Renda fixa isenta de IR: entenda o benefício no longo prazo - Monte Bravo

Renda fixa isenta de IR oferece retorno superior, e benefício é maior no longo prazo; entenda

03/10/2024 às 14:45

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Quinta

Out

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Conheça as vantagens da renda fixa isenta de IR

O ajuste recente da Selic para 10,75% ao ano tende a aumentar ainda mais a atratividade de investimentos ligados a taxas de juros, especialmente a da renda fixa isenta de IR.

Os títulos dessa categoria se destacam por oferecerem retorno superior ao da renda fixa tradicional. Isso ocorre justamente por causa da isenção de Imposto de Renda, um benefício válido para investidores pessoa física.

Segundo a Anbima, associação que representa fundos de investimento no Brasil, o investimento nesses títulos cresceu 7,3% no primeiro semestre de 2024. Ele atrai investidores também em razão de mudanças na tributação de fundos exclusivos.

Neste post, vamos entender o diferencial da renda fixa isenta de IR e saber o que considerar antes de aplicar recursos nesses títulos. Acompanhe a seguir.

Renda fixa isenta de IR: como funcionam os investimentos dessa categoria?

A renda fixa isenta de Imposto de Renda funciona como a renda fixa tradicional: os títulos são uma espécie de empréstimo.

De um lado, há um emissor que busca recursos para financiar projetos. Esse emissor pode ser um banco, uma securitizadora, uma companhia do setor imobiliário, do agronegócio, uma construtora e assim por diante.

Do outro lado, há os investidores: pessoas, clubes e fundos de investimento que compram esses títulos em troca da devolução do dinheiro no futuro corrigida por juros.

A principal diferença entre a renda fixa tradicional e a renda fixa isenta de IR, além da isenção do imposto para investidores, está nas regras para a emissão dos títulos isentos. Vamos entender melhor a seguir.

Quais são os títulos de renda fixa isenta de IR?

LCI e LCA

As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos emitidos por bancos e financeiras. Os recursos são destinados a empréstimos para companhias desse setor.

As regras para emissão de LCIs e LCAs mudaram em 2024. O principal impacto para o investidor é o aumento no prazo de resgate: antes, esse prazo era de três meses; agora, o prazo mínimo passou a ser de 9 meses.

Esses títulos contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que reembolsa aplicações e depósitos no limite de R$ 250 mil por emissor (considerando o conglomerado financeiro). O teto é de R$ 1 milhão por CPF em caso de inadimplência de mais de um emissor.

CRI, CRA e CDCA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e do Agronegócio (CRAs) são títulos emitidos por securitizadoras.

O CRI serve para financiar a compra, a construção ou a reforma de imóveis: casas, prédios, terrenos e galpões logísticos, por exemplo.

O CRA, por sua vez, levanta recursos para projetos ligados ao agronegócio: capital de giro e investimentos ligados às atividades nesse setor.

Os Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs) também são destinados a essa finalidade, mas há diferenças técnicas sobre quem pode emitir esses títulos.

Saiba mais: Investir em títulos do agronegócio: qual a diferença entre CDCA, CRA e LCA?

Debêntures incentivadas e de infraestrutura

As debêntures são títulos emitidos por empresas para financiar investimentos com prazo mais longo: entre cinco e dez anos.

Existem diversas categorias de debêntures, como explicamos neste post, e cada tipo tem suas particularidades em relação às garantias para investidores.

As debêntures isentas de Imposto de Renda são:

  • debêntures incentivadas: criadas a partir da Lei 12.431/11, permitem a emissão de títulos por empresas para financiar projetos de infraestrutura, como a construção de aeroportos, estradas, pontes, usinas de energia e assim por diante;
  • debêntures de infraestrutura: criadas pela Lei 14.801/24, são destinadas a projetos que beneficiam o desenvolvimento do país. Podem ser emitidas por companhias autorizadas a explorar serviços públicos, como empresas de energia, transporte e saneamento básico.

Quanto rendem os títulos isentos de IR?

A rentabilidade da renda fixa isenta de IR pode ser dada de três maneiras:

  • taxa prefixada: é possível saber com antecedência quanto o investimento vai render;
  • taxa pós-fixada: é atrelada a algum indicador financeiro, como o CDI ou a Selic;
  • taxa híbrida: composta por uma parte prefixada e outra atrelada a algum indicador do mercado. É o caso dos títulos IPCA+, que oferecem uma taxa fixa somada à variação da inflação no período do investimento.

Por que investir em renda fixa isenta no cenário atual?

A renda fixa isenta se torna ainda mais atrativa em períodos de taxas de juros elevadas, como no cenário atual.

Ao investir em um CDB, por exemplo, parte da rentabilidade é consumida pelo pagamento de Imposto de Renda. A alíquota varia de 15% a 22,5%, dependendo do tempo de aplicação.

Em contraste, toda a rentabilidade dos títulos isentos vai para o investidor. O benefício é ainda maior para quem investe no longo prazo, como veremos adiante.

A combinação de uma taxa de juros elevada com a isenção de impostos pode gerar ganhos substanciais para aqueles que têm a capacidade de manter seus investimentos por períodos mais longos.

E, nesse cenário, os títulos ligados à inflação (IPCA) são especialmente interessantes. Afinal, a chance de comprar hoje um título que oferece uma rentabilidade de IPCA + 6% ao ano ao longo da próxima década é rara no mercado financeiro.

Ao investir em títulos atrelados ao IPCA, o investidor protege seu capital da inflação, o que é fundamental em cenários de incerteza econômica.

Saiba mais: Por que IPCA+6% ao ano (ou mais) é uma oportunidade rara no mercado de renda fixa

Renda fixa tradicional versus renda fixa isenta de IR: veja uma simulação de investimento

Imagine investir R$ 10 mil em um CDB e outros R$ 10 mil em um CRI (título isento de IR ligado ao setor imobiliário).

Considerando um rendimento de 10% ao ano para ambos, o resultado seria:

CDB 10% ao ano 
Investimento de 1 ano 
 
Valor aplicado: R$ 10 mil 
Rendimento bruto: R$ 1 mil 
Rendimento líquido: R$ 825,00 (IR 17,5%) 
Resultado: R$ 10.825,00
CRI 10% ao ano 
Investimento de 1 ano 
 
Valor aplicado: R$ 10 mil 
Rendimento bruto: R$ 1 mil 
Rendimento líquido: R$ 1 mil (isento de IR)
Resultado: R$ 11 mil
*A simulação apresenta resultados ilustrativos e não serve como parâmetro para transações passadas ou futuras. Vale lembrar que, especialmente em caso de resgate antecipado, não há garantia de rentabilidade. 

Ou seja: neste caso, aproximadamente 2 meses da rentabilidade do CDB viraram imposto. No CRI, toda a rentabilidade foi para você. 

No longo prazo, essa diferença é ainda mais relevante:

CDB 10% ao ano 
Investimento de 10 anos 
 
Valor aplicado: R$ 10 mil 
Rendimento bruto: R$ 15.937,42 
Rendimento líquido: R$ 12.046,81 (IR 15%) 
Resultado: R$ 22.046,81
CRI 10% ao ano 
Investimento de 10 anos 
 
Valor aplicado: R$ 10 mil 
Rendimento bruto: R$ 15.937,42 
Rendimento líquido: R$ 15.937,42 (isento de IR)
Resultado: R$ 25.937,42
*A simulação apresenta resultados ilustrativos e não serve como parâmetro para transações passadas ou futuras. Vale lembrar que, especialmente em caso de resgate antecipado, não há garantia de rentabilidade. 

Note que a diferença entre a renda fixa tradicional e a renda fixa isenta, neste caso, foi de quase R$ 4 mil. 

Essa dinâmica se amplifica ao longo do tempo. Quanto maior o prazo do investimento, mais significativa é a diferença entre os retornos dos papéis isentos e tributados.

Saiba mais: Que tal dobrar o valor real investido em dez anos? Veja o estudo feito pelo time da Monte Bravo

O que considerar antes de investir em títulos do agronegócio

1. Perfil do investidor

  • LCIs e LCAs: têm diferentes níveis de risco e podem atender desde perfis conservadores até investidores mais arrojados.
  • CRIs, CRAs, CDCAs e debêntures: são considerados mais arriscados e, portanto, voltados para investidores com perfis moderado e arrojado.

2. Prazo do investimento

Como vimos anteriormente, há um prazo mínimo de nove meses para o resgate das LCIs e LCAs. No entanto, bancos e financeiras podem oferecer prazos maiores (e com rentabilidade mais alta), a depender de sua estratégia de captação.

Os CRIs, CRAs, CDCAs e debêntures, por sua vez, têm prazo de vencimento mais longo. Por isso, eles tendem a oferecer maior risco em relação a uma aplicação com prazo menor. Mas, uma vez que oferecem maior risco, tendem a ter maior rentabilidade.

Antes de fazer suas aplicações, vale a pena considerar o prazo do investimento e a taxa oferecida pelos papéis e comparar essas duas condições com as de outros investimentos oferecidos no mercado.

3. Liquidez

O investimento em CRIs, CRAs, CDCAs e debêntures pode oferecer liquidez menor em razão do prazo e do emissor do título.

É até possível resgatá-los antes do vencimento a partir da venda desses títulos no mercado secundário. Porém, as condições variam e, em alguns casos, podem não ser tão vantajosas. Por isso, o mais adequado é manter o investimento até o vencimento.

De qualquer forma, vale a pena contar com assessoria especializada para avaliar quando é a hora certa de resgatar seus investimentos. Os especialistas da Monte Bravo podem ajudar você nessa tarefa.

4. Riscos envolvidos

Existem dois principais riscos envolvidos no investimento em títulos do agronegócio:

  • Risco de mercado: possibilidade de mudança nas taxas de juros, liquidez e outras condições de mercado;
  • Risco de crédito: possibilidade de inadimplência do emissor do título. No caso dos CRAs e CDCAs, em que não há cobertura do FGC, esse risco é maior.

5. Qualidade e solidez do emissor

Na hora de avaliar o investimento em títulos de renda fixa (isentos ou não), o tamanho e a reputação da empresa emissora também importam.

Títulos de companhias maiores costumam ser considerados de melhor qualidade. Isso porque elas oferecem garantias mais sólidas e, em teoria, o risco de falta de pagamento é menor.

Uma das formas de analisar essa qualidade é por meio do rating (classificação de risco), uma avaliação emitida por agências como S&P, Fitch, Moody’s e outras.

Essa avaliação é composta por letras e símbolos que indicam a qualidade do título, sendo:

  • Notas A: baixo risco de crédito;
  • Notas B: risco moderado;
  • Notas C: risco elevado;
  • Nota D: em default (instituições inadimplentes).

Outra forma de analisar o risco é entender quais garantias o emissor oferece em caso de inadimplência. O prospecto da emissão de CRIs, CRAs, CDCAs e debêntures é o documento que fornece informações detalhadas sobre esse ponto.

6. Rentabilidade

A rentabilidade de um título de renda fixa está diretamente ligada ao risco do emissor, ao prazo e às garantias do investimento e, portanto, não deve ser avaliada isoladamente.

Nessa avaliação, prevalece uma máxima comum nos investimentos: quanto maior for o risco, maior tende a ser o retorno oferecido.

Por isso, vale a pena analisar o rating e os materiais que detalham a oferta — eles ajudarão você a tomar uma decisão informada e fazer uma boa escolha de títulos para a sua carteira.

Conte com a Monte Bravo para escolher os investimentos ideais para você

Como você viu, investir em renda fixa isenta de IR é uma estratégia vantajosa, especialmente para quem tem horizontes de longo prazo e está disposto a manter o dinheiro aplicado por mais tempo.

Vale a pena analisar as oportunidades, entender os riscos de cada investimento e escolher o prazo que melhor se encaixa nas suas necessidades.

Mas você não precisa fazer 100% desse trabalho. Os especialistas da Monte Bravo estão à disposição para ajudar você a definir a estratégia ideal para seus objetivos.

Além disso, oferecemos oportunidades exclusivas em renda fixa para nossos clientes. Inclusive, contamos até com uma área dedicada a estruturar emissões. Abra sua conta na Monte Bravo ou fale com seu assessor de investimentos para saber mais detalhes.

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