Nesta semana aconteceu em São Paulo o #VTEXDay, evento que reúne as principais tendências de e-commerce e varejo do Brasil e do mundo. A Monte Bravo esteve presente na cobertura do evento para trazer para você os principais insights de negócios, tecnologia e liderança.
1 – Live shopping
Com início na China, pela gigante Alibaba. O sucesso do formato é tão grande que representou 10% do volume bruto de mercadoria do ecommerce chinês em 2020, segundo estimativas da HSBC. A tendência ainda deve movimentar mais de US$500 bi globalmente em 2022. O live shopping consiste em entregar uma experiência de compra ao vivo para consumidores.
Entre os cases apresentados, a FARM, do grupo SOMA, chegou a atingir 52% de share na venda digital em dias de live e acumulou mais de R$45 milhões em 25 lives realizadas.
“Ao realizar as vendas por live, aproximamos nossas clientes de nosso time, externalizando a linguagem da marca. A gente entende que a live tem que ter um chamariz e a exclusividade traz isso. Sempre precisamos pensar em lançamentos exclusivos para esse canal e experiências diferenciadas para nossas cliente a cada live”, disse Talita Abreu, Product Owner do Grupo SOMA.
2 – Influenciadores seguem como tendência
A influência digital segue em alta, embora com novos recortes. Agora, a busca é por autenticidade. Esqueça as publicidades de um único post. O consumidor quer consistência e anseia pelo real consumo dos produtos por parte do(a) influenciador(a). Entenda o que deseja com a contratação de influenciadores e considere, até mesmo, a criação de influenciadores dentro da sua empresa. É uma forma de expandir a linguagem e valores da marca, gerando desejo.
Influenciadores podem ser contratados para venda ou posicionamento da marca. Crie uma estratégia e não foque apenas no número de seguidores. Lembre-se: a construção precisa ser genuína. “É um trabalho contínuo. A internet, o mundo digital como um todo, não aceita mais mentiras. O cliente final quer identificação e verdade”, explica Ana Gabriela Lage, fundadora da ‘Not a Shoe’.
3 – Lembre-se: o melhor influenciador da marca é quem a cria
Em todo o evento, muito se falou sobre o papel do(a) criador(a) do negócio no fomento ao consumo do serviço ou produto e, até mesmo, na conexão através dos valores da marca.
“O dono do negócio é sempre aquele que mais vender o produto e a empresa. Influenciadores farão bem. Mas quem construiu é quem entende, de fato, aquele universo, ama aquele produto ou serviço e vai falar sobre ele como ninguém”, diz Lelê Saddi, empresária e influencer digital.
4 – Invista em experiência e saiba com quem fala
Conhecer o cliente é fundamental para um negócio de sucesso. Por isso, busque entender o que ele deseja e, sobretudo, o que o inspira. Afinal, hoje em dia, a ligação entre marcas e pessoas se dá pela identificação.
“Dê ao cliente o que ele quer. Converse, entenda os desejos, teste seu atendimento. Se nada der certo, pivote o encantamento. Se você não se encantar com seu negócio, possivelmente o cliente não se encantará”, disse José Galló, presidente do Conselho de Administração da Renner.
5 – Seja Omnichannel
Uma estratégia omnichannel é aquela que integra todos os canais de venda e comunicação de uma marca e une o físico ao digital, oferecendo a mesma experiência em todas as pontas. Dessa forma, há a integração dos processos de diferentes áreas da empresa, desde o atendimento até tecnologia, passando por vendas e marketing. É sobre a experiência, lembra?
6 – A Web3 já chegou
Pode ser que você ache que o metaverso é algo muito distante, uma ideia. Mas, na verdade, inúmeras marcas já estão pensando na experiência de consumo pelo viés dessa tendência. E a Web3, a nova fase da internet, reúne tudo isso. Ela une a descentralização e os conteúdos gerados por usuários com as tecnologias blockchain.
“Na Web2, era das redes sociais, criamos comunidades, geramos engajamento. Na Web3, a gente quer entender como provocar efeito de rede nessa comunidade através de incentivos. Como eu consigo pegar os incentivos pessoais de cada um, as motivações de cada consumidor e unir aos objetivos e motivações da minha empresa”, explicou Talis Gomes, fundador da Easy Taxi, Singu, G4 Educação e autor do livro ‘Nada Easy’.
Um dos cases mais comentados do evento foi o da Reserva, marca de moda brasileira que faz parte do grupo AR&Co. A empresa anunciou a criação da Reserva X, uma marca experimental na Web3, e o lançamento de NFTs do Pistol Bird. Nas primeiras horas da pré-venda, 700 pessoas que se cadastraram e tiveram acesso antecipado ao primeiro de dois lançamentos previstos. Em um dia, a marca fez R$ 900 mil em vendas.
Mas embora o assunto tenha sido um dos mais discutidos, nem todos acreditam em tamanho potencial. O empresário, autor e professor de Marketing na New York University, Scott Galloway, um dos palestrantes do evento, foi categórico ao falar sobre a Web3.
“Muito se fala em descentralização por causa do blockchain. No entanto, a Web3 permite a centralização nas mãos de um público ainda menor. Quando você analisa as bitcoins, por exemplo. Quem são as pessoas que investem nelas? Exige um grau de conhecimento e poder aquisitivo ainda maior, o que a maioria das pessoas não tem”, disse.
Lideranças bem construídas: um grande ativo de crescimento
A VTEX Day ainda trouxe grandes figuras de renome para conversar com empreendedores sobre lideranças. O maior destaque do evento foi a presença do piloto de Fórmula 1, Lewis Hamilton. Em uma entrevista de pouco mais de uma hora, o piloto trouxe alguns insights para uma boa liderança
1 – Confie em si mesmo
“Às vezes eu também me sinto um fracasso. Mas todos os dias eu me lembro de que eu consigo, de que eu posso. Quando eu entro no carro eu me sinto seguro, forte. Precisamos acreditar em nós mesmos de verdade. Não deixe a negatividade te abater. Se você achar que não vai dar certo, realmente não vai”.
2 – Estimule a diversidade
“Eu geralmente sou a única pessoa negra nos lugares que frequento, nas equipes. Quando eu pergunto para os líderes de uma empresa porque não existe diversidade ali, ninguém me dá uma resposta satisfatória sobre isso. Educação é a chave e oportunidade é tudo”.
3 – Trabalhe em equipe
“Trabalho em equipe precisa ser sobre ter um objetivo em comum. Eu tenho isso com a minha equipe. Temos histórias diferentes, viemos de outros lugares. Mas a filosofia, o objetivo, são iguais. Não existe a cultura da culpa. Um erro é um erro do time e não de uma pessoa. Nós sempre nos motivamos a ser a nossa melhor versão”.