Por Rebeca Nevares, Sócia da Monte Bravo.
Na última semana, a B3 anunciou uma nova metodologia para o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial). O índice, que tem como foco a representação do desempenho médio das companhias brasileiras na agenda ESG, foi desenvolvido em 2005 e será ampliado a partir de 2022.
Antes, somente 40 empresas faziam parte da composição. Agora, com as alterações, a companhia que quiser fazer parte precisa estar entre as 200 mais negociadas em bolsa.
O novo método também inclui a divulgação pública das notas das empresas que aplicaram para participar do índice, seja aprovada ou não. Contudo, precisarão passar por avaliações que serão divididas entre os temas: meio ambiente, governança e alta gestão, capital humano e social, modelo de negócios e inovação.
Além disso, segundo a B3, o ISE sofrerá uma redução no primeiro momento e as notas das companhias junto aos novos parceiros Carbon Disclosure Project (CDP) e RepRisk, serão consideradas.
Na prática, quem quiser participar precisará ter nota C ou mais no CPD, organização que ajuda empresas a divulgarem seus impactos ambientais, e 50 pontos ou menos no RepRisk, de ciência de dados ambientais, sociais e de governança. Vale ressaltar que uma vez dentro do índice, caso haja piora nos indicadores, a ação deixará de fazer parte da carteira.
Também vale destacar que o peso na composição da carteira não será mais baseado no valor de mercado, mas, sim, no desempenho em relação ao ESG.
Além disso, antes era cobrada uma taxa de R$35 mil do negócio que quisesse fazer parte do ISE. A partir da mudança a entrada será gratuita.
Por fim, a iniciativa da B3 mostra o avanço do mercado nas questões de responsabilidade socioambiental ao tornar o índice mais amplo, simples e transparente. As empresas que fizerem parte dele, sem dúvidas, serão vistas com outros olhos pelos investidores, o que sem dúvida afetará os resultados no futuro.
Como já destaquei em artigos anteriores, existem diversas iniciativas surgindo recentemente e este é, para mim, um caminho sem volta. Bons negócios!