Na última quarta-feira (12), a Monte Bravo promoveu palestra sobre o cenário macroeconômico para alguns clientes, que puderem, em primeira mão, conhecer o recém-inaugurado auditório da corretora.
Antes da palestra, que foi conduzida pelo estrategista-chefe e economista Alexandre Mathias, o cofundador da Monte Bravo, Pier Mattei, agradeceu os clientes presentes e falou um pouco sobre a trajetória da empresa e as últimas operações agora como corretora, entre elas, o CEO citou a captação para o fundo imobiliário de alta renda da JHSF Capital e eB Capital.
“Começamos em Santa Maria, em uma salinha de 30 metros quadrados em 2010. Nunca imaginamos chegar nesse momento, em que nos transformamos em uma instituição financeira. Ao longo desses últimos anos nos dedicamos muito, até que em maio, ou seja, muito recente, fizemos essa transição. Vocês já estão usando o nosso aplicativo e sentido um pouco dessas mudanças”, diz ele.
Pier ainda explicou que as motivações para essa transformação como corretora foi exatamente para a ampliação no portfólio de produtos e serviços. “Hoje tivemos uma reportagem publicada no Valor Econômico que cita um produto que estruturamos em parceria com a JHSF Capital e eB Capital, em que levamos aos clientes uma ideia inovadora de investimento, sensacional para a diversificação da carteira. Uma oferta exclusiva para os nossos clientes, em que foram alocados mais de R$ 150 milhões nesse fundo imobiliário”, aponta.
Economia americana: mercado de trabalho no país está desaquecendo
Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo, começou a palestra abordando um pouco de economia internacional, mas focando em Estados Unidos.
O economista explicou sobre os possíveis cortes na taxa de juros que deverão ser feitos pelo Federal Reserve. “Achamos que o Fed fará ainda três cortes, iniciando em setembro”. Ele também explicou que há uma sinalização que o mercado de trabalho no país está desaquecendo.
“Revisões de abril e maio da geração de vagas reduziu a média móvel de três meses para 177 mil até julho. Nesse sentido, a geração de vagas de 206 mil em junho se concentraram em saúde e governo, com setores cíclicos reduzindo vagas. Os salários tiveram ganho nominal de 3,9% em junho, reduzindo o ritmo de crescimento da massa salarial real para 0,8% em junho”, explica Mathias.
Ele pontou que o cenário parece estar mais promissor em termos de cortes de juros nos Estados Unidos. “Isso é muito importante porque quando os americanos cortam os juros, o custo de financiamento do mundo cai. Nesse aspecto, a tendência é o dólar enfraquecer um pouco e os ativos do mundo inteiro subirem, a bolsa sobe. Muito parecido do que aconteceu no final do ano passado”.
O economista explica que o núcleo do PCE – indicador de preços de consumo pessoal e que é usado pelo Fed para definir a taxa de juros do país – recuou 2,6%, ficando abaixo da projeção do Federal Reserve para o final de 2024, o que reforça a sua segurança.
China: PIB deve crescer 5,0% em 2024
Na china, o economista diz que não há muitas novidades, mas que o crescimento do país segue estabilizado, sendo a projeção da Monte Bravo em 5% para o fechamento do PIB chinês no final deste ano.
“Quando olhamos a partir de 2023 o PIB da China estabilizou nessa faixa de 5%, sendo um equilíbrio razoável, mas não espetacular”, sinaliza Mathias. Mas ele diz que a conjuntura de economia chinesa estabilizada e os cortes de juros em outros países como Estado Unidos e Brasil, além da Europa, cria um período de relaxamento monetário, o que favorece a aquisição de ativos de risco.
“Temos uma visão ainda construtiva porque o cenário global parece caminhar. Hoje eu diria que é uma questão de tempo. Logo teremos uma distinção importante da taxa de juros no mundo inteiro, que deverá ajudar os ativos de risco andaram mais”, explica o economista.
Cenário brasileiro: PIB 2024 deve crescer 2,3%
Mathias ainda vê com bons olhos a economia do Brasil no decorrer deste ano. “Os bancos estão refletindo a queda da Selic, aumentando o crédito, o que traz dinamismo para o mercado de bens de consumo”, afirma ele.
O economista admite que há ainda algumas inseguranças, mas a previsão da Monte Bravo é que PIB do Brasil feche o ano com uma alta de 2,3%. “Acredito que se não acontecer nenhuma barbaridade com o macro, o nosso potencial é crescer”, avalia Mathias.
Ele também diz que é preciso não cometer os mesmos erros do passado porque não há como fazer mágica na economia como alguns políticos acreditam. “Estamos em um momento decisivo, mas a situação do setor externo, da economia brasileira é boa”. O economista diz que neste ano o Brasil deverá ter um superávit na balança comercial na ordem de R$ 100 bilhões.
De acordo com Mathias, o câmbio foi impactado por incertezas fiscais e dólar forte, mas o nível atual está acima do equilíbrio. Outro ponto que ele chama atenção é sobre a desvinculação de despesas (saúde, educação e benefícios previdenciários e sociais), sendo necessária para manter o arcabouço fiscal.
“O fim do ciclo de cortes da taxa Selic foi a opção adequada para lidar com o ambiente de incerteza fiscal e expectativas desancorando”. Entretanto, em recentes discursos do Banco Central, o balanço de riscos segue deteriorando desde a última reunião.
Por fim, o estrategista-chefe da Monte Bravo diz que o IPCA deverá ficar acima da meta em 2024 e 2025, com fiscal expansionista e credibilidade da política monetária reduzida. Ele pontua “a credibilidade da resposta fiscal do governo vai determinar o rumo desta administração”. Também sinalizou sobre a projeção de 145 mil pontos da corretora para o fechamento da bolsa no final deste ano.
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