O cenário econômico do Brasil mudou muito nos últimos cinco anos. Fatores políticos foram impactantes, mas novos incentivos fiscais e os recordes de diminuição dos juros básicos fizeram com que o país entrasse em um patamar jamais antes visto.
Não à toa, o número de brasileiros interessados em investimentos cresceu abruptamente em diversos, fazendo com que muitos saíssem da poupança e até mesmo da Renda Fixa. Mas pensando nestes produtos “conservadores”, ainda vale a pena investir em fundos que dependem da taxa básica de juros?
Vamos ao cenário:
Juros nominais (quanto o seu investimento rendeu, cálculo antes de ser descontada a inflação, ou seja, rendimento bruto) e juros reais (quanto o seu investimento rendeu depois de a inflação ser descontada) em suas mínimas históricas. E mesmo assim, garanto que digo sim para essa resposta.
Independentemente do valor da taxa Selic, a nossa taxa básica de juros da economia é referência para a rentabilidade de diversos investimentos, sempre se enxergou a necessidade de se investir na modalidade de renda fixa.
Como exemplo disso, são os investimentos internacionais. Mesmo a juros baixos, os estrangeiros não deixam de ter uma parte da alocação de seus portfólios em títulos públicos.
Nos EUA, por exemplo, mesmo com os juros entre 0 e 0,25%, os famosos treasuries americanos não deixam de ser uma opção considerada segura e necessária. E durante a crise, mais ainda, justamente pelas incertezas do momento e do futuro.
Outro ponto importante: a reserva de liquidez e sobre ela ser considerada uma oportunidade. Chamemos de reserva de oportunidade então.
Mas como assim?
Investimentos em ativos de renda fixa com alta liquidez podem caracterizar uma estratégia em momentos de oportunidade. Já pensou nisso? Imagina ter um capital destinado a um investimento seguro e líquido, ou seja, que te possibilite o resgate a qualquer momento sem prejuízos financeiros.
Esse investimento pode ser utilizado em um momento estratégico, exemplo quando você encontrar alguma oportunidade em outra classe de ativo.
Pensando assim, a carteira mais arrojada, pensada para o perfil de investidor com maior apetite ao risco, não necessariamente vai representar a mais estratégica – o que pode parecer para muitas pessoas, já que é composta por uma grande parte de ativos de renda variável, que são considerados os ativos com maior potencial de rentabilidade.
E por quê? Uma carteira balanceada, e baseada na teoria moderna de portfólio de Harry Markowitz, que em 1990, pensou na minimização dos riscos e maximização dos retornos, enfatizou a importância de que, MESMO uma carteira elaborada para um perfil arrojado, pode e deve ter ativos de renda fixa.
Dependendo de diversos fatores, uma carteira com objetivos majoritariamente arrojados, pode não ser tão líquida – e o que eu sinalizaria como liquidez nesse caso: o tempo para que você encontre um comprador para diminuir posição em um determinado ativo, ou ainda, poder vender seu ativo em um momento que não te cause prejuízo financeiro.
Mas afinal, vale a pena ou não?
Para concluir, a renda fixa não morreu. Neste artigo, pensei em trazer pontos interessantes para o conceito da renda fixa como um todo, independentemente da manutenção das taxas de juros.
Obter ativos de renda fixa, que costumam ser mais líquidos que os de renda variável, como estratégia para oportunidades que podem surgir e a importância de pensar em um portfólio diversificado e composto por diversas classes de ativos se mostra interessante e essencial, respectivamente, independente do seu perfil de investidor.
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*Este artigo foi escrito por Marina Seixas, produtora de conteúdos da Monte Bravo.