Iniciado em fevereiro no Brasil, o open banking promete revolucionar o mercado financeiro e a forma como as pessoas físicas e jurídicas se relacionam com seus bancos.
A esta altura, a maioria das pessoas que se envolve com finanças e investimentos já sabe o que o open banking representa, mas não custa lembrar suas principais características:
Na prática, embora seja correntista do banco X, o cidadão poderá requerer empréstimo no banco Y ou autorizar investimentos na corretora Z, sem necessidade de iniciar um novo relacionamento com essas instituições e muito menos se desvincular daquela com a qual já está relacionado.
Hoje, como todos sabem, os bancos são muito impermeáveis nesse tráfego de informações. Embora os dados pertençam ao correntista, as instituições a mantêm sitiadas em seu sistema, impedindo que o consumidor busque alternativas mais rentáveis de aplicação, juros, créditos e cartões – para ficar apenas nesses exemplos.
O open banking, que já é realidade em outros países, busca reduzir esse dilema com base no conceito de que o cidadão é que deve decidir o que fazer com seu patrimônio e com seu score: histórico de adimplência, perfil de renda, padrões de consumo…
É algo que já acontece com a telefonia e até mesmo com a portabilidade salarial nos bancos – e que agora avança sobre o mercado financeiro como um todo.
Pelo cronograma do Banco Central, o open banking será efetivado em etapas:
Fase 1 (Fev/2021) – Instituições financeiras compartilham dados entre si, sem a participação do consumidor
Fase 2 (Jul/2021) – Instituições financeiras começam a compartilhar dados dos clientes, tais como CPF, CNPJ, informações de contas correntes, tarifas, tudo com o consentimento dos cidadãos
Fase 3 (Ago/2021) – Transação de pagamentos liberada para dispositivos móveis (via WhatsApp ou SMS, por exemplo) e compartilhamento de histórico de informações financeiras dos clientes
Fase 4 (Dez/2021) – Compartilhamento de dados referentes a operações de câmbio, previdência privada, planos de investimento, seguros e outros serviços contratados.
Como se depreende, para as empresas, a fase 4 é a mais aguardada, porque é neste estágio em que os passos de maior musculatura das organizações poderão ser compartilhados entre as instituições.
Um ponto de destaque é o acesso ao crédito.
Hoje, a concessão de empréstimos é um processo moroso e blindado pelas instituições financeiras com as quais a PJ mantém relacionamento.
A expectativa é que isso mude com o open banking. A empresa poderá solicitar uma proposta de um banco com o qual nunca tratou, e esse banco vai pedir os dados para a instituição nativa. Essa instituição, por sua vez, vai conferir essa solicitação e, caso a empresa a conceda, os dados serão compartilhados.
Naturalmente, esse processo criará dois grandes ganhos: a personalização e a ampla concorrência.
As instituições vão conhecer melhor o prospecto, o histórico e o plano de trabalho de cada corporação, podendo com isso oferecer linhas de crédito, planos de investimento, ofertas de conta salário e outros serviços de acordo com a especificidade de cada correntista.
Tudo isso é possível graças às chamadas API – tecnologia que permite a comunicação aberta entre agentes diferentes.
No dia a dia, já compartilhamos informações via API ao fazer login a partir do email para entrar nas redes sociais, nos serviços de streaming ou em outras plataformas, por exemplo. Eventualmente, até recebemos um email perguntando se a operação procede ou não.
Agora, o API estará a serviço do open banking também: uma camada de dados, sempre com o consentimento do usuário, será compartilhada para ampliar a oferta de produtos e garantir a livre concorrência entre os agentes financeiros.
Isso também poderá dar maior autonomia para os investimentos corporativos, que não ficarão mais reféns de uma ou outra corretora: bastará a migração consentida das informações para obter as melhores propostas para cada tipo de plano.
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