Informe Semanal Monte Bravo Corretora — 24 a 28/03/2025

24/03/2025 às 11:53

24

Segunda

Mar

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  • Fed revisou para baixo o crescimento dos EUA em 2025 devido ao impacto das tarifas e ajustou para cima a projeção para a inflação; BC americano acredita em efeito temporário das tarifas nos preços.
  • No Brasil, a Selic foi elevada para 14,25% a.a., como esperado, e o Copom deixou em aberto a possibilidade de uma nova alta.
  • Na nossa visão, o Copom pode encerrar o ciclo de alta com um ajuste final de 50 p.b., levando a Selic para 14,75% a.a.
  • Momento é interessante para investimentos pós-fixados associados ao CDI e para alocação no exterior.

Cenário global

O Fed decidiu manter a taxa de juros estável em 4,5% a.a., como era amplamente esperado, mas persistiam dúvidas sobre a sinalização futura da política monetária e as atualizações do cenário econômico com as novas projeções do comitê. O novo cenário publicado pelo Fed trouxe menos crescimento e inflação maior, o que acabou mantendo a expectativa de corte de juros do comitê inalterada. A projeção para o crescimento foi revista de 2,1% para 1,7% em 2025, incorporando o impacto da elevação das tarifas na economia. Nos anos seguintes, as projeções foram revisadas em 0,2 p.p. e 0,1 p.p., reduzindo a expectativa de crescimento para 2026 e 2027 para 1,8%.

A projeção para o núcleo do PCE foi revisada para cima, passando de 2,5% para 2,8% em 2025, mas sendo mantida estável em 2,2% e 2,0% para 2026 e 2027. Jerome Powell, presidente do Fed, explicou que essa revisão ocorreu apenas para 2025 porque o comitê acredita que o impacto das tarifas será temporário e não se estenderá para os anos seguintes. Segundo Powell, a estabilidade das expectativas de inflação de médio e longo prazo deve ajudar a limitar os efeitos secundários dessas tarifas.

Como resultado dessas revisões, Powell explicou que houve um balanceamento entre a inflação mais alta vindo das tarifas e o menor crescimento, resultando em estabilidade da trajetória esperada de juros pelo comitê. Assim, a mediana das projeções do Fed manteve a expectativa de 2 cortes de 25 p.b. em 2025 e 2026, seguido de um corte adicional de 25 p.b. em 2027, levando a taxa de juros para 3,25% a.a.

Cenário doméstico

No Brasil, o Banco Central elevou a taxa Selic em 100 pontos-base para 14,25% a.a, como era esperado, e ajustou a sinalização futura da política monetária. O Copom manteve a avaliação de que o balanço de riscos para a inflação segue assimétrico, permanecendo o risco de desancoragem das expectativas, o crescimento acima do potencial, a taxa de câmbio desvalorizada e o enfraquecimento da âncora fiscal como fatores de risco do cenário.

Entretanto, na sinalização futura da política monetária, o Copom citou a elevada incerteza do cenário e as defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, concluindo que antevê um ajuste de menor magnitude na próxima reunião. Avaliamos que esse posicionamento indica que o fim do ciclo de aumento de juros está próximo, e consideramos que o Copom deverá elevar a taxa de juros em 50 pontos base na reunião de maio, optando por encerrar o ciclo com a taxa Selic em 14,75% a.a. Essa opção reflete uma estratégia de manter a taxa de juros elevada por um período prolongado para propiciar a convergência da inflação para a meta, pois a expectativa de queda da inflação nos próximos meses resultará no aumento da taxa de juros reais, elevando o impacto da política monetária sobre a economia. O período de manutenção da taxa de juros estável no patamar de 14,75% a.a. dependerá da velocidade da desinflação, que está condicionada aos estímulos fiscais e parafiscais que o governo poderá implementar nos próximos meses.

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