📄 Para conferir o Informe Diário em formato PDF, clique aqui.
Mercados
Os mais importantes formuladores de política monetária do mundo estão reunidos em Jackson Hole, Wyoming, nesta sexta-feira (11). A reunião se dá por um já tradicional simpósio do Fed de Kansas City.
O mercado vai ficar atento ao discurso que Jerome Powell fará às 11h para avaliar até que ponto as taxas de juros poderão cair no curto prazo.
Na quarta-feira (21), a ata da reunião de julho do Fed mostrou que a “grande maioria” dos diretores acreditava que “se os dados continuarem chegando como esperado, provavelmente será apropriado flexibilizar a política na próxima reunião.”
Os mercados atribuem uma chance de 76% de que o Fed corte as taxas em 25 p.b. na reunião de 18 de setembro, com o total de cortes chegando a 100 p.b. nas próximas três reuniões. Na visão da Monte Bravo, Powell vai sancionar o início do ciclo em setembro, mas não deve indicar um corte mais agressivo porque a economia dos EUA segue crescendo.
A taxa do título de 10 anos do Tesouro dos EUA caiu ligeiramente hoje e está em 3,84%. O título de 2 anos está estável em 4,0%.
O dólar está estável com o DXY em 101,4. O ouro à vista subiu 0,6%, para US$ 2.498 por onça e os futuros do ouro nos EUA ganharam 0,7%, para US$ 2.534.
Os preços do petróleo estão estáveis com os futuros do petróleo Brent em US$ 77,2 por barril.
Os mercados da Ásia fecharam em sua maioria em queda. Na Europa, as ações operam em leve alta em linha com os futuros de ações em Nova Iorque.
Por aqui, ontem, enquanto o Ibovespa caiu 0,95%, aos 135.173 pontos, o dólar apresentou forte alta de 1,98%, cotado a R$ 5,5904. O câmbio reagiu às falas mais amenas dos diretores do BC (veja abaixo) indicando que uma alta da Selic é possível, mas não está sacramentada pois depende dos dados até a reunião.
Os juros futuros fecharam em forte alta na esteira do dólar, com o trecho mais longo subindo mais do que a parte curta da curva. Isto indica um aumento da percepção de risco.
Economia
EUA – A atividade da indústria manufatureira recuou, refletindo uma fraqueza generalizada na produção, nos pedidos e no emprego nas fábricas. O PMI industrial para agosto caiu para 48 pontos, abaixo do esperado. Por outro lado, o setor de serviços mostrou uma expansão mais robusta, embora os preços cobrados pelos prestadores de serviços tenham atingido o nível mais baixo desde o início do ano. Com isso, a inflação tem recuado gradualmente para níveis normais, mas a economia enfrenta o risco de desaceleração. Em contraste, o setor de serviços experimentou um ligeiro aumento nos novos negócios e demonstrou um otimismo moderado em relação ao futuro.
Brasil – A arrecadação atingiu R$ 231,0 bilhões em julho, registrando crescimento real de 9,5% na receita total em relação ao mesmo mês do ano anterior. A principal razão para o desvio em relação à nossa projeção foi a arrecadação de COFINS, que ficou acima do esperado. Entre os eventos extraordinários, a Receita Federal destacou os recolhimentos sobre fundos exclusivos, que somaram R$ 0,3 bilhão, e os recolhimentos adiados relacionados à calamidade no Rio Grande do Sul, que totalizaram R$ 0,7 bilhão.
Na análise dos tributos, destacaram-se os crescimentos de COFINS e PIS/PASEP, impulsionados pela reoneração de combustíveis, pela robustez da atividade econômica e pela redução nas compensações tributárias.
Brasil – O diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reiterou suas declarações recentes, afirmando que uma alta dos juros ainda é uma opção para o próximo encontro do Copom, com o objetivo de enfrentar a inflação fora da meta. Ele alertou que o balanço de riscos assimétrico para a inflação não deve ser visto como um indicativo das futuras decisões do BC, ressaltando a importância de considerar as incertezas nas projeções.Diogo Guillen, também diretor do BC, destacou o cenário externo adverso e a resiliência do mercado de trabalho brasileiro, que influenciaram a atualização das estimativas de hiato do produto. Ele enfatizou que o Copom monitora os impactos da política fiscal na demanda e na inflação, alertando para a necessidade de combater as expectativas de inflação desancoradas. Guillen concluiu que o BC enfrenta vários desafios, como o ambiente externo volátil e a taxa cambial depreciada, exigindo uma abordagem cautelosa na condução da política monetária.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.