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- Medidas de estímulo à economia na China impulsionam os mercados de risco;
- Nos EUA, hoje (27) é divulgado o PCE para agosto;
- Setor de bens de capital norte-americano segue com desempenho fraco;
- Por aqui, o Banco Central divulgou ontem o Relatório de Inflação de setembro.
Mercados
Depois do corte de 0,50 p.p. do Fed na semana passada, uma série de medidas de estímulo da China nesta semana reforçou o apetite por risco nos mercados globais, impulsionando ações, commodities e moedas sensíveis ao risco. Os estímulos na China incluíram a redução das reservas e uma série de cortes nas taxas de juros.
Hoje (27), os mercados estarão atentos à divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) de agosto, que será publicado às 9h30. Economistas esperam que o PCE tenha subido a uma taxa anualizada de 2,3%, um aumento de 0,1% em relação ao mês anterior. As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA estão praticamente estáveis nesta sexta-feira, com a taxa do título de 10 anos em 3,79% e a do título de 2 anos em 3,63%.
O Dólar, no entanto, permaneceu sob pressão. O índice do DXY, que mede a moeda americana em relação a uma cesta de seis moedas, está em 100,7.
Os preços do ouro e da prata recuaram levemente nesta sexta depois dos recordes históricos. O ouro à vista manteve-se estável em US$ 2.664 por onça. A prata à vista caiu 0,5%, para US$ 31,87 por onça, após atingir um pico de quase 12 anos de US$ 32,71 na sessão anterior.
Os preços do petróleo caíram pelo terceiro dia consecutivo. Os contratos futuros do Brent recuaram 57 centavos, ou 0,8%, para US$ 71,03 por barril. Na semana, o Brent está a caminho de um prejuízo de cerca de 4,6%, enquanto o WTI deve recuar 6,6%.
Nesta sexta, o índice CSI 300 subiu 4,47% para fechar em 3.705 — nível mais alto em cerca de um ano. O HSI avançou 3,32% e fechou em 20.587, nível mais alto desde 2023. Os mercados chineses registraram sua melhor semana em quase 16 anos, com o CSI 300 do continente acumulando alta de 15,7% na semana, impulsionado por várias medidas de estímulo econômico do banco central. O índice Hang Seng de Hong Kong registrou um ganho semanal de 12,75%.
Os mercados europeus estão em alta hoje, enquanto os futuros de ações dos EUA operam perto da estabilidade.
Ontem, por aqui, o Ibovespa subiu 1,08%, aos 133.010 pontos. O índice puxado pela Vale (+6,01%) e metálicas, enquanto petroleiras recuaram com a forte queda do petróleo: Petrobras ON (-2,10%) e PN (-2,16%). As taxas de juros futuros subiram com o risco fiscal no radar, apesar da queda de 0,57% do Dólar, cotado a R$ 5,4447 — impulsionado pelas medidas da China.
Economia
EUA: Bens de capital registraram desempenho fraco. Os pedidos no núcleo da indústria de bens de capital — indicador de investimentos em equipamentos excluindo aeronaves e itens militares — aumentaram 0,2% no último mês, após uma queda equivalente em julho. A média móvel trimestral do indicador ficou praticamente estável em agosto, com variação de -0,1% ao ano. A incerteza em torno das eleições presidenciais de novembro e a inconstância da demanda futura têm deixado empresários cautelosos quanto a planos de expansão. No entanto, o cenário de afrouxamento monetário, que reduz o custo do capital, pode estimular a demanda e incentivar empresas a retomar seus investimentos.
China: As cidades chinesas de Xangai e Shenzhen, as duas maiores, planejam remover as principais restrições ainda vigentes sobre a compra de imóveis com o objetivo de atrair mais compradores. De acordo com as novas diretrizes, os compradores em potencial não serão mais submetidos a verificações de elegibilidade e cidadãos de outras regiões do país poderão adquirir imóveis nessas cidades — que antes estavam sob rígidos controles para conter a especulação excessiva no mercado imobiliário.
Brasil: De acordo com o Relatório de Inflação de setembro, a revisão para cima das projeções de inflação foi impulsionada por uma atividade econômica mais forte que o previsto — o que elevou o hiato do produto estimado —, além da depreciação cambial e do aumento das expectativas de inflação. A previsão para a variação do IPCA no segundo trimestre de 2026 é de 3,5%, mesma taxa esperada para o primeiro trimestre. A partir do 3° trimestre, as projeções indicam queda gradual da inflação, embora permaneçam acima da meta.
Brasil: Na entrevista após a divulgação do Relatório de Inflação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que todos os membros concordaram com um aumento de 0,25 p.p. na Selic, que elevou a taxa de 10,50% para 10,75% ao ano, sem propostas de aumento maior. Ele justificou o início do ciclo de aperto monetário citando o mercado de trabalho apertado, a revisão do crescimento econômico, a assimetria no balanço de riscos, a elevação das projeções de IPCA e o aumento das expectativas de inflação. O BC está acompanhando de perto variáveis como o hiato do produto, balanço de riscos, expectativas e componentes da inflação mais sensíveis ao ciclo monetário. Embora o IPCA-15 de setembro tenha ficado abaixo das expectativas, isso não altera a trajetória atual de decisões. O BC estima que o crescimento potencial está entre 2% e 2,5%, mas alerta que a economia aquecida pode levar a um repasse cambial para a inflação.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.