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Mercados
Os ativos de risco estão caindo fortemente na manhã desta segunda-feira (05). Nos EUA, os futuros do S&P 500 e do Nasdaq-100 caem 3,2% e 4,7%, respectivamente. No Japão, durante a noite o Nikkei perdeu 12,4% — o pior dia desde a “Segunda-feira Negra” de 1987, acumulando um prejuízo superior a 20% desde a máxima de 11 de julho.
Os mercados asiáticos também apresentaram perdas expressivas, enquanto na Europa as bolsas caem em torno de 3%. O VIX, uma medida de risco que mede a volatilidade esperada do mercado, saltou 72% para 41,7 — nível mais alto desde outubro de 2020.
A queda liderada pelos EUA se intensificou devido a uma série de fatores. O grande destaque foi a postura agressiva do Banco do Japão, implodindo a estratégia que financiava posições de risco em ienes para comprar ativos de risco. Além disso, dados mais fracos e a ansiedade com as eleições nos EUA e um agravamento do risco no Oriente Médio também estão contribuindo para isso.
Na sexta-feira (02), o relatório de empregos não agrícolas de julho mostrou 114.000 novas vagas. O número ficou abaixo da estimativa de 185.000, com a taxa de desemprego subindo para 4,3% — nível mais alto desde 2021. O afrouxamento do mercado de trabalho elevou o temor de uma recessão.
É notável como o mercado mudou rapidamente de humor. Até poucos dias, todos acreditavam que a economia dos EUA se encaminhava para um pouso suave. No entanto, o PMI e o relatório de empregos mais fracos, juntamente com a apreciação do iene, levaram os mercados a uma forte correção.
A reação do mercado parece excessiva e muito relacionada à desalavancagem técnica das posições, dado que não há evidências de que a economia dos EUA esteja entrando em recessão, embora os riscos tenham aumentado. Por isso, é importante manter a tranquilidade e aguardar a depuração deste processo, que deve ocorrer até o final do mês.
Os mercados também estão lidando com o risco de escalada militar no Oriente Médio. O exército dos EUA está deslocando mais forças para o Oriente Médio e a Europa após ameaças do Irã e seus aliados Hamas e Hezbollah de responderem ao assassinato do líder do Hamas.
As Treasuries dos EUA estão em queda nesta segunda, com a taxa de juros do título de 10 anos agora em 3,71%, enquanto a de 2 anos está em 3,72% — eliminando a inclinação negativa que prevaleceu nos últimos trimestres.
O iene japonês acumula uma superior a 10%, negociado a 142,3 ienes por dólar. O índice do dólar cai cerca de 0,7% em 102,5. As criptomoedas despencaram, com o Bitcoin caindo mais de 11% para US$ 52.501 hoje — nível mais baixo desde fevereiro.
Os preços do petróleo pairaram em mínimas de oito meses nesta segunda, com os temores de uma recessão nos EUA dominando as preocupações com o Oriente Médio. Os futuros do Brent caíram para US$ 76,77 por barril.
Por aqui, na sexta-feira, o dólar caiu 0,45% cotado a R$ 5,7092 — acumulando 0,91% de alta na semana. O Ibovespa caiu 1,21% aos 125.854 pontos. Os juros futuros acompanharam a tendência das Treasuries e caíram significativamente ao longo de toda curva.
Destaques do Boletim Focus do Banco Central (02/08/2024):
- IPCA/2024 subiu de 4,10% para 4,12%, enquanto o IPCA/2025 subiu de 3,96% para 3,98%
- PIB/2024 subiu de 2,19% para 2,20%, enquanto o PIB/2025 caiu de 1,94% para 1,92%
- Dólar/2024 ficou estável em R$ 5,30, enquanto o Dólar/2025 subiu de R$ 5,25 para R$ 5,30
- Selic/24 ficou estável em 10,50% a.a., enquanto a Selic/2025 subiu de 9,50% a.a. para 9,75% a.a.
- Primário/24 ficou estavel em -0,70%, enquanto Primário/25 ficou estável em 0,70%
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Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.