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Mercados
Ativos de risco seguiram em alta ontem (14) após o CPI dos EUA desacelerar (veja abaixo). Os principais índices de ações dos EUA estão acima do nível de fechamento de 2 de agosto — sessão anterior ao crash global em 5 de agosto.
No front geopolítico, no Oriente Médio, a tensão segue elevada com a possível resposta do Irã ao assassinato do líder do grupo islâmico palestino Hamas. Três altos funcionários iranianos disseram que apenas um acordo de cessar-fogo em Gaza impediria o Irã de retaliar Israel diretamente pelo assassinato. No entanto, o Hamas afirmou que não participará da negociação de cessar-fogo em Gaza programada para esta quinta-feira (15) no Catar.
O dólar está estável. O DXY, índice do dólar ante seis pares, em 102,6.
Depois do CPI, os mercados estão divididos entre as duas opções de corte. Os mercados antecipam cortes de 100 bps este ano, pois embutem uma chance de 64% de um corte de 25 p.b. em setembro e 36% de uma redução de 50 pontos. A nossa visão segue sendo de três cortes de 25 p.b. em 2024.
Os juros do Tesouro dos EUA estão praticamente estáveis. A taxa do Tesouro de 10 anos está em 3,84%, enquanto o de 2 anos negocia a 3,96%.
Os preços do petróleo subiram com esperanças de que potenciais cortes de taxas de juros nos EUA impulsionem a atividade econômica e a demanda por combustível, embora preocupações persistentes sobre uma demanda global mais lenta tenham limitado os ganhos. Os futuros do Brent subiram 17 centavos, ou 0,2%, para US$ 79,93 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam em alta na quinta-feira após o crescimento do PIB do Japão superar as expectativas e a China apresentar um consumo melhor, mas uma produção abaixo do esperado (veja adiante).
As ações europeias abriram em alta, mantendo o movimento positivo da semana, enquanto os investidores digerem leituras de inflação mais baixas do que o esperado nos EUA e no Reino Unido. Os futuros das ações dos EUA apontam para uma abertura marginalmente mais alta.
Por aqui, o Ibovespa subiu 0,69%, aos 133.317 pontos. O dólar subiu 0,36%, cotado a R$ 5,4693.
Economia
China – Os dados de atividade da China em julho apontaram para um início fraco do 3° trimestre. A produção industrial cresceu 5,1% em termos anuais em julho, ficando ligeiramente abaixo das expectativas (+5,2%). A desaceleração de julho na indústria foi liderada por um crescimento mais lento da produção nas indústrias de fundição de metais ferrosos e fabricação de automóveis.
Os investimentos cresceram 3,6% e frustraram às expectativas do mercado de +3,9%, com a fraqueza generalizada e liderada pelo investimento em infraestrutura. As vendas do varejo se recuperaram e cresceram 2,7% em termos anuais em julho, acelerando da alta de 2,0% em junho. O crescimento das vendas no varejo foi liderado pelas vendas de produtos on-line.
Após a divulgação desses dados, a urgência por medidas de estímulo está aumentando — em especial nas frentes fiscal, de consumo e de habitação. Caso contrário, a meta de crescimento anual do governo de “cerca de 5%” pode estar em risco, dada a alta base de comparação do PIB no 3° trimestre de 2023.
EUA – O núcleo da inflação ao consumidor nos EUA em julho ficou em linha com as expectativas, registrando uma alta de 0,2% no mês e um recuo na taxa anual de 3,3% para 3,2%. A média móvel dos últimos três meses anualizada atingiu 1,6% — indicando uma trajetória mais positiva da inflação desde maio. No entanto, o núcleo de serviços mostrou aceleração, subindo 0,3% devido à pressão nos gastos com moradia. O núcleo de bens, por outro lado, registrou deflação de 0,3%, influenciado por quedas de automóveis e vestuário.
Em relação ao Federal Reserve (Fed), os dados de julho sugerem cautela quanto ao ritmo de cortes de juros. A expectativa é de um corte inicial de 25 pontos base em setembro, seguido por cortes da mesma magnitude nas reuniões de novembro e dezembro — o que deve levar a taxa básica de juros para 4,75% ao ano. No final do ciclo, a taxa deverá atingir 3,5% ao ano.
Brasil – As vendas no varejo em junho ficaram abaixo das expectativas. No conceito restrito, houve queda de 1,0% na margem, enquanto no conceito ampliado, o crescimento foi de 0,4% no mês, ambos aquém das projeções. Metade das categorias no conceito restrito tiveram crescimento, mas o recuo de 2,1% em hipermercados e supermercados prejudicou o geral. Em contraste, móveis, eletrodomésticos e produtos farmacêuticos tiveram alta, impulsionados pelo Auxílio Reconstrução no RS. No conceito ampliado, itens como veículos e materiais de construção recuperaram. Após a divulgação das vendas do varejo, o tracking do PIB do 2° trimestre indica alta de 0,7% na margem.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.