O Ibovespa fechou a semana em ligeira retração de 0,3%, atingindo 131.902 pontos, e, no acumulado do ano, a bolsa registra valorização de 9,7%.
- Investidores em modo de cautela: As possíveis tarifas de Trump devem aumentar a volatilidade e pressionar a inflação nos EUA no curto prazo;
- No Brasil, dados de inflação reforçam possível última alta da Selic;
- Mantemos uma postura conservadora para exposição em Bolsa, mas acreditamos ser importante estar posicionado para não perder movimentos de alta, como no mês de março;
- No corporativo, o destaque da semana foi a JBS, que reportou bons resultados novamente, com ênfase nas suas unidades de aves no Brasil e nos EUA.
O Ibovespa fechou a semana em ligeira retração de 0,3%, atingindo 131.902 pontos, e, no acumulado do ano, a bolsa registra valorização de 9,7%.
A semana contou com a divulgação dos dados de inflação no Brasil e nos EUA, com os números brasileiros ficando melhores do que o esperado e os americanos apresentando uma leve piora.
As dúvidas sobre as políticas comerciais de Donald Trump têm deixado os investidores cautelosos, pois, dependendo do resultado final das decisões, podemos enfrentar um cenário de aceleração temporária da inflação, desaceleração do crescimento econômico e muitas incertezas.
Esse cenário deverá ficar mais claro na quarta-feira, dia 02, quando uma nova rodada de tarifas deverá ser anunciada pelo presidente americano. No momento, mantemos um viés um pouco mais pessimista em relação a esse anúncio, razão pela qual estamos reduzindo nossa exposição em ativos americanos.
No Brasil, os dados de inflação reforçam nossa visão de que o Banco Central está se aproximando do ponto de interromper o ciclo de alta dos juros; esperamos apenas mais um aumento de 50 pontos na próxima reunião, elevando a taxa para 14,75% ao ano.
Um cenário de juros menores do que o esperado no final do ano passado, aliado a uma rotação internacional que trouxe fluxo para o país, contribuiu para a performance positiva do Ibovespa no ano de 2025.
Continuamos considerando o cenário desafiador, com as discussões fiscais sendo pouco construtivas e as projeções pouco críveis. Por esses motivos, preferimos manter uma exposição em Bolsa mais conservadora, evitando teses que dependam exclusivamente de um cenário otimista para performar. Entretanto, mesmo com essa postura conservadora, entendemos que é importante estar posicionado, dentro dos limites dos respectivos perfis de risco, pois ficar de fora pode resultar na perda de movimentos de alta – como foi observado, por exemplo, no mês de março.
No cenário corporativo, a divulgação dos resultados da JBS foi o destaque da semana. A companhia apresentou bons números novamente, com ênfase nas suas unidades de aves no Brasil e nos EUA, que continuam operando com margens saudáveis. No segmento de bovinos, a operação brasileira se destacou, enquanto a operação nos EUA, embora ainda enfrente desafios, voltou a operar com margens positivas. De maneira geral, o resultado foi bom, sem grandes surpresas, e a empresa anunciou mais uma remuneração para seus acionistas – nos últimos três resultados (2T, 3T e 4T), a JBS distribuiu R$ 5 por ação.