Live: O Brasil e a guerra comercial de Trump

11/04/2025 às 13:42

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Sexta

Abr

3 minutos de leitura
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Quais são os impactos do tarifaço de Donald Trump na economia global e nos investimentos?

Nossa equipe de Análise fez uma live especial para comentar os efeitos das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos e a retaliação da China ao aumento de impostos.

Entenda a seguir:

  • O que está por trás da estratégia de Donald Trump de aumentar tarifas de importação?
  • Como os mercados globais estão reagindo às medidas anunciadas?
  • Trump errou ao dobrar a aposta numa guerra tarifária?
  • Como o Brasil é afetado e quais são as empresas que se beneficiam desses movimentos?

Veja a gravação na íntegra e saiba como investir, considerando o cenário de maior incerteza e volatilidade nos mercados.

Guerra tarifária de Trump tem consequências profundas

A agenda de 2025 é pautada essencialmente pela evolução da política econômica do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e pelas iniciativas em relação à imigração para o país.

Esses temas são importantes por terem impacto significativo na inflação americana e, consequentemente, nas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre a taxa de juros no país e na trajetória do dólar.

Inicialmente, acreditávamos em uma postura mais pragmática e pró mercado por parte de Trump.
Porém, a guerra comercial criou um pivô no cenário em razão da intensidade e da agressividade do presidente americano.

“A gente tem como cenário mais provável uma desaceleração global e uma recessão nos Estados Unidos. Ainda que seja uma recessão relativamente leve para o padrão da economia americana, é uma recessão ainda assim.”

Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo

Outro ponto fundamental é a postura da China na guerra tarifária, pois o país é um grande consumidor de commodities. Preços de matérias-primas e China andam sempre muito ligados. Por isso, a cotação das moedas emergentes, inclusive o real, depende desse binômio.

Leia mais:

>> Carta Mensal Monte Bravo – Abril/2025 – saiba como investir em meio às incertezas

Principais efeitos

  • Economia global mais fraca: recessão moderada esperada nos EUA e desaceleração global.
  • Nova estratégia chinesa: China diversifica suas importações, reduzindo a dependência dos EUA.
  • Impacto no Brasil: desafio de credibilidade econômica e oportunidades em setores agrícolas.

Setores brasileiros que podem se beneficiar

  • Commodities agrícolas: expectativa de aumento nas exportações de produtos agrícolas.
  • Proteínas: setores de carne beneficiados pela retaliação chinesa.
  • Energia: possibilidade de aumento nas exportações de petróleo para a China.

Como investir diante desse cenário?

  • Diversificação: priorizar ativos no exterior para mitigar riscos locais.
  • Foco em commodities: investir em empresas com desempenho positivo em commodities agrícolas.
  • Estratégia de longo prazo: manter uma visão cautelosa e evitar movimentações precipitação.

Empresas que podem se beneficiar desse cenário

SLC Agrícola

É uma das maiores produtoras de soja e algodão do Brasil. Com as tarifas dos EUA aumentando, há uma expectativa de que as exportações brasileiras para a China possam aumentar, pois a China pode buscar substituir os produtos americanos pelos brasileiros.

Brasil Agro

A empresa atua na compra e recuperação de terras agrícolas, além de cultivar produtos como soja e milho. A demanda crescente por commodities poderá gerar bons resultados operacionais e a valorização das terras pode trazer retornos ao longo do tempo.

Boa Safra

Focada na produção de sementes, a Boa Safra pode se beneficiar do aumento da demanda por sementes eficientes e tecnológicas que permitem aos agricultores aumentar suas rendas em um cenário de crescimento de produção agrícola.

Kepler Weber

Como fornecedora de soluções de armazenamento e logística, a empresa pode ver um aumento na demanda por silos e armazéns devido ao crescimento previsível na produção agrícola e à necessidade de armazenamento eficiente.

Rumo Logística

Principal empresa de transporte ferroviário no Brasil, a Rumo está posicionada para se beneficiar do aumento do transporte de grãos para exportação, especialmente se a produção brasileira de commodities aumentar.

Minerva Foods

Como uma das principais exportadoras de carne bovina, a Minerva está bem posicionada para capturar a demanda chinesa, especialmente se as exportações americanas diminuírem devido às tarifas.

Prio e Brava Energia

Em um cenário de desaceleração da economia global ou recessão leve, como o que prevemos, ter exposição nas chamadas junior oils (produtoras de petróleo de menor porte) é interessante, ainda que o petróleo apresente maior volatilidade.

Isso porque, num contexto de redução nas exportações de petróleo dos EUA para a China, o Brasil pode ganhar uma fatia desse mercado, o que deve beneficiar também o crescimento dessas empresas menores, desde que elas consigam vencer seus desafios operacionais e aumentar sua produção de petróleo.

Suzano

Uma das maiores produtoras de celulose, a Suzano pode se beneficiar do aumento do consumo de celulose na China, impulsionado por estímulos ao crescimento e ao consumo doméstico.

Na visão dos nossos analistas, essas companhias estão posicionadas para aproveitar as mudanças no cenário comercial e a readequação das cadeias de suprimento.

Elas podem se beneficiar de um redirecionamento do comércio internacional em resposta às tarifas de Donald Trump e às medidas de retaliação, especialmente da China.

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