Nesta semana o COPOM do Banco Central elevou a taxa Selic de 7,75% ao ano para 9,25% ao ano por decisão unânime. Com o sétimo aumento consecutivo, a taxa Selic atingiu o maior ciclo de alta desde 2002 e, como consequência, tem impacto no retorno dos investimentos, uma vez que muda a regra da poupança e, consequentemente, gera maior rentabilidade na renda fixa.
A constante alta da inflação é provocada por vários fatores, como os altos preços de combustíveis e alimentos, por exemplo. A incerteza fiscal também contribuiu para a confusão no mercado e fez as projeções de PIB, juros e inflação se deteriorarem tanto para este e o próximo ano.
Já era prevista uma elevação pelo Banco Central
A última elevação já era prevista, uma vez que o Banco Central precisa controlar o aumento inflacionário de 2021. Quando analisamos os dados recentes de vendas e varejo, que vieram abaixo do esperado e negativos, percebemos uma provável pressão para 2022. Tudo isso porque se há queda no varejo, há queda no consumo, que significa menor poder inflacionário.
Isso abre uma possibilidade para que, em 2022, esse aumento de juros possa ser interrompido. No entanto, a previsão atual do mercado é de juros acima de 11% para o próximo ano. Mas o BC também sabe que essa inflação não é determinada apenas por demanda e consumo. Como explicado anteriormente, ela é determinada também por um preço global de commodities em elevação, que culmina com elevação da cadeia produtiva e, consequentemente também, preços administrados que pesam muito dentro do nosso IPCA.
Então, de uma maneira geral, o IPCA é impactado por alguns preços bem elevados. Se não começarmos a controlar um eventual consumo e demanda mais forte agora, no ano que vem podemos ter uma inflação emendada com essa atual, podendo assim, ter aumentos mais significativos inflacionários. A magnitude das próximas reuniões nesse início de 2022 é que serão importantes para entender, de fato, se vamos a 10,5%, a 11%, ou até a 12% de juros.
Oportunidades
Entretanto, ainda temos algumas oportunidades, conforme apresentado no MB Experience:
Não fuja de multimercados: “Muitos investidores querem achar o ponto ideal através dos fundos que estão alocados. Vemos muita fuga de multimercados. Mas o momento deveria ser de novas alocações”, disse Eduardo Levy, CIO e co-fundador da Kilima Asset.
Proteja sua carteira com ativos globais: “construir um bom portfólio de investimentos em ativos reais é uma boa saída para gerar retorno real e proteger a carteira. Invista em bons negócios e diversifique sua carteira em ativos globais. No Brasil, temos muita oportunidade de diversificar e se arriscar faz parte”, alertou Luiz Parreiras, da Verde Asset Management.
Criptomoedas: “Minha visão de cripto no médio prazo, é que essa tecnologia veio pra ficar. Ainda não sabemos a cara que ela vai ter, é como se em 1995 a gente soubesse que existiria a Netflix. Tem muita tecnologia para ser desenvolvida e tem muita gente inteligente envolvida nisso. Precisamos acompanhar e estudar. E também temos que incluir um pouco em nossas carteiras como diversificação. É um mercado emergente com muita oportunidade”, afirmou Luiz Parreiras, da Verde Asset Management.
Como fugir da inflação: “Buscar empresas e marcas que têm características de preço forte e baixa competição também é uma maneira de se proteger deste cenário de inflação pressionada”, orienta Sara Delfim.
Novamente, diversifique: “Se você não sabe quando diversificar, espalhe no tempo! Faça um pouco hoje, mais um pouco daqui um tempo. Tire de você o peso da decisão, a necessidade de acertar na mosca. Não se constrói um patrimônio de sucesso a longo prazo tomando uma única decisão, isso é feito ao longo do tempo. Uma das melhores formas é diversificar tanto internamente quanto fora do Brasil são com boas empresas que preservam valor no longo prazo”, diz Luiz Parreiras.