Mercados
A diretora do Fed, Michelle Bowman, reiterou nesta quarta-feira (26) sua visão básica de que “a inflação diminuirá ainda mais com a taxa de política mantida estável”. Bowman disse ainda que cortes nas taxas de juros serão “eventualmente” apropriados se a inflação se mover de forma sustentável em direção a 2%.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão mais altos nesta quinta-feira (27), com a taxa de juros do Tesouro de 10 anos subindo para 4,34% e o Tesouro de 2 anos atingindo 4,76%.
O dólar permanece estável perto de um pico de 8 semanas enquanto as taxas de juros de referência de 10 anos mantiveram-se firmes. O índice do dólar está próximo de um pico de aproximadamente 2 meses e estabilizou-se em 106.
Os preços do ouro estabilizaram-se nesta manhã após caírem para uma mínima de duas semanas na sessão anterior, com o ouro à vista inalterado em US$ 2.299 por onça. As criptomoedas subiram, com o Bitcoin avançando mais de 3% para US$ 62.103.
Os preços do petróleo caíram no início do pregão de hoje, pois um aumento inesperado nos estoques dos EUA alimentou temores sobre a demanda lenta. Os futuros do petróleo bruto Brent caíram 0,4% para US$ 84,17 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam em baixa à medida que o iene japonês enfraqueceu para uma mínima de quase 38 anos na noite de quarta-feira, atingindo 160,82 contra o dólar dos EUA. As ações europeias abriram ligeiramente em baixa na quinta-feira, alinhadas com os futuros do S&P 500 dos EUA.
Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,25%, aos 122.641 pontos, impulsionado pela alta do minério de ferro que impulsionou metálicas — especialmente a Vale (+1,24%). O dólar avançou 1,19%, cotado a R$ 5,5194, no maior patamar desde janeiro de 2022.
A moeda reagiu às falas do presidente Lula, que acentuaram a percepção de risco fiscal crescente e fomentaram mais dúvidas sobre a condução da política monetária.
Economia
EUA – As vendas de casas novas recuaram para 619 mil unidades em maio, ficando abaixo da expectativa de 633 mil unidades. Esse enfraquecimento das vendas está relacionado aos altos preços dos imóveis — índices recentes de preços de imóveis referentes a abril mostraram variações elevadas em comparação com o mesmo mês de 2023, entre 6,3% e 7,2% — e ao aumento dos juros das hipotecas. Esses fatores, juntos, contribuem para diminuir a capacidade de aquisição de imóveis pelas famílias.
Brasil – Governo publicou decreto com nova sistemática para metas de inflação. A partir de 1º de janeiro de 2025, a meta será descumprida se a inflação em doze meses se desviar por seis meses consecutivos da faixa de tolerância. Tanto a meta quanto o intervalo de tolerância da inflação poderão ser alterados pelo CMN com antecedência mínima de 36 meses, reduzindo incertezas sobre mudanças nas metas.
Em caso de descumprimento da meta, o Banco Central publicará uma nota no relatório e uma carta aberta do Ministro da Fazenda explicando as causas, medidas necessárias e prazo esperado para retorno da inflação aos limites estabelecidos. A nota e a carta poderão ser renovadas se necessário.
Brasil – O IPCA-15 subiu 0,39% em junho, abaixo da expectativa de 0,47% e do consenso de mercado de 0,44%. A alta foi impulsionada por alimentos afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul e pela reversão da deflação de aparelhos eletrônicos. A deflação de passagens aéreas, gasolina e etanol compensou essas pressões, resultando no índice menor que o esperado.
Os núcleos subiram 0,34% em junho, acelerando em relação a maio. A variação em 12 meses, no entanto, ficou estável em 3,5%. Os bens registraram alta de 0,33%, interrompendo a desaceleração anual, o que desafia a convergência da inflação às metas. Serviços pressionados subiram 0,40%, com desaceleração anual de 4,8% para 4,6%, acima da meta de 3,0%, exigindo cautela do BC.
O IPCA-15 surpreendeu positivamente, mas mostrou dinâmica mista. A inflação atual não é preocupante, mas os riscos permanecem elevados. Com a prévia da inflação, revisamos a projeção do IPCA de junho de 0,35% para 0,33% e mantivemos a projeção de 4,2% para 2024.