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Mercados
Os ativos de risco continuam em tendência de alta com a expectativa do início do ciclo de cortes do Fed.
A ata da reunião de julho, divulgada ontem (21), mostrou que os diretores discutiram um corte já em julho. Além disso, a ata informou que a “grande maioria” dos diretores “acredita que, se os dados seguirem conforme o esperado, provavelmente seria apropriado flexibilizar os juros na próxima reunião”.
Os mercados agora atribuem uma probabilidade de 38% de um corte de 50 p.b. na reunião do Fed de setembro e uma chance de 62% de uma redução de 25 pontos. Nós continuamos enxergando uma sequência de cortes de 25 p.b. como mais provável.
Os títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos subiram um pouco na manhã desta quinta-feira (22), com a taxa de juros nos títulos de 10 anos aumentando para 3,83%, enquanto os títulos de 2 anos estão a 3,98%.
O dólar negociou perto do seu nível mais baixo em mais de um ano. O índice do dólar, que mede a moeda em relação ao euro, libra esterlina, iene e outras três grandes moedas, estava pouco alterado em 101,3.
A geopolítica também permanece no centro das atenções. O presidente dos EUA, Joe Biden, solicitou ao primeiro-ministro israelense Netanyahu a conclusão de um acordo de cessar-fogo em Gaza nas próximas conversas no Cairo.
Os preços do ouro recuperaram terreno perdido na ontem, pairando próximos aos seus níveis recordes. O ouro à vista subiu 0,1% para US$ 2.516,01 por onça, após atingir um recorde de US$ 2.531,60 na terça-feira (20).
Os futuros do petróleo tipo Brent estão agora em US$ 76,4 por barril. Os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate dos EUA são negociados a US$ 72,2. Ambos os contratos perderam mais de US$ 1, ou mais de 1%, na sessão anterior.
Os mercados asiáticos subiram na hoje. Enquanto isso, as ações europeias avançam e os futuros de ações dos EUA estão marginalmente mais altos. Por aqui, o Ibovespa subiu 0,28% aos 136.464 pontos ontem, renovando o recorde. No câmbio, o dólar terminou em leve queda de 0,02%, cotado a R$ 5,4821. Os juros futuros curtos caíram, corrigindo expectativas de alta, enquanto os longos ficaram perto do ajuste.
Economia
Zona do Euro – O PMI composto subiu para 51,2 pontos em agosto, em comparação com 50,2 pontos em julho. Esse aumento sinaliza uma aceleração na produção do setor privado da região após dois meses de desaceleração. Apesar do crescimento pelo sexto mês consecutivo, a expansão permanece moderada. Esse avanço foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, com destaque para a França, que registrou a maior expansão desde maio de 2022. Esse desempenho robusto provavelmente foi influenciado pelos Jogos Olímpicos em Paris. Por outro lado, o setor manufatureiro continua em retração, com a produção em queda pelo décimo sétimo mês consecutivo. A demanda permanece fraca, com novos pedidos em declínio pelo terceiro mês consecutivo, especialmente no setor manufatureiro — que teve a maior redução desde o final do ano passado.
EUA – Na ata da última reunião do Fed, a maioria dos participantes indicou que, se os dados continuarem alinhados com as expectativas, será provavelmente apropriado afrouxar a política monetária na próxima reunião.
Em relação à inflação, os diretores do Fed observaram que o recente progresso na desinflação foi amplamente disseminado entre os principais componentes. Os preços dos bens permaneceram estáveis entre março e junho, após terem subido no início do ano, e a inflação nos serviços habitacionais desacelerou significativamente. Além disso, os preços dos serviços não habitacionais também desaceleraram nos últimos meses, refletindo a redução do poder de precificação das empresas, à medida que os consumidores se tornaram mais sensíveis aos aumentos de preços.
Os participantes também identificaram sinais de flexibilização nas condições do mercado de trabalho, como a redução na taxa de contratação e a diminuição nas vagas de emprego desde o início do ano. O reequilíbrio no mercado de trabalho foi facilitado pela expansão da oferta de trabalhadores. Como resultado, o crescimento nominal dos salários continuou a se moderar. A avaliação dos riscos em torno da inflação e da atividade econômica também reforça a expectativa de redução dos juros. Na visão dos diretores do Fed, os riscos de alta para a inflação diminuíram, enquanto os riscos de baixa para o emprego aumentaram.Mantemos a expectativa para o início do ciclo de redução de juros em setembro, com corte de 25 p.b. seguido de dois cortes na mesma magnitude nas reuniões de novembro e dezembro — levando a taxa de juros básica para 4,75% a.a.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.