- Governo federal enviou ao Congresso dois projetos de lei que aumentam autonomia de estatais, mas elevam percepção de risco fiscal;
- Na China, governo tem adotado medidas de estímulo à economia e novas medidas fiscais sã esperadas;
- Nos EUA, a semana passada teve dados do varejo e da indústria
- BCE cortou juros da zona do euro em 25 pontos base;
- Conflito no Oriente Médio segue gerando ondas de tensão.
Cenário global
Curva de juros EUA: A curva de juros parece ter estabilizado com a taxa de 10 anos um pouco acima de 4%, em linha com nosso cenário.
Ações EUA: O rali das ações deflagrado pelo corte do Fed continuou, com S&P500 e Nasdaq subindo 0,9% e 0,8%, respectivamente — ambos próximos aos recordes. Caso esses níveis se mantenham, será o segundo ano consecutivo com retorno acima de 20%, algo que ocorreu apenas cinco vezes nos últimos 75 anos.
As condições atuais estão longe de serem isentas de riscos. No entanto, o cenário de uma economia em crescimento, com Fed cortando juros e uma tendência de alta nos lucros corporativos é compatível com ganhos adicionais.
Estímulos na China: A China segue divulgando medidas de estímulo, mas, para angustia dos mercados, numa abordagem gradual. É possível que as eleições nos EUA estejam mantendo os formuladores chineses em compasso de espera.
Riscos Geopolíticos: O conflito no Oriente Médio segue gerando ondas de tensão. O foco segue sendo a extensão do ataque retaliatório de Israel ao Irã, pois a dimensão da resposta vai definir se o Irã entrará na guerra, o que seria disruptivo.
Cenário doméstico
No Brasil, o risco fiscal segue sendo um fator que tem impactado fortemente a curva de juros. A ideia positiva de um ajuste que passe pela revisão das despesas, ventilada por Haddad, foi obscurecida pela notícia da estatais e pela insistência com que o presidente Lula fala da isenção de IR sem preocupação em construir o equilíbrio orçamento.
Porém, mesmo com o fiscal limitando uma arrancada forte, os ativos brasileiros deverão se beneficiar do fluxo estrangeiro. Nossa percepção é que o risco de guerra no Oriente Médio e a incerteza com as eleições nos EUA atrasaram o fluxo que, normalmente, acompanharia os cortes de juros.