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Mercados
Ontem (15), em um evento no Economic Club de Washington, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fez um discurso suave em relação ao cenário inflacionário, o que levou o mercado a caminhar na direção de embutir praticamente três cortes em 2024.
Powell afirmou que os três dados de inflação do segundo trimestre “aumentam um pouco a confiança” de que o ritmo de aumento de preços está convergindo para a meta de maneira sustentável e acrescentou que esperar para cortar as taxas até que a meta seja atingida significaria “provavelmente esperar demais“.
Contudo, moderou o discurso enfatizando que o Fed ainda está buscando “maior confiança” na convergência: “O que aumenta essa confiança são mais bons dados de inflação, e ultimamente temos recebido alguns desses dados …”.
Nossa avaliação é que o Presidente do Fed está preparando o terreno para uma flexibilização da política monetária, desde que os próximos dois meses não tragam uma alteração substancial deste quadro. O mercado já embutiu 100% de probabilidade para um corte de 25 p.b. em setembro e os futuros de 2024 somados chegam agora a 68 p.b. de cortes, caminhando para os 75 p.b. do Cenário Base da Monte Bravo.
As taxas dos títulos do Tesouro dos EUA estão em leve queda hoje, a taxa do título de 10 anos caiu para 4,18%, enquanto a taxa de 2 anos está em 4,41%.
O dólar está próximo das mínimas de cinco semanas com o DXY em 104,3. Os preços do ouro à vista estão estáveis a US$ 2.423,89 por onça. O Bitcoin atingiu a máxima de duas semanas na segunda-feira a US$ 63.622, reagindo ao maior favoritismo de Trump, pois ele é visto como pró-cripto.
Os preços do petróleo estão em leve queda com os futuros de Brent a US$ 84,8 por barril devido à decepção no crescimento da economia chinesa,.
Os mercados asiáticos fecharam mistos nesta terça-feira (16). As ações europeias estão em queda, enquanto as ações dos EUA estão quase estáveis. Por aqui, ontem, o dólar subiu 0,25%, cotado a R$ 5,4446,, enquanto o Ibovespa subiu 0,30%, aos 129.320 pontos impulsionado pela alta da Petrobras ON (+1,42%) e PN (+0,92%), que acompanhou as petrolíferas no mundo com a perspectiva de menos regulação com uma vitória de Trump.
Economia
China – O PIB cresceu 4,7% no segundo trimestre de 2024. A previsão era de um crescimento de 5,1%. A economia chinesa avançou apenas 0,7% na margem, também abaixo das expectativas, reforçando a percepção de desaceleração econômica. Embora as exportações tenham sido surpreendentemente robustas, não foram o suficiente para compensar as fraquezas internas, o que reforça a expectativa de novas medidas de estímulo pelo governo. Após o resultado do PIB do 2° trimestre, revisamos a projeção de crescimento do PIB da China de 5,0% para 4,9% em 2023.
As vendas no varejo desaceleraram para 2% na comparação anual em junho, refletindo as dificuldades enfrentadas pelos consumidores, que concentraram seus gastos em itens básicos, como alimentos e produtos farmacêuticos. Este número está significativamente abaixo das expectativas do mercado, que eram de 3,4%. Destaca-se a desaceleração nas vendas de bens de consumo.
A produção industrial cresceu 5,3% em termos anuais em junho, apresentando uma leve redução em relação aos 5,6% de maio. Este resultado superou a expectativa de consenso, que era de um aumento de 5,0%. Isso pode indicar resiliência no setor industrial, apesar da desaceleração geral. A produção nas indústrias de mineração acelerou, enquanto a manufatura expandiu mais lentamente, com destaque para a desaceleração na indústria automobilística. Nesse setor, a produção de veículos elétricos permaneceu forte, com um aumento de 37% em termos anuais.
O investimento em ativos fixos desacelerou ligeiramente para 3,9% no 1° semestre, refletindo a cautela das empresas privadas. Em contraste, as empresas estatais aumentaram seus gastos em 6,8%. Os investimentos em infraestrutura apresentaram um desempenho positivo, com crescimento de 5,4% no acumulado do 1° semestre frente ao mesmo período do ano passado.Brasil – O IBC-Br, que mede a atividade econômica, ficou virtualmente estável na margem em maio, e cresceu 1,3% em termos anuais. O mês superou as baixas expectativas causadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Desde o início do ano, o IBC-Br tem apresentado pequenas variações, mantendo-se em um patamar historicamente alto e atingindo um recorde. O patamar do IBC-Br de maio indica alta de 0,4% na margem no 2° trimestre da atividade, o que é compatível com nossa expectativa de 0,5% na mesma base de comparação do PIB do 2° trimestre. Nossa projeção para o ano segue em 2,3%.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.