10 ações dobraram de valor no último ano

04/11/2024 às 16:18

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Segunda

Nov

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10 ações dobraram de valor no último ano.

Entre follows-ons, vendas bilionárias e até short squeeze, algumas empresas conseguiram valorizações que dobraram o valor de mercado na Bolsa em 12 meses até este outubro. Apesar de projetarem um crescimento mais demorado para essas ações, analistas indicam perspectivas ainda positivas para duas empresas que subiram mais de 100% em um ano.

Especialistas ouvidos pelo InfoMoney repercutiram a lista das 28 ações que mais se valorizaram na B3 entre 16 de outubro de 2023 e 16 de outubro de 2024, focando nas dez primeiras, que cresceram pelo menos 102,56%.

“Algumas dessas empresas se beneficiaram do cenário de alta do dólar, já setores como alimentos e logística seguiram uma trajetória um pouco diferente do mercado em geral neste ano, permitindo que algumas empresas se destacassem”, explica Leandro Ormond, analista da Aware Investments.

Onde seguir investindo?

Para ele, “é natural que o ritmo de crescimento das ações diminua à medida que os fundamentos começam a ser melhor incorporados nas análises e precificações dos ativos”, o que justifica a espera por números menores que os chocantes 591% da Ambipar. Mas duas fabricantes de veículos chamam atenção dos agentes do mercado.

Embraer (EMBR3)

A fabricante de jatos brasileira é uma das companhias que ainda podem entregar crescimento relevante, segundo analistas. Ormond, avalia que “mesmo após a valorização recente, os papéis da empresa ainda exibem múltiplos descontados em relação aos seus principais concorrentes do setor”.

Bruno Benassi, analista de ativos na corretora Monte Bravo, explica que a forte alta recente aconteceu enquanto “a empresa estava meio esquecida pelo mercado, mas já atravessava momento muito positivo”, fechando vendas de aeronaves e crescendo na área de defesa, “algo que o mercado não considerava”, segundo Benassi.

Para o especialista da Monte Bravo, a ação da Embraer “ainda tem valor”, já que a empresa pode fechar vendas importantes no curto prazo. A receita em dólar também agrada e ajuda a explicar a preferência do mercado pelo papel em um momento recheado de incertezas.

Marcopolo (POMO4)

Já Régis Chinchila, head de research da Terra Investimentos, destaca a fabricante gaúcha de carrocerias de ônibus como “uma opção atraente para investimento”. A continuidade do programa Caminho da Escola, que oferece transporte a estudantes de escolas públicas em regiões rurais e ribeirinhas, é uma boa notícia para a empresa, líder em fornecimento de veículos escolares do programa.

Ele ainda avalia como “robusto” o crescimento no volume de vendas e projeta que a demanda por chassis deve crescer nos próximos anos. “A recomendação de compra para a Marcopolo reflete essa confiança nas perspectivas de crescimento da empresa”, completa.

Onde não investir agora?

Por outro lado, os analistas também apontaram as ações com tendência de performance negativa após o salto no valor de mercado. As varejistas da lista são vistas com desconfiança pelo mercado, já que juros altos geralmente não combinam com valorização do setor, que depende de um consumo aquecido para crescer.

Chinchila diz que as ações do varejo de vestuário “podem ser evitadas por investidores que buscam segurança e perspectivas mais robustas de crescimento”, o que coloca C&A e Grupo SBF – controlador da Centauro e Fisia, a distribuidora da Nike no Brasil – como opções para deixar de lado, por enquanto, segundo o especialista da Terra.

Já BRF tem o ceticismo de Bruno Benassi. Para ele, a empresa fez o dever de casa em um ciclo positivo na produção de frangos e melhorou sua estrutura de capital após follow-on. Porém, “há quase um ano e meio que as margens do frango estão altas e elas tendem a ser pressionadas para baixo, o que dificulta prever uma valorização relevante para ação”, segundo o analista.

Por fim, o papel com maior valorização dos últimos 12 meses é um dos que Leandro Ormond, da Aware, pede cautela ao investir. Ele explica que a super valorização da Ambipar foi impulsionada pela ampliação da participação do CEO na composição acionária e entrada de grandes investidores que obrigou quem estava com posição vendida a comprar as ações de volta para liquidar sai do papel. Ormond alerta que esse segundo movimento, conhecido como short squeeze, traz “volatilidade significativa” aos papéis quando seu efeito desaparece.

A notícia foi publicada no InfoMoney.

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