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- Mercados continuam a aproveitar o corte de juros nos EUA e incentivos econômicos na China;
- Investidores monitoram fala de dirigentes do Fed, inclusive de Jerome Powell, nesta semana;
- Confiança do consumidor nos EUA decepcionou as expectativas do mercado;
- Na China, o banco central do país continua cortando taxas de juros;
- Por aqui, falta de credibilidade do arcabouço fiscal continua contendo ganhos da Bolsa.
Mercados
Os mercados globais seguem as recentes medidas de incentivo à economia da China e do ciclo de cortes nos EUA.
Agora, a atenção dos investidores estará voltada para a economia dos EUA. Ainda esta semana, os investidores ouvirão vários diretores do Fed — incluindo o presidente Jerome Powell — em busca de pistas sobre as perspectivas para a política monetária e para a economia norte-americana.
Os mercados aguardam os comentários do presidente de Jerome Powell na quinta-feira (26) dados de inflação dos EUA na sexta-feira (27).
Ontem (24), a governadora do Fed Michelle Bowman disse que as principais medidas de inflação permanecem “desconfortavelmente acima” da meta de 2% do Fed. Isso justifica uma cautela enquanto o banco central realiza a redução das taxas de juros.
Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão ligeiramente mais altos nesta quarta-feira (25), com a taxa do título de 10 anos subindo para 3,75% e o título de 2 anos em 3,53%.
O dólar medido pelo índice DXY está estável em 100,5 — próximo ao menor valor em mais de um ano. O ouro atingiu um novo recorde nesta e está estável em US$ 2.658 por onça.
Os preços do petróleo se estabilizaram hoje, com os contratos futuros do Brent a US$ 75,20 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam na maioria estáveis. As bolsas chineses, no entanto, seguiram em alta com o índice Hang Seng de Hong Kong subido 2,2% — impulsionado pelos estímulos anunciados —, enquanto o CSI 300 da China avançou 1,5%.
As ações europeias estão ligeiramente mais baixas, alinhadas com os futuros das ações dos EUA.
Ontem, o Ibovespa subiu 1,22%, aos 132.156 pontos. O índice foi impulsionado pela alta das commodities em função dos estímulos da China. A Vale saltou 4,88% e as ações de metálicas dispararam. O dólar recuou 1,31%, cotado a R$ 5.4628, e os juros devolveram o estresse do dia anterior. O movimento de melhora dos ativos domésticos só não foi mais forte porque a percepção de que o arcabouço fiscal virou uma formalidade —na qual as exclusões “transformam” um déficit de 0,7% do PIB em um número regulamentar de 0,3% — seguem mantendo um prêmio de risco elevado nos ativos brasileiros.
Economia
China: O Banco Popular da China (PBOC) reduziu novamente os juros, com um corte na taxa de juros de sua linha de crédito de médio prazo de 1 ano — de 2,3% para 2,0% a.a. —, como parte de uma série de medidas de flexibilização monetária para apoiar a economia. Além disso, o banco central emprestou 300 bilhões de yuans (US$ 43 bilhões) para instituições financeiras.
A flexibilização das políticas impulsionou a valorização do Yuan, que atingiu uma alta de 16 meses em relação ao Dólar. A expectativa é que o país continue a substituir gradualmente os empréstimos de médio prazo por ferramentas como cortes nas taxas de depósito compulsório dos bancos.
EUA: O índice de confiança do consumidor caiu para 98,7 pontos em setembro, abaixo da expectativa do mercado de 104,0. A percepção das condições econômicas atuais também piorou, com queda na avaliação do mercado de trabalho, refletindo menor disponibilidade de empregos e mais dificuldades para encontrá-los. Esse cenário sugere uma retração na demanda por mão de obra, o que pode resultar em um aumento no desemprego.
As expectativas futuras dos consumidores em relação aos negócios, renda e mercado de trabalho também enfraqueceram — especialmente entre aqueles entre 35 a 54 anos de idade e com renda inferior a US$ 50 mil anuais. Planos de compra de bens de alto valor variaram, mas houve uma leve melhora nas intenções de adquirir imóveis e carros novos — possivelmente impulsionada pela queda das taxas de juros.
Brasil: O presidente do Banco Central Roberto Campos Neto fez ontem o primeiro discurso após a última decisão do Copom. Em relação à economia brasileira, ele ressaltou que o país está crescendo acima de seu potencial, embora haja incertezas sobre o impacto do mercado de trabalho apertado na inflação. No campo fiscal, há apreensão com a trajetória da dívida pública e a transparência das contas. A questão fiscal pode ser resolvida rapidamente, o que justificaria a decisão do BC de aguardar a evolução do cenário econômico enquanto opta pelo aperto gradual no início do ciclo de aumento de juros.
O Copom tem mantido uma postura coesa, preferindo aguardar mais indicadores econômicos antes de definir os próximos passos, enquanto enfrenta o desconforto com a desancoragem das expectativas e o prêmio de risco na curva de juros devido às incertezas fiscais. Aqui na Monte Bravo, mantemos nosso cenário de aperto dos juros com a taxa Selic subindo 50 pontos base (0,50 ponto percentual) nas reuniões de novembro e dezembro desse ano, seguido por uma alta de 25 p.b. na reunião de janeiro de 2025. Com isso, a taxa Selic atingirá 12,0% a.a.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.