, com ruídos em torno da política monetária e declarações que sugerem mudanças nas taxas de juros, o que tem gerado incertezas no mercado,” explicou o estrategista.
Com a certeza de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos, o cenário global se torna mais positivo, o que beneficia o Brasil. “Estamos vendo uma onda global favorável chegando, e o Brasil está bem posicionado para se beneficiar disso,” disse Mathias, apontando para o fluxo de capital estrangeiro que já começou a entrar no país, fortalecendo o real e impulsionando o mercado de ações.
No entanto, a política monetária brasileira ainda é um ponto de debate. O mercado está dividido sobre a necessidade de um novo aumento na taxa Selic. Mathias destaca que a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) dependerá de variáveis como a evolução da taxa de câmbio e a implementação de medidas fiscais eficazes. “A alta dos juros pode se tornar necessária dependendo de como essas variáveis impactam a dinâmica das expectativas e a convergência da inflação,” ponderou.
Por fim, Mathias enfatiza que a credibilidade fiscal é crucial para o futuro da economia brasileira. “Com um cenário global mais favorável e uma política fiscal mais crível, o Brasil pode evitar uma nova alta nos juros e aproveitar a onda positiva que se desenha no horizonte,” concluiu.
Reportagem publicada no portal de notícias BM&C News.