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Mercados
As ações mundiais caíram ontem (18) com um aumento de incerteza global. A perda de impulso no setor de tecnologia, desencadeada pelo agravamento das tensões comerciais entre China e EUA, a incerteza sobre a campanha do presidente Joe Biden nos EUA e dados econômicos decepcionantes da China levaram a uma realização de lucros de mercados que estiveram em forte alta nos últimos meses.
O S&P 500 caiu 0,78% para encerrar em 5.545 pontos e o Nasdaq Composite, focado em tecnologia, perdeu 0,70% para fechar em 17.871 pontos. Esta realização faz lembrar que a volatilidade não desapareceu. O Índice de Volatilidade Cboe® (VIX), um parâmetro para o risco, disparou para máximas de três meses.
No front político, a posição de Joe Biden na nomeação presidencial democrata está cada vez mais fragilizada, com vários apoiadores pedindo sua renúncia.
Ontem, a presidente do Federal Reserve Bank de San Francisco, Mary Daly, disse que está buscando mais confiança de que a inflação está voltando à meta de 2% do Fed antes de pensarem um corte nas taxas de juros.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão um pouco mais altas. A taxa do Tesouro de 10 anos subiu para 4,20%, enquanto a de 2 anos está em 4,47%.
O índice do dólar, que mede a moeda dos EUA contra seis pares, estava em 104,2. Os preços do petróleo caíram, com o Brent negociado a US$ 84,50 o barril.
As ações asiáticas acompanharam a queda das ações dos EUA pelo segundo dia, à medida que os sinais de fraqueza econômica superaram o otimismo do mercado em relação aos cortes de juros.
Ontem, aqui no Brasil, além da aversão ao risco global, pesou sobre o mercado a percepção de que a ala política, representada pelo Ministro da Casa Civil, continua criando obstáculos aos cortes de gastos necessários para resgatar alguma credibilidade para a política fiscal. A percepção de que a Fazenda segue isolada tentando cumprir o compromisso com as metas levou o dólar a disparar 1,90%, cotado a R$ 5,5881, enquanto o Ibovespa cedeu 1,39%, aos 127.652 pontos.
Economia
Zona do Euro – O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros estáveis em 3,75% a.a., conforme o esperado. Na entrevista após a decisão, a presidente do BCE, Cristina Lagarde, afirmou que a decisão sobre a próxima reunião em setembro está “totalmente aberta” e será baseada nos dados recebidos.
Ela destacou que o crescimento salarial, as margens de lucro corporativo e a produtividade são cruciais para a inflação, e que a inflação deve retornar à meta de 2% até o final de 2025. Os ganhos salariais estão diminuindo, a produtividade teve um pequeno progresso e as margens de lucro caíram no primeiro trimestre, compensando os custos mais altos de mão de obra. Embora Lagarde não tenha prometido cortes de juros em setembro, a probabilidade de um corte aumentou de 79% para 85%.
Brasil – O Ministério da Fazenda anunciou um contingenciamento e bloqueio de despesas no valor de R$ 15 bilhões, sendo R$ 11,8 bilhões de bloqueio e R$ 3,2 bilhões de contingenciamento. O detalhamento será divulgado na próxima segunda-feira (22) junto com o relatório de avaliação de receitas e despesas primárias do 3º bimestre.
O contingenciamento de R$ 3,2 bilhões é pequeno, não sendo o necessário para o cumprimento da meta atual de déficit de R$ 28,8 bilhões. O bloqueio de R$ 11,8 bilhões visa ajustar despesas obrigatórias subestimadas, como benefícios previdenciários, resultando em uma redução das despesas discricionárias.
Apesar do anúncio ser uma sinalização no sentido correto, o total de contingenciamento e bloqueio de despesas não altera a nossa expectativa de déficit de 0,8% do PIB.
Brasil – O governo federal espera arrecadar R$ 15 bilhões com o leilão de petróleo da PPSA, com a oferta de 37,5 milhões de barris de petróleo da União no leilão que ocorrerá no próximo dia 31, na B3. A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) habilitou 10 empresas para participar. A PPSA é responsável pela gestão dos contratos de partilha de produção de petróleo. A estimativa de arrecadar R$ 15 bilhões não está incluída na projeção de resultado primário desse ano, mas ainda será insuficiente para a obtenção da meta de déficit primário de 0,2% do PIB em 2024.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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