China: Ibovespa em queda em mais uma decepção

21/10/2024 às 14:28

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Segunda

Out

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China: Ibovespa em queda em mais uma decepção com a China

A (mais uma) decepção com as medidas anunciadas pela China fazem a Vale (VALE3) devolver todos os ganhos do dia anterior e derruba o Ibovespa na sessão desta quinta-feira, 17. A bolsa opera em queda de 1,23% aos 130.128 pontos com todos os ativos no negativo.

Com a frustração, o contrato de janeiro do minério de ferro, o mais negociado na bolsa de Dalian, encerrou as negociações com queda de 5,99%, a 746,0 iuanes (US$ 104,74) a tonelada, alcançando seu nível mais fraco desde 30 de setembro. Já o minério de ferro de referência para novembro recuava 5% na bolsa de Singapura, para US% 99,5 dólares a tonelada.

Para além de Vale, o movimento reflete em outras mineradoras brasileiras, como CSN Mineração (CMIN3), que figura entre as maiores quedas da bolsa.

Risco fiscal

Para além da frustração da China, as falas da véspera de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sobre a questão fiscal no país, ainda preocupam investidores. Haddad afirmou que tem apresentado “propostas consistentes” a fim de assegurar a durabilidade do arcabouço fiscal. O ministro ainda não divulgou quais serão as medidas adotadas, indicando que elas precisam ser discutidas no governo antes de serem apresentadas.

“Nós temos que encontrar um caminho para fazer com que a soma das partes caiba no todo daqui para frente. As pessoas ficam cobrando anúncio, nós faremos isso quando o governo estiver todo alinhado em relação às propostas”, afirmou.

O movimento pressiona a curva de juros futuros. “O mercado tem dúvidas sobre qual é o pacote que vai ser encaminhado pela Fazenda. Também tem a questão envolvendo a tentativa de tirar as estatais do orçamento, que cria mais ruído num mercado que já está bastante estressado com preocupações sobre o equilíbrio fiscal brasileiro”, comenta Bruno Benassi, analista de ativos da Monte Bravo.

Segundo o especialista, o risco fiscal contribui para setores mais expostos a juros, como serviços, comércio, shoppings, construção civil e incorporação, terem uma performance mais negativa hoje.

Qual foi o anúncio da China?

Após ministro das Finanças, Lan Foan, anunciar, no último final de semana, a emissão de 2,3 trilhões de yuans (cerca de R$ 1,83 trilhão) em títulos de dívida pública ainda neste ano, com foco no apoio ao setor imobiliário, bancos e no aumento do consumo, foi a vez do ministro da Habitação, Ni Hong, revelar mais uma medida.

Nesta quinta-feira, a autoridade anunciou um aumento no programa de crédito habitacional ‘lista branca’ para 4 trilhões de yuans (US$ 562 bilhões) até o fim do ano, cujo objetivo também é injetar liquidez e estabilizar o setor imobiliário.

A lista branca é um mecanismo pelo qual os municípios recomendam aos bancos projetos imobiliários que devem ser prioritariamente financiados. Segundo Hong, todos os projetos residenciais serão incluídos no programa para que possam receber o crédito.

Além disso, o governo também quer reformar 1 milhão de residências. “Há muitos riscos à segurança e ambientes habitacionais deficientes em áreas urbanas, e as pessoas estão ansiosas por renovação”, explicou o ministro em coletiva.

As medidas fazem parte de um amplo pacote de estímulos que se iniciou em setembro com o objetivo de fomentar o consumo da China. O governo visa alcançar a meta de 5% do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), fomentando a demanda no setor imobiliário que responde por um quarto do PIB.

Entretanto, o mercado parece não receber bem os novos estímulos. As bolsas asiáticas fecharam em sua maioria em baixa nesta quinta-feira, com o Xangai Composto recuando 1,05%. Em Hong Kong, o Hang Seng também registrou queda de 1,02%, com forte pressão sobre as ações de incorporadoras.

Dólar hoje

O dólar comercial opera em alta 0,38%, cotado a R$ 5,686. Na última sessão, a moeda havia subido 0,14%, sendo negociada a R$ 5,664.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

Já a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o after market operando das 18h25 às 18h45. O horário da pré-abertura e do início seguem iguais.

Matéria publicada no portal de notícias Exame no dia 17 de outubro.

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