Mercados
Os dados econômicos nos EUA estão surpreendendo negativamente em relação às expectativas. A dinâmica, inversa ao observado até abril, traz de volta a perspectiva de três cortes de 25 p.b. em 2024 como projetamos.
A desaceleração da economia e a redução de juros nos EUA tende a trazer um dólar mais fraco — o que favorece os ativos de risco ao redor do mundo.
Nesta sexta-feira (05), nos EUA, às 9:30h é divulgado o relatório de empregos de junho e espera-se que a folha de pagamento não-agrícolas tenham adicionado 200.000 empregos em junho — abaixo do aumento de 272.000 registrado em maio. Também se projeta que a taxa de desemprego deve ficar estável em 4% e que os salários por hora tenham aumentado 0,3% em relação a maio e 3,9% em relação a 12 meses antes.
A taxa do Tesouro de 10 anos está em 4,34% e a de 2 anos em 4,69%.
O índice do dólar caiu 0,2%, para 105,4. Os preços do ouro subiram com o ouro à vista a US$ 2.359,73 por onça.
Os preços do petróleo Brent futuros atingiram seu nível mais alto desde abril, negociado a US$ 87,55 por barril, após uma queda nos estoques dos EUA.
Os mercados asiáticos fecharam em leve queda hoje, com o índice Nikkei 225 do Japão recuando depois do recorde histórico de ontem (04).
Na Inglaterra, os mercados reagiram em alta à vitória do Partido Trabalhista nas eleições. O índice pan-europeu Stoxx 600 opera em alta de 0,3% no início da manhã. Nos EUA, os futuros do S&P 500 estão de lado.
Por aqui, ontem o mercado reagiu bem ao recuo na escalada verbal do governo que vinha fomentando dúvidas sobre o ajuste fiscal e sobre a política monetária em 2025. A mudança de postura veio com o compromisso assumido pelo presidente Lula com o arcabouço fiscal. O anúncio de que o governo pretende cortar R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias foi bem recebido. Diante disso, o Ibovespa fechou em alta de 0,40%, aos 126.163 pontos e o dólar cedeu 1,47%, negociado a R$ 5,4864. A queda de 3,8% ante o pico de terça-feira (02) comprova que a origem da pressão no câmbio era a comunicação. Os juros futuros foram em linha com a melhora de risco e caíram de forma expressiva.
Economia
Zona do Euro – A produção industrial registrou uma queda significativa de 2,5% em maio na Alemanha, superando as expectativas negativas. A retração foi generalizada entre os setores: a produção manufatureira diminuiu 2,9% e a construção caiu 3,3%, enquanto a produção de energia teve um aumento de 2,6%. Indicadores recentes apontam um crescente pessimismo no setor industrial, com o PMI de manufatura e o índice de clima empresarial mostrando contração e redução nas carteiras de pedidos. Diante desse cenário, espera-se que o setor industrial não contribua para o crescimento do PIB no segundo trimestre. O PIB da Alemanha deverá crescer 0,2% no período, impulsionado principalmente pelo setor de serviços.
EUA – O presidente do Fed de Nova York, John Williams, declarou que, embora a inflação tenha se aproximado da meta de 2% do Fed recentemente, ela ainda está acima do objetivo. Entretanto, ele expressou confiança de que o Federal Reserve está no caminho certo para alcançar a meta de inflação de 2%.
Em seu discurso, que abordou a incerteza da política monetária em meio a mudanças globais no clima, tecnologia e cadeias de suprimentos, Williams enfatizou a importância de manter as expectativas de inflação “bem ancoradas”. Ele também mencionou os “desafios contínuos de medir as chamadas variáveis não observáveis, como a taxa de juros neutra”. Recentemente, Williams rejeitou comentários de que a taxa neutra aumentou desde a pandemia. Em declarações feitas na quarta-feira (03), ele citou estimativas que posicionam essa taxa nos EUA e na zona do euro em níveis próximos aos de antes do surto de Covid-19.
Brasil – A produção de veículos aumentou 24,6% em junho na margem, atingindo o maior volume desde maio do ano passado. Este crescimento compensou a queda do mês anterior, impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul que paralisaram montadoras, resultando na menor produção desde agosto de 2021. No trimestre, houve uma queda de 1,7%. Na comparação anual, a produção cresceu 11,6%. A recuperação foi mais acentuada nos veículos leves, com um aumento de 26,0% na margem em junho, após uma queda de 19,6% no mês anterior. O segmento de pesados teve a terceira alta significativa em quatro meses, acumulando um aumento de 23,0%, o maior desde dezembro de 2022.