Quando uma empresa decide abrir seu capital e vender ações na Bolsa de Valores pela primeira vez ela se prepara para o IPO (Ofertas Públicas Iniciais, traduzindo a sigla do inglês).
Trata-se de um passo decisivo da empresa e também dos investidores, que aguardam este momento para adquirir os primeiros papéis das estreantes no Mercado Financeiro.
Apesar da pandemia de coronavírus, 2020 foi um ano profícuo para estreantes. De acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), responsável pela autorização da entrada de novos players na B3, mais de R$ 66 bilhões já foram movimentados em 47 operações iniciais, e outras 45 empresas aguardam na fila da CVM.
Ou seja, o patamar de mais de R$ 90 bilhões de 2019 deve ser superado com folga em 2020.
O que é um IPO e como abrir um?
Para abrir seu capital, a empresa precisa atingir um grau de maturidade muito expressivo, porque algumas estratégias internas e externas precisarão ser revistas.
A primeira delas é que a corporação deixará de ser uma empresa limitada para se tornar uma Sociedade Anônima, o que implica abrir não apenas seu capital, mas também seus balanços operacionais.
A partir deste momento, informações como lucros, dividendos, financiamentos, gastos operacionais e estratégias de longo prazo serão compartilhadas não apenas com os acionistas, mas com o público em geral, por meio de publicações periódicas feitas em jornais de circulação nacional.
Nem é preciso dizer que isso significa uma revolução radical nos procedimentos de compliance, porque os investidores terão acesso a uma rede de informações antes circunscrita aos diretores da empresa.
A vantagem para a empresa é que a venda de ações traz um aporte de recursos expressivo para outros investimentos internos, sem a necessidade de financiamentos ou outros processos mais burocráticos e caros, que exigem contrapartida ou são carimbados para ações específicos.
A desvantagem, havendo falta de planejamento ou problemas de gestão, é que o grupo passará a ser acompanhado mais de perto por agentes antes alheios à vida interna da empresa.
O IPO é antecedido por um profundo estudo da empresa e por procedimentos legais que costumam levar pelo menos um ano. Até tudo se concretizar, investidores começam a se animar e a acompanhar pela imprensa especializada quando a abertura de fato se dará.
Alguns eventos são especialmente importantes:
- Roadshow: São os encontros patrocinados pela diretoria da empresa para apresentar o planejamento de entrada na bolsa a assessores financeiros, instituições, operadores do mercado nacional e internacional, entre outros atores que podem se interessar pelo negócio.
- Registro: Feito isso, a empresa pode pleitear junto à CVM o registro de sua companhia aberta. No site da comissão, é possível ver todas as empresas que fizeram este pedido ano a ano.
- Divulgação do prospecto: Esse relatório traz dados gerais e específicos da companhia, com o objetivo de ampliar a transparência e captar investidores.
- Bookbuilding: Estágio essencial, o bookbuilding traz as ações que os investidores prévios se dispuseram a comprar e cria um preço de largada a partir do qual os papéis serão apresentados.
Estabelecidos esses eventos, a empresa está pronta para o IPO, sacramentado em um grande evento na Bolsa de Valores.
E o que você, investidor, pode fazer para participar disso?
A primeira coisa é abrir uma conta em uma corretora de investimentos ou em uma instituição bancária autorizada a operar com a B3.
Em seguida, deve acompanhar na CVM, com a sua assessoria ou na imprensa especializada quais empresas estão pleiteando a abertura de capital ou que já estão no prelo. Leve em conta a solvência da empresa e o tipo de atividade que o grupo desenvolve.
Depois, faça um pedido de reserva de ações, já incluindo o valor que está disposto a custear pelas ações. Prepare-se para eventualmente oferecer garantias por essas ações e garantir sua participação.
Depois, é só pagar pelas ações quando o bookbuilding estiver pronto e acompanhar o andamento de seus papéis como em um investimento convencional.
A Monte Bravo Investimentos acompanha de perto os passos estratégicos de todas as empresas que estreiam na B3 e mantém seu time de assessores a postos para ajudá-lo também na sua estreia no mercado financeiro.
Quem sabe seu gesto inicial não seja justamente com uma empresa que abriu agora seu capital?