Mercados continuam apreensivos com tarifaço de Donald Trump

27/02/2025 às 09:10

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Quinta

Fev

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Mercados

Os mercados voltaram a se preocupar com as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump. Ontem (26), ele afirmou que pretende impor tarifas de 25% sobre importações da União Europeia e acrescentou que as tarifas contra Canadá e México entrarão em vigor a partir de 2 de abril.

Os mercados agora voltam a atenção para o índice PCE, a medida de inflação preferida do Fed, que será divulgado na sexta-feira (28). A previsão é de que o índice mensal do PCE fique em 0,3%, enquanto o núcleo do indicador deve subir 0,3%, reduzindo a taxa anualizada de 2,8% para 2,6%.

As taxas dos Treasuries dos EUA operam em alta nesta quinta-feira (27), com a taxa do título do Tesouro de 10 anos subindo para 4,31%, enquanto a do papel de 2 anos está em 4,11%. O dólar norte se fortaleceu hoje e o índice DXY avançou 0,10%, para 106,56 pontos — afastando-se da mínima de 106,12 registrada na segunda-feira (24). O ouro à vista recuou 0,1%, para US$ 2.912,94 por onça.

Os preços do petróleo subiram, com preocupações sobre a oferta ressurgindo após o presidente Trump anunciar a revogação da licença concedida à Chevron para operar na Venezuela, o que pode restringir o fornecimento de petróleo bruto. Os contratos futuros do Brent avançaram 19 centavos, ou 0,3%, para US$ 72,7 por barril.

Os mercados asiáticos fecharam sem direção única nesta quinta. Na China, a reunião parlamentar anual do país, conhecida como “Duas Sessões”, começa na próxima terça-feira (04). Espera-se que o fórum reconheça uma desaceleração na demanda doméstica e divulgue detalhes sobre estímulos fiscais para sustentar o crescimento diante das tensões comerciais com os EUA.

Os mercados europeus operaram em baixa nesta hoje, após Trump voltar a ameaçar a imposição de tarifas de 25% sobre importações da União Europeia ontem. Em Wall Street, os contratos futuros de ações avançavam no início da sessão, enquanto investidores digeriam os resultados da Nvidia.

As ações da Nvidia subiram cerca de 0,6% após um forte balanço. A fabricante de chips superou as estimativas para o quarto trimestre, tanto em receita quanto em lucro, e afirmou que espera um faturamento no primeiro trimestre acima das previsões. A receita da empresa no último trimestre avançou 78%, enquanto o faturamento do ano fiscal completo cresceu 114%, para US$ 130,5 bilhões, refletindo a forte demanda contínua.

No Brasil, o Ibovespa registrou queda de 0,96%, aos 124.769 pontos. O dólar à vista subiu 0,86%, para R$ 5,8035, em meio à percepção de maior deterioração fiscal, o que fez as taxas de juros futuras registrarem forte alta.

Economia

Brasil: Em janeiro de 2025, a economia registrou a criação líquida de 137,3 mil empregos formais, com admissões e desligamentos atingindo recordes mensais. Ajustados sazonalmente, os dados mostram um aumento de 9,8% nas admissões e 1,9% nos desligamentos em relação ao mês anterior, resultando em um saldo positivo de 147,9 mil vagas. Esse desempenho superou dezembro (+30,2 mil), mas ficou abaixo de janeiro de 2024 (+206,6 mil). Esse resultado reverteu a tendencia de desaceleração da média móvel de 3 meses de geração de vagas, que havia desacelerado para 83 mil em dezembro e acelerou para 100 mil vagas.

Todos os grandes setores, exceto o comércio, apresentaram saldo positivo, com destaque para a indústria e a agropecuária. A expectativa de uma safra recorde em 2025, com crescimento estimado de 11,1% na produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, deve impulsionar a Agropecuária e beneficiar indiretamente subsetores industriais e de serviços, como processamento de matérias-primas, armazenagem e transporte rodoviário de cargas.

Brasil: O Índice de Confiança do Comércio caiu 3,8 pontos em fevereiro, atingindo 85,5 pontos, o menor nível desde dezembro de 2023. A queda foi generalizada entre os segmentos e afetou tanto a percepção atual quanto as expectativas futuras, refletindo a demanda enfraquecida e a falta de perspectiva de melhora no curto prazo diante de um cenário macroeconômico adverso. O Índice de Situação Atual recuou para 88,5 pontos, com piora na avaliação dos negócios e do volume de demanda, enquanto o Índice de Expectativas caiu para 83,2 pontos, marcando a quarta retração consecutiva.

O Índice de Confiança de Serviços ficou praticamente estável em fevereiro, ao variar -0,1 ponto, para 91,7 pontos. Apesar de uma leve melhora na percepção do presente, a cautela persiste, principalmente nos serviços voltados às famílias — mais sensíveis à inflação e ao poder de compra. A estabilidade do indicador reflete movimentos opostos nos subíndices: o Índice de Situação Atual subiu 0,4 ponto, para 95,1 pontos, enquanto o Índice de Expectativas recuou 0,4 ponto, para 88,6 pontos, indicando pessimismo para 2025 diante das incertezas econômicas e dos juros elevados.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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