Mercados
O destaque desta quinta-feira (11) será o CPI de junho nos Estados Unidos, que saí às 9h30 e poderá chancelar as apostas de corte em setembro. O consenso aponta para uma alta de 0,1% no mês, levando a taxa anual para 3,1% — ante 3,3% em maio. Para o núcleo que excluí alimentos e energia, a expectativa é de 0,2% na taxa mensal e de 3,4% no acumulado de 12 meses.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão estáveis, com a taxa do Tesouro de 10 anos em 4,28% e a de 2 anos em 4,62%.
O DXY, índice do dólar, está estável em 104,95 contra a cesta de moedas. Os preços do ouro sobem pelo terceiro pregão consecutivo nesta manhã, com o ouro à vista ganhando 0,5% para US$ 2.381,83 por onça.
Os preços do petróleo estão em leve alta depois que os estoques de petróleo e gasolina caíram, sinalizando uma demanda mais forte. Os futuros do Brent subiram 35 centavos, ou 0,4%, para US$ 85,43 por barril.
Durante a noite, o Nikkei 225 do Japão ultrapassou a marca de 42 mil pontos pela primeira vez, em meio a uma alta mais ampla nos mercados da Ásia, após a alta do setor de tecnologia e com otimismo sobre os cortes das taxas do Fed.
Na Europa, as bolsas operam em alta, estendendo os ganhos enquanto os mercados globais aguardam a próxima leitura da inflação nos EUA.
Os futuros das ações dos EUA estavam marginalmente mais baixos depois que tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq Composite fecharam em recordes históricos.
Ontem (10), por aqui, os mercados locais reagiram ao IPCA abaixo das expectativas do mercado, o que levou a uma queda em toda a curva de juros futuros.
O Ibovespa subiu 0,09%, aos 127.218 pontos, enquanto o dólar teve leve queda de 0,04%, cotado a R$ 5,4126.
Economia
EUA – O Presidente do Fed, Jerome Powell, em seu testemunho na Câmara dos Representantes, mostrou-se cauteloso. Ele afirmou que a inflação tem diminuído, mas ainda não está claramente em direção à meta de 2%. Dados recentes indicam progresso moderado, e leituras positivas futuras podem aumentar a confiança do banco central americano.
Powell evitou indicar quando ocorrerão cortes nas taxas de juros, destacando os riscos de agir muito rápido ou devagar. É provável que o FOMC não reduza as taxas na próxima reunião em julho. O Fed também está focado em reduzir seu balanço patrimonial e discutir mudanças nas regras para grandes bancos, enfatizando a colaboração com outras agências reguladoras para evitar problemas como os de 2019.
Brasil – O IPCA subiu 0,21%, abaixo da nossa expectativa (0,33%) e do consenso do mercado (0,32%). A alta menor nos alimentos, devido a menores impactos das enchentes e deflação sazonal de alguns itens de alimentos, foi a principal surpresa. A deflação de Passagens aéreas e de móveis também contribuíram para a queda.
Os núcleos subiram 0,23% em junho, desacelerando em relação a maio (0,39%), mas a variação anual aumentou ligeiramente de 3,5% para 3,6%. Bens subiram 0,15%, com deflação de móveis compensada por alta de automóveis, interrompendo a desaceleração anual (de 0,35% para 1,1%). Serviços desaceleraram, com o núcleo de serviços subindo 0,36% em junho, mas a variação anual desacelerou de 4,8% para 4,5%.
Apesar da surpresa favorável do IPCA em junho, os fatores de risco permanecem, como desancoragem das expectativas de inflação, incerteza fiscal e cenário global adverso. A taxa Selic deve permanecer em 10,50% a.a. até dezembro. A projeção do IPCA para julho é de 0,35% devido ao aumento da tarifa de energia e combustíveis, e a projeção para 2024 é de 4,5% após os reajustes nos combustíveis.