Mercados
Ontem (09), no primeiro dia de depoimento ao Congresso, Jerome Powell disse que um corte na taxa de juros não é apropriado até que o Fed obtenha “maior confiança” de que a inflação esteja caminhando para a meta de 2%.
No entanto, em uma nota mais leve, ele destacou que o mercado de trabalho está desaquecendo e, por isso “agora enfrentamos riscos de ambos os lados e não podemos mais focar apenas na inflação”.
As taxas de juros dos títulos têm caído nos últimos meses, com a taxa de referência de 10 anos caindo quase 40 pontos-base desde maio. Neste momento, os mercados esperam que o Fed comece a cortar as taxas em setembro e siga com outra redução de 25 p.b. até o final do ano.
As taxas de juros dos títulos do Tesouro estão estáveis nesta quarta-feira (10), com a taxa de juros do Tesouro de 10 anos em 4,28% e a de 2 anos em 4,62%.
O índice do dólar — que mede a moeda dos EUA em relação a seis principais pares, incluindo o euro e o iene — está estável em 105,1. O ouro está estável em US$ 2.367,8 por onça.
Os preços do petróleo se recuperaram depois que um relatório mostrou que os estoques de petróleo bruto e combustível dos EUA caíram na semana passada, assim os futuros do Brent subiram 21 centavos para US$ 84,87 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam mistos hoje, com os mercados do Japão atingindo novos recordes após os dados de inflação do país em linha com as expectativas.
Na Europa, as ações estão em leve alta e nos EUA os futuros estão praticamente estáveis. Por aqui, ontem, o dólar caiu 1,13%, fechando em R$ 5,4149 levando os juros futuros para baixo. O Ibovespa fechou em alta de 0,42%, aos 127.111 pontos.
Economia
China – O CPI surpreendeu em junho ao subir apenas 0,2% em relação ao ano anterior, contra um consenso de 0,4%. Esse aumento anual representou uma desaceleração em comparação com maio, que foi de 0,3%. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, subiu 0,6% em relação ao ano anterior, mantendo o ritmo de maio.
Os preços de fábrica (PPI) continuaram em tendência deflacionária por 21 meses, registrando deflação de 0,8% em junho em relação ao ano anterior. Os preços de fábrica de bens duráveis e artigos de uso diário também apresentaram desempenho fraco. Em suma, reforçam as expectativas de que o banco central chinês poderá reduzir o compulsório e as taxas de juros ao longo do 3° trimestre desse ano.
EUA – Em seu depoimento ao Congresso, Powell evitou oferecer uma sinalização a respeito do timing dos cortes nas taxas de juros, mas destacou os sinais crescentes de um mercado de trabalho em desaceleração. As recentes divulgações mostraram, pelo 3° mês consecutivo, um aumento do desemprego, menor demanda por mão de obra e desaceleração na variação do custo da mão de obra, entre outros dados.
Powell ressaltou que a inflação elevada não é o único risco enfrentado, observando que as condições do mercado de trabalho esfriaram consideravelmente nos últimos dois anos.
No entanto, Powell enfatizou que cortar as taxas muito cedo ou de forma excessiva poderia prejudicar o progresso na contenção da inflação. Ele espera que dados positivos reforcem a confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à meta de 2%. O testemunho de Powell buscou enfatizar que o Fed passou a dar igual peso ao emprego e à inflação — em contraste com os últimos dois anos, quando a estabilidade de preços era a prioridade. Mantemos nosso cenário de início do corte de juros em setembro, com 3 cortes de 25 p.b. até dezembro desse ano, reduzindo a taxa de juros básica para 4,75% a.a.