Planejamento patrimonial ou sucessório tem o objetivo de administrar, manter e crescer os bens materiais e imateriais da família, empresa ou de uma pessoa. Ele é realizado seguindo a aplicação de boas práticas de gestão dos bens.
A construção de um patrimônio não é algo fácil. Nesta jornada, é comum lidar com oscilações econômicas, má gestão da fortuna, apostas em setores que não vão bem. São vários os riscos aos quais o patrimônio familiar está exposto ou que podem colocar todo o trabalho a perder. O planejamento patrimonial é importante por isso, para proteger o legado familiar desenvolvido durante a vida.
Segundo pesquisa de 2018, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 70% das empresas familiares fecham após a morte do primeiro fundador. Isso ocorre em muitos casos pela falta de um plano jurídico e de gestão estruturado para a continuidade do negócio.
O dado acima demonstra porque a gestão de patrimônio é essencial. Neste artigo, você vai entender a importância do planejamento patrimonial e quais profissionais podem te ajudar na atividade.
Esse planejamento une estratégias financeiras e jurídicas para preservar e desenvolver o patrimônio. Ele apoia a família, empresa ou a pessoa física no momento da estruturação da fortuna acomulada. Ou seja, o planejamento patrimonial ajuda na preservação desse patrimônio, que inclui o momento de sucessão de bens, quando ele é passado de uma geração à outra.
O objetivo é garantir que tudo ocorra bem na transferência de bens para a próxima geração, causando o mínimo possível de perdas e complicações. Além disso, visa proteger e aumentar os bens, com a intenção de manter o saldo financeiro sempre positivo.
Nesse processo é importante ter a assessoria de profissionais tanto do mercado financeiro quanto do meio jurídico.
O primeiro, garante que sejam escolhidas opções de investimento e preservação dos bens de acordo com objetivos e metas traçadas, sem perdas financeiras.
Já o segundo, garante que todas as opções e processos escolhidos sejam feitos legalmente. Principalmente em processos de sucessão, quando há exigências jurídicas que podem afetá-los.
Por que fazer um planejamento patrimonial?
Imagine o seguinte cenário: seu avô construiu, durante anos, um negócio que alcançou o sucesso. Com mais de 70 anos de atividade, a empresa se consolidou no mercado e na área em que atua. Porém, no momento em que é passada para você, as coisas começam a desandar.
Processos jurídicos, impostos e perda de investimento são fatores que podem atingir a empresa. Com isso, o legado familiar desenvolvido durante anos corre o risco de ser comprometido.
É uma situação bastante comum, especialmente no Brasil. Em muitos casos, empresas familiares fecham por falta de um planejamento patrimonial anterior. Um estudo da consultoria PwC, realizado em 35 países, constatou que 36% das empresas sobrevivem à passagem para a segunda geração e 19%, chegam à terceira geração. Somente 5% das companhias analisadas sobrevivem para a quinta ou mais gerações.
E isso não acontece apenas no casos de empresas. O patrimônio, em geral, também exige planejamento para que não seja perdido ao longo dos anos.
Um planejamento bem feito ajuda a:
- Evitar a falência da empresa ou a perda do patrimônio em geral;
- Fazer boas opções de investimento, alinhadas aos objetivos da pessoas investidora;
- Fazer o dinheiro render mais ao longo do tempo;
- Ter maior previsibilidade de gastos, impostos e demandas legais que patrimônio e investimentos possam ter;
- Evitar problemas com a justiça em processos de sucessão de bens;
- Alinhar os objetivos da estratégia, seja da empresa ou da pessoas física, com a gestão do patrimônio;
- Não entrar em dívidas.
Portanto, planejando o seu patrimônio, você garante mais segurança para tudo o que foi construído até aqui.
É evidente que o planejamento não elimina os riscos. No entanto, quem planeja, ganha previsibilidade e reduz as chances deles atingirem negativamente o patrimônio. Planejar, sabendo quais são os riscos e as ações a tomar caso eles se concretizem, é a melhor maneira de se proteger.
Como fazer um bom planejamento patrimonial
Para fazer um bom planejamento, primeiramente é necessário realizar a análise dos bens. Afinal de contas, só é possível se planejar se você souber, de fato, o que tem em mãos.
Faça um levantamento de todos os bens materiais e imateriais do patrimônio, apontando a situação de cada um deles: como está a documentação, valores, multas, dívidas etc.
Com o diagnóstico, é possível ter uma visão detalhada do patrimônio para definir melhor a estratégia que mais faz sentido. Nesse processo, é preciso elencar quais são os objetivos que você deseja alcançar.
A definição de objetivos é importante, pois ajuda na escolha das opções de investimento. Se o seu objetivo é triplicar o valor do patrimônio em pouco tempo, por exemplo, não faz sentido aplicar o dinheiro em opções de longo prazo.
Nesse contexto, assessoria profissional é essencial no processo. É ela quem vai te ajudar a definir com mais clareza quais são os objetivos e a estratégia mais adequada para alcançá-los.
Objetivos definidos? Hora de atentar a alguns pontos:
- Como serão separados os bens entre os membros da família ou empresa?
- Em caso de falecimento, como e para quem será feita a transferência?
- Em quais ativos e títulos será investido o dinheiro e qual porcentagem?
- Desenvolvimento de testamentos;
Em caso de empresas familiares é necessário definir, também, questões trabalhistas. Por isso, é importante a participação de um advogado especializado nesse processo. Assim, evita-se problemas jurídicos.
Passo a passo de um planejamento patrimonial eficiente
- Escolher uma boa assessoria para te auxiliar em todo o diagnóstico do patrimônio e nas escolhas futuras;
- Fazer um levantamento de todos os bens e o status de cada um;
- Definir seus objetivos a curto, médio e longo prazo em relação ao patrimônio.
- Escolher, junto de seu assessor financeiro e jurídico, as melhores opções de investimento e como administrar o patrimônio;
- Montar um plano de ação para colocar em prática as decisões tomadas no item anterior, definindo quem fará o que, prazos e os riscos de cada etapa;
O que é o inventário e como um planejamento pode ajudar?
Um inventário é a descrição detalhada de todos os bens do patrimônio de alguém que faleceu. Ele serve para formalizar a divisão e transferência para os herdeiros. Esse é um documento jurídico, que deve ser feito por um advogado de confiança. O processo pode ser doloroso e cansativo aos familiares e herdeiros, já que deve ser feito ainda no período de luto quando, em alguns casos, não se está preparado emocionalmente.
Por isso, fazer um planejamento sucessório com antecedência pode ajudar. Ou seja, os bens já estarão mapeados e o processo de sucessão estruturado.
Os riscos de não se planejar
Como já dito anteriormente, esse tipo de serviço também é uma medida de prevenção aos riscos. No caso do planejamento de patrimônio, é especialmente importante, pois geralmente se lida com montantes financeiros altos e difíceis de gerir.
A princípio, o risco de falência é um dos principais. É muito comum perder-se tudo com uma má gestão de bens e ativos. E ao mesmo tempo é bastante triste: já pensou construir um patrimônio durante um bom tempo e simplesmente perdê-lo por falta de cuidado?
Além disso, sem o planejamento há o risco de problemas judiciais. Existem taxações e exigências jurídicas sobre o patrimônio. E se planejar é deixar essas pendências e obrigações sempre em conformidade com a lei.
Se você está na dúvida se deve ou não fazer um planejamento de patrimônio junto a uma assessoria financeira, pense: vale a pena colocar em risco o legado familiar construído ao longo de anos? Se planejar é se prevenir. E se prevenir é se manter seguro contra os riscos.