Durante boa parte do ano, bancos centrais em todo o mundo têm se empenhado para conter a alta da inflação, puxada para cima devido aos efeitos da pandemia e conflitos geopolíticos como a Guerra Rússia-Ucrânia. No Brasil, há uma perspectiva de controle inflacionário e de juros no curto prazo, cenário diferente de outros países.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), em reunião no dia 26/10, anunciou a manutenção da Taxa Selic em 13,75% ao ano, sinalizando um novo ciclo monetário com redução de juros. Para especialistas do mercado financeiro, esse patamar deve ser mantido, pelo menos, até o início de 2023.
“Se não houver choque inflacionário, este nível deve ser mantido até meados do segundo trimestre de 2023. O panorama que temos visto tem sido favorável, com núcleos de bens e serviços em queda. Porém, mais do que isso, a desaceleração tem sido observada inclusive sem considerar os administrados, em que boa parte das quedas derivaram da isenção de impostos anunciada pelo governo”, analisa Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo.
Para ele, ao longo do primeiro semestre do próximo ano, devemos ter no Brasil uma inflação no acumulado de 12 meses na casa de 3% a 3,5%, produzindo um juro real que é bastante elevado. “A possibilidade de redução da Selic no 2° trimestre de 2023 é elevada e consideramos que o espaço para redução é relevante, com a Taxa Selic atingindo 9,0% a.a. em dezembro de 2023”, avalia.
Qual tem sido o impacto da inflação nos investimentos?
Apesar dos juros ainda altos no Brasil e um cenário global tensionado, é possível pensar em oportunidades. Mesmo neste contexto de pressão inflacionária, investidores bem orientados sobre as movimentações da economia podem ter ganhos nos mercados de renda fixa e variável.
Em primeiro lugar, por exemplo, é importante pensar em produtos que estão caros no país: quais alimentos e commodities? Quem são as companhias produtoras desses insumos? Neste caso, essas seriam as empresas que estão lucrando mais.
Vamos pensar no caso do petróleo. Essa é uma commodity que tem apresentado elevação dos valores nas últimas semanas. O aumento de preço do barril ocorre pelo descompasso entre alta da demanda e queda na oferta. A guerra entre Rússia e Ucrânia, com tensões geopolíticas que ecoam entre países ocidentais, ajuda ainda mais a pressionar os preços da matéria-prima.
Para Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo, ter exposição ao petróleo pode ser interessante. “Mas é fundamental acompanhar as movimentações. Esses investimentos precisam ser avaliados de acordo com seus objetivos e apetite de risco.”
Quem não tem perfil ou interesse em aplicações de variável, vale a pena pensar na diversificação da carteira. No atual contexto, a renda fixa também apresenta oportunidades. “Atenção aos ativos atrelados ao IPCA, o mesmo vale para títulos privados, CRIs, CRAs e debêntures que pagam o IPCA + taxa fixa. Com o atual patamar da Selic, o CDI também pode apresentar bons resultados, sendo atrativo para investidores.”
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