BDRs e ações: campeã mundial de dividendos, big tech pode fazer parte da estratégia de proventos do brasileiro; compare aportes feitos em BDR e em ações diretamente nos EUA
A Microsoft (MSFT) foi a empresa que mais pagou dividendos em 2023, conforme o Índice de Dividendos Globais da Janus Henderson. A gigante de tecnologia desembolsou US$ 20,74 bilhões em proventos no ano, equivalentes a US$ 2,79 por ação. Desde 2005, os dividendos da Microsoft são constantes e crescentes, com altas que já fizeram o valor distribuído subir mais de 8 vezes.
Brasileiros podem receber essa renda de duas formas: investindo diretamente nas ações da Microsoft nos Estados Unidos ou comprando os recibos de ações (BDRs), listados na B3. Há, no entanto, pelo menos duas mudanças para as quais o investidor precisa se atentar: a forma de remuneração e até o valor recebido na conta.
Confira a seguir as diferenças entre o investimento em BDRs e em stocks da Microsoft, quanto um aporte de R$ 5 mil rende em dividendos em cinco anos, e qual caminho os especialistas recomendam para aplicar de olho nos proventos da big tech.
BDR x ação dos EUA: o que muda?
Os BDRs são um investimento indireto nas ações internacionais. Como recibos, eles dão acesso a alguns direitos – como receber dividendos -, mas não tornam o investidor um acionista da empresa. Negociação e distribuição de proventos são em reais, o que representa uma mudança em relação às ações originais, que são negociadas nos EUA e pagam em dólares.
Além disso, muitos BDRs não replicam suas ações-referência inteiras, mas frações delas. No caso da Microsoft, a ação original está avaliada em US$ 428,74 na Nasdaq (cerca de R$ 2.137,78), já o BDR no Brasil sai por R$ 88,48 – a paridade entre a ação original e o BDR é de 1:24. Isso quer dizer que, para receber a totalidade dos dividendos de uma ação da Microsoft, é necessário que o investidor brasileiro tenha pelo menos 24 BDRs.
O processo de distribuição de dividendos para donos de BDRs passa por uma série de etapas automáticas e obrigatórias que afetam o valor final recebido pelo investidor:
- Imposto: o primeiro passo é a cobrança obrigatória, direto na fonte, de 30% de imposto de renda sobre os dividendos;
- Conversão: em seguida, o valor é convertido para reais, em processo que embute taxa de câmbio (preço do dólar) e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 0,38%;
- Taxas: Por fim, há a taxa do banco depositário, que intermedia a emissão do BDR, que pode variar entre 3% e 5%.
No caso do recebimento de dividendos das ações dos EUA por meio de contas internacionais, a única etapa obrigatória é a do pagamento de imposto de renda, que é feito diretamente na fonte. Os demais passos são de escolha do investidor, que pode optar por converter os seus proventos ou não. Caso opte pela conversão, também haverá taxa de câmbio e IOF. A taxa bancária será outra, uma tarifa de serviço das contas internacionais, que varia entre 1% e 3%.
Há de se lembrar que na primeira etapa para investir nas ações da Microsoft na Bolsa Americana também é feito um processo de conversão de moeda, com cobrança de taxa de câmbio e IOF.
Quanto R$ 5 mil rendem em dividendos da Microsoft?
Bruno Madruga, estrategista na Monte Bravo, acredita que a escolha entre BDRs e ações internacionais está mais relacionada com a preferência do investidor em receber os proventos em reais ou dólares e o acesso que ele tem às Bolsas dos EUA.
“As ações internacionais pagam em dólar. A conversão desse valor é opcional e pode ser uma vantagem ou desvantagem, depende do câmbio. O investidor pode escolher o momento da conversão. Com os BDRs não, a conversão é automática e será sempre em reais”, diz Madruga.
Confira a reportagem na íntegra no portal InfoMoney.