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Mercados
Os mercados globais enfrentaram uma semana turbulenta. A desmontagem acelerada das posições financiadas em iene desencadeou um movimento forte de venda dos ativos de riscos na segunda-feira (05). No entanto, os mercados estão recuperaram certa normalidade ao longo da semana.
Ontem (08) foi mais um dia de alívio. Os dados de pedidos de seguro-desemprego dos EUA (ver ao lado) diminuíram as preocupações com uma recessão iminente. O S&P 500 avançou 2,3%, enquanto o Nasdaq Composite, focado em tecnologia, subiu 2,87%.
Neste momento, o mercado estima as chances do Fed cortar as taxas de juros em 50 p.b. em sua reunião em 18 de setembro, em torno de 54% com isso, a taxa de juros de 2 anos está em 4,03%, enquanto a taxa de juros dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA está em 3,96%.
O índice do dólar — que mede a moeda norte-americana ante o iene, franco suíço, euro, libra esterlina e mais duas moedas — está estável em 103,3 após três dias de recuperação. Já o iene está quase estável em ¥147 por dólar.
Os preços do ouro estão em alta sustentados pela demanda de ativos seguros e pela expectativa crescente de corte em setembro. O ouro à vista está em alta de 1,27% para encerrar em US$ 2.463. As criptomoedas seguem em recuperação, com o Bitcoin subindo 11% para US$ 61.232.
Os preços do petróleo caíram no início das negociações asiáticas, mas apontam para uma alta de 3% na semana — reagindo às preocupações com o conflito no Oriente Médio. Os futuros do Brent caíram 0,11% para US$ 79,07 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam em alta nesta sexta-feira (09), acompanhando os ganhos em Wall Street após os dados do mercado de trabalho.
Os mercados europeus estão em alta hoje, enquanto tentam se livrar da recente volatilidade e seguir o movimento de alta das ações de Wall Street e da Ásia-Pacífico. Os futuros dos EUA também estão ligeiramente mais altos.
No Brasil, ontem o Ibovespa avançou 0,90%, aos 128.661 pontos. O dólar, por sua vez, caiu 0,90% — fechando a R$ 5,5741.
Economia
China – O CPI aumentou 0,5% em relação ao ano anterior — superando a alta de 0,2% registrada em junho e acima do consenso de 0,3%. A principal causa desse aumento foi a interrupção na queda dos preços dos alimentos.
No entanto, o núcleo do CPI — que exclui os preços de alimentos e energia — desacelerou para 0,4%. Este é o menor nível desde janeiro.
O Índice de Preços ao Produtor (PPI) caiu 0,8% em julho ante o ano anterior, igualando a queda do mês anterior e em linha com a estimativa do consenso — que projetava uma queda de 0,9%. Em relação a junho, o PPI recuou 0,2%, marcando o segundo mês consecutivo de queda mensal
EUA – A presidente do Federal Reserve de Boston, Susan Collins, declarou que o Fed poderia considerar a redução das taxas de juros se a inflação continuar caindo, mesmo com a manutenção de um mercado de trabalho robusto. “Se os dados se comportarem conforme espero, acredito que em breve será apropriado começar a ajustar a política e reduzir o grau de restrição,” afirmou Collins. Ela ressaltou que, embora os números de emprego tenham ficado abaixo das expectativas, o mercado de trabalho dos EUA permanece forte.
Tom Barkin, presidente do Fed de Richmond, comentou que o banco central tem tempo para avaliar se a economia dos EUA está se normalizando ou se serão necessárias ações mais vigorosas para evitar uma desaceleração acentuada. Ele se mostra otimista de que a inflação continuará a desacelerar nos próximos meses e acredita que a saúde econômica permitirá uma normalização gradual das taxas de juros. Barkin não vê demissões generalizadas como uma ameaça iminente. Para ele, o foco crescente do Fed está no mercado de trabalho, com a inflação mais próxima da meta de 2%. Ele enfatizou a importância de monitorar a evolução da economia antes de tomar decisões sobre cortes nos juros.
Brasil – Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central, reafirmou o compromisso com a meta de inflação de 3%, destacando que todos os diretores estão dispostos a aumentar os juros, se necessário. Ele rejeitou a ideia de que a nova diretoria seria mais leniente com a inflação e reforçou que membros do Copom, mesmo indicados pelo atual governo, podem votar por elevações na Selic. O diretor avaliou que o balanço de riscos para a inflação está assimétrico, com mais riscos de alta, e que o mercado interpretou isso erroneamente como um guia para a política monetária futura. Diante das incertezas globais e do crescimento acima do esperado, o BC mantém a Selic em nível restritivo e considera novos aumentos nas taxas de juros, dependendo dos dados futuros.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.