Conforme sinalizado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central reduziu a taxa Selic em 50 p.b. trazendo a taxa Selic para 11,25% ao ano.
No Comunicado, o COPOM justificou a decisão, da seguinte forma:
Ambiente externo segue volátil, e marcado pelo debate sobre o início do corte de juros nas principais economias – em função dos sinais de recuo dos núcleos de inflação, a discussão sobre o início do ciclo de flexibilização da política monetária dos principais Bancos Centrais ganhou força.
Atividade em desaceleração – o conjunto de indicadores de atividade seguem consistentes com cenário de desaceleração antecipado pelo Copom.
Inflação em queda – inflação manteve trajetória de desinflação, conforme esperado, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações recentes.
Expectativas de inflação praticamente estáveis – as projeções do Focus recuaram de 3,9% para 3,8% em 2024, mas ficaram estáveis em 3,5% para 2025.
Projeções de inflação recuaram – as projeções ficaram estáveis em 3,5% e 3,2%, respectivamente, em 2024 e 2025.
Balanço de riscos simétrico – mas o cenário global segue incerto e exige cautela na condução da política monetária.
Decisão de reduzir a Selic em 50 p.b. – é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2024 e, em maior grau, o de 2025. Orientação sobre próximos passos – Comitê reiterou o sinal de reduções de 50 p.b. nas próximas reuniões, ritmo visto como apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para a continuidade do processo desinflacionário. Com relação à política fiscal, a execução das metas fiscais já estabelecidas é vista como importante para a ancoragem das expectativas de inflação, daí porque reafirmou a importância da firme persecução dessas metas.
O que isso implica para os investimentos
O Copom cumpriu a sinalização e reduziu os juros em 50 pontos base, tendo sinalizado que este ritmo de cortes seguirá nas próximas duas reuniões.
Na nossa Carta Mensal Monte Bravo exploramos com detalhes as razões pelas quais a reinserção do risco fiscal impediria o Banco Central de acelerar o ritmo de cortes, apesar de um cenário de inflação mais benigno.
De qualquer modo, a consolidação de um cenário Internacional mais construtivo, contribui de maneira importante para um recuo da curva de juros no Brasil.
Nosso cenário base assume que a volatilidade das Treasuries caia e que a taxa dos títulos de 10 anos passe a oscilar entre 3,75% e 4,25% até o final de 2024, o que deve contribuir para que o dólar deprecie contra outras moedas.
Diante de um quadro global que ganha uma configuração francamente construtiva, a perspectiva para os ativos brasileiros é de continuidade do rali. A onda de otimismo global poderá levar um início de ano particularmente forte, assim a boa notícia é que tudo indica que o rali terá fôlego para continuar com força no primeiro trimestre de 2024.
Ibovespa – deve se recuperar e estabelecer novos recordes à medida em que o momento do Fed cortar estiver mais próximo rumo a 170.000 pontos no final de 2024.
Dólar – o Real deve ganhar impulso para voltar a apreciar, testando novamente as mínimas de 2023, durante os próximos meses.
Juros – parte curta da curva mais dependente do Copom, enquanto a parte longa sofre influência do quadro global, que vai ficar favorável, e do fiscal, cuja incerteza segue sendo alimentada pelo ruídos políticos em torno do arcabouço fiscal.