Quais são os impactos do tarifaço de Donald Trump na economia global e nos investimentos?
Nossa equipe de Análise fez uma live especial para comentar os efeitos das medidas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos e a retaliação da China ao aumento de impostos.
Entenda a seguir:
- O que está por trás da estratégia de Donald Trump de aumentar tarifas de importação?
- Como os mercados globais estão reagindo às medidas anunciadas?
- Trump errou ao dobrar a aposta numa guerra tarifária?
- Como o Brasil é afetado e quais são as empresas que se beneficiam desses movimentos?
Veja a gravação na íntegra e saiba como investir, considerando o cenário de maior incerteza e volatilidade nos mercados.
Guerra tarifária de Trump tem consequências profundas
A agenda de 2025 é pautada essencialmente pela evolução da política econômica do governo de Donald Trump nos Estados Unidos e pelas iniciativas em relação à imigração para o país.
Esses temas são importantes por terem impacto significativo na inflação americana e, consequentemente, nas decisões do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sobre a taxa de juros no país e na trajetória do dólar.
Inicialmente, acreditávamos em uma postura mais pragmática e pró mercado por parte de Trump.
Porém, a guerra comercial criou um pivô no cenário em razão da intensidade e da agressividade do presidente americano.
“A gente tem como cenário mais provável uma desaceleração global e uma recessão nos Estados Unidos. Ainda que seja uma recessão relativamente leve para o padrão da economia americana, é uma recessão ainda assim.”
Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo
Outro ponto fundamental é a postura da China na guerra tarifária, pois o país é um grande consumidor de commodities. Preços de matérias-primas e China andam sempre muito ligados. Por isso, a cotação das moedas emergentes, inclusive o real, depende desse binômio.
Leia mais:
>> Carta Mensal Monte Bravo – Abril/2025 – saiba como investir em meio às incertezas
Principais efeitos
- Economia global mais fraca: recessão moderada esperada nos EUA e desaceleração global.
- Nova estratégia chinesa: China diversifica suas importações, reduzindo a dependência dos EUA.
- Impacto no Brasil: desafio de credibilidade econômica e oportunidades em setores agrícolas.
Setores brasileiros que podem se beneficiar
- Commodities agrícolas: expectativa de aumento nas exportações de produtos agrícolas.
- Proteínas: setores de carne beneficiados pela retaliação chinesa.
- Energia: possibilidade de aumento nas exportações de petróleo para a China.
Como investir diante desse cenário?
- Diversificação: priorizar ativos no exterior para mitigar riscos locais.
- Foco em commodities: investir em empresas com desempenho positivo em commodities agrícolas.
- Estratégia de longo prazo: manter uma visão cautelosa e evitar movimentações precipitação.
Empresas que podem se beneficiar desse cenário
SLC Agrícola
É uma das maiores produtoras de soja e algodão do Brasil. Com as tarifas dos EUA aumentando, há uma expectativa de que as exportações brasileiras para a China possam aumentar, pois a China pode buscar substituir os produtos americanos pelos brasileiros.
Brasil Agro
A empresa atua na compra e recuperação de terras agrícolas, além de cultivar produtos como soja e milho. A demanda crescente por commodities poderá gerar bons resultados operacionais e a valorização das terras pode trazer retornos ao longo do tempo.
Boa Safra
Focada na produção de sementes, a Boa Safra pode se beneficiar do aumento da demanda por sementes eficientes e tecnológicas que permitem aos agricultores aumentar suas rendas em um cenário de crescimento de produção agrícola.
Kepler Weber
Como fornecedora de soluções de armazenamento e logística, a empresa pode ver um aumento na demanda por silos e armazéns devido ao crescimento previsível na produção agrícola e à necessidade de armazenamento eficiente.
Rumo Logística
Principal empresa de transporte ferroviário no Brasil, a Rumo está posicionada para se beneficiar do aumento do transporte de grãos para exportação, especialmente se a produção brasileira de commodities aumentar.
Minerva Foods
Como uma das principais exportadoras de carne bovina, a Minerva está bem posicionada para capturar a demanda chinesa, especialmente se as exportações americanas diminuírem devido às tarifas.
Prio e Brava Energia
Em um cenário de desaceleração da economia global ou recessão leve, como o que prevemos, ter exposição nas chamadas junior oils (produtoras de petróleo de menor porte) é interessante, ainda que o petróleo apresente maior volatilidade.
Isso porque, num contexto de redução nas exportações de petróleo dos EUA para a China, o Brasil pode ganhar uma fatia desse mercado, o que deve beneficiar também o crescimento dessas empresas menores, desde que elas consigam vencer seus desafios operacionais e aumentar sua produção de petróleo.
Suzano
Uma das maiores produtoras de celulose, a Suzano pode se beneficiar do aumento do consumo de celulose na China, impulsionado por estímulos ao crescimento e ao consumo doméstico.
Na visão dos nossos analistas, essas companhias estão posicionadas para aproveitar as mudanças no cenário comercial e a readequação das cadeias de suprimento.
Elas podem se beneficiar de um redirecionamento do comércio internacional em resposta às tarifas de Donald Trump e às medidas de retaliação, especialmente da China.
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