
Corretoras apostam em ações consideradas conservadoras e defensivas em meio a cenário ainda incerto para fevereiro

O dólar até pode ter caído nos últimos dias, mas as ações de companhias exportadoras continuam no radar da Carteira Valor. Cinco dos dez papéis mais indicados para investir neste mês são de empresas que têm parte da receita vinda de vendas no exterior. Com um cenário ainda incerto, os analistas preferiram manter a cautela e a seleção foi formada principalmente por ações de segmentos mais conservadores, como o financeiro, o de commodities e as prestadoras de serviços. As corretoras priorizaram ainda papéis de empresas que devem reportar um balanço positivo do quarto trimestre de 2024.
A liderança continua com o Itaú Unibanco, apontado por oito corretoras. Além das ações do banco, os papéis de BB Seguridade voltaram a aparecer na seleção, indicados por cinco participantes. A novidade do setor financeiro fica por conta do Bradesco, indicadas duas vezes.
Os bancos e as empresas financeiras são considerados eficientes, sólidos e tendem a ter menos volatilidade em períodos de crise ou incertezas no mercado.
No caso do Itaú, os analistas da Ágora destacam que o banco deve reportar um balanço forte no quarto trimestre, com lucro líquido de R$ 10,8 bilhões e crescimento anual de 9,8% da carteira de crédito. Eles advertem, contudo, que “é importante observar também se o banco anunciará seus dividendos extraordinários”, o que pode continuar atraindo investidores.
As exportadoras de commodities também tiveram vários representantes neste mês. Continuam na lista na passagem de janeiro para fevereiro Petrobras, com sete indicações; JBS, com quatro e Vale e Suzano com duas cada uma.
A seleção ainda conta com a participação da fabricante de máquinas e equipamentos WEG, que chega como uma novidade em fevereiro, indicada por cinco corretoras. Apesar de não ser exatamente do segmento de commodities, a empresa participa da cadeia produtiva das matérias-primas. Outra exportadora que entrou na lista foi a fabricante de aeronaves Embraer, indicada por duas corretoras.
Companhias que têm parte da receita vinda de exportação costumam trazer uma função de proteção para a carteira dos investidores. Como estão expostas a diferentes mercados, ajudam a mitigar riscos relacionados ao cenário local.
Quem encerra a lista do mês é a Sabesp, que volta à seleção, após ficar de fora em janeiro, com quatro indicações. A companhia faz parte do segmento de concessionárias de serviços públicos (também camadas de “utilities”), considerado defensivo e com receitas recorrentes, o que ajuda a diminuir a volatilidade dos papéis.
A seleção da Carteira Valor ocorre por meio das dez ações mais recomendadas pelas corretoras participantes. São sugeridos cinco papéis por instituição, de um total de 16, para a formação do ranking dos ativos mais indicados para o mês.
Se houver empate, prevalecem as ações com maior volume financeiro médio em bolsa nos últimos 90 dias úteis encerrados no fim de cada mês. O rendimento é calculado mensalmente com base na variação média simples dos papéis. Cabe destacar que as indicações não consideram pesos diferentes entre os ativos.
As corretoras que compõem a Carteira Valor atualmente são Ágora, Andbank, Ativa, Banco Daycoval, BB Investimentos, Benndorf Research, CM Capital, Genial, Monte Bravo, Nova Futura, Pagbank, Planner, Safra, Santander, Terra Investimentos e XP Investimentos. A Benndorf Research passou a fazer parte da Carteira Valor em fevereiro.
A Carteira Valor subiu 2,82% em janeiro, ante uma alta de 4,86% do Ibovespa. Em 12 meses, a seleção acumula uma queda de 4,81% contra um recuo de 1,27% do Ibovespa.
Matéria produzida pelo Valor Econômico.