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Mercados
Os mercados globais estarão focados em eventos-chave do Fed nesta semana. A ata da reunião de julho será divulgada na quarta-feira (21), antes do discurso do presidente de Jerome Powell, presidente do Fed, em Jackson Hole, Wyoming, na sexta-feira (23).
Os investidores esperam que Powell sancione a aposta em uma redução nas taxas e analisarão suas palavras em busca de pistas sobre se o Fed começará com um corte de 25 ou de 50 pontos-base em setembro.
Os mercados estão precificando uma chance de 25% de um corte de 50 p.b. em setembro e uma redução de 25 p.b. tem chance de 75%. A soma de cortes embutido nas curvas em 2024 é de 93 pontos. Nossa visão segue sendo de que o Fed iniciará o ciclo de cortes com uma redução de 25 p.b., seguindo nesse ritmo ao longo de 2025 até que os Fed Funds cheguem em 3,50%.
As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA tiveram pouca alteração nesta segunda-feira (19), com o título de 10 anos em 3,88% e o de 2 anos em 4,06%.
O dólar permaneceu próximo à mínima de sete meses na terça-feira (20). O índice do dólar, que mede a moeda norte-americana contra seis pares, atingiu sua menor pontuação desde 2 de janeiro, de 101,8. O DXY já acumula mais de 2% de queda em agosto.
O ouro manteve-se estável perto de seu recorde histórico, com o ouro à vista a US$ 2.500 por onça. Os preços do petróleo caíram com o Brent recuando para US$ 77,54.
No front geopolítico, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ontem que o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aceitou uma “proposta de mediação” para um acordo de cessar-fogo em Gaza. No entanto, com o grupo islâmico palestino anunciando a retomada de atentados suicidas dentro de Israel e assumindo a responsabilidade por uma explosão em Tel Aviv na noite de domingo, há poucos sinais de conciliação no terreno e uma guerra mais ampla segue sendo um risco.
Os mercados da Ásia fecharam em alta nesta terça, enquanto os futuros de ações europeus e americanos estão quase estáveis nesta manhã. Ontem, por aqui o Ibovespa registrou alta de 1,36% aos 135.778 pontos, estabelecendo novo recorde de fechamento. Gabriel Galípolo reafirmou a chance de uma nova alta da Selic, o que contribuiu para a queda do dólar (-1,02%) que fechou cotado a R$ 5,4120.
Economia
Zona do Euro – O CPI aumentou para 2,6% em julho, comparado a 2,5% no mês anterior. O principal impulsionador desse aumento foi o setor de energia, onde as contas domésticas subiram 0,9% em julho deste ano, em contraste com uma queda de 1,3% no mesmo mês do ano anterior. A inflação subjacente anual permaneceu estável em 2,9%. O setor de serviços registrou uma leve queda, de 4,1% para 4% em julho, enquanto os preços dos bens industriais não energéticos mantiveram-se inalterados em 0,7%.
O CPI indica que o ritmo de desinflação na Zona do Euro desacelerou recentemente, o que reforça a necessidade de cautela por parte do Banco Central Europeu (BCE) ao considerar futuros cortes nas taxas de juros. Portanto, o BCE deverá reduzir a taxa de juros em 25 p.b. na reunião de 12 de setembro para 3,5% a.a., mas deve indicar que os próximos cortes deverão ser condicionados à evolução do cenário, não fornecendo uma sinalização clara de corte na reunião de outubro.
Brasil – O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a decisão sobre a taxa Selic dependerá das novas informações econômicas que serão divulgadas até a próxima reunião do Copom em setembro. Ele ressaltou que todas as alternativas estão em aberto, incluindo um possível aumento dos juros, e que o cenário atual é de transição de um ciclo de cortes para outras opções. Galípolo destacou a importância de monitorar as variáveis econômicas nas próximas semanas antes de tomar qualquer decisão.
Galípolo reafirmou o compromisso do Banco Central com a meta de inflação de 3%, enfatizando que a diretoria está disposta a elevar os juros sempre que necessário para atingir essa meta. Ele mencionou que a inflação projetada para os próximos 18 meses está acima da meta e destacou a importância de dissipar o ceticismo quanto à disposição do BC em aumentar a taxa de juros, se necessário. Por fim, Galípolo afirmou que a instituição possui as ferramentas necessárias para garantir que a inflação atinja a meta de 3%, independentemente das causas por trás da desancoragem das expectativas. Ele enfatizou que, embora diversas variáveis estejam fora do controle da política monetária, o BC deve manter a taxa de juros em um nível restritivo pelo tempo necessário para alcançar a meta.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.