Mesmo com DeepSeek e tarifas no radar, mercados reencontram o equilíbrio ao longo da semana - Monte Bravo

Mesmo com DeepSeek e tarifas no radar, mercados reencontram o equilíbrio ao longo da semana

31/01/2025 às 09:06

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Sexta

Jan

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Mercados

Os investidores continuam monitorando o impacto da empresa chinesa de inteligência artificial DeepSeek — que abalou os mercados na segunda-feira (27) com a possibilidade de modelos de IA muito mais baratos — e as ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. No entanto, o mercado parece ter processado essas ameaças e reencontrado um equilíbrio que reflete um cenário positivo para a economia americana.

Trump confirmou que aplicará tarifas de 25% sobre as importações de México e Canadá a partir de fevereiro, mas afirmou que sua administração ainda não determinou se as importações de petróleo serão incluídas. O foco de hoje (31) estará nos dados de dezembro para o índice de preços dos gastos com consumo pessoal (PCE), o indicador de inflação preferido do Fed.

Os futuros de Fed Funds ainda implicam cerca de 48 pontos base de flexibilização este ano, praticamente inalterados ante o início da semana. As taxas de juros dos títulos do Tesouro dos EUA subiram ligeiramente na sexta-feira: a taxa de juros do Tesouro de 10 anos está em 4,53% e o título de 2 anos está em 4,22%.

O índice do dólar teve pouca variação, permanecendo em 107,97 pontos após uma leve alta durante a noite. Os preços do ouro atingiram um recorde histórico nesta sexta-feira devido às crescentes preocupações tarifárias dos EUA. O ouro à vista subiu 0,10%, para US$ 2.797,48 por onça.

Os preços do petróleo subiram nesta sexta. Os futuros do petróleo Brent ganharam 38 centavos, chegando a US$ 77,25 por barril. Os mercados acionários europeus abriram em alta hoje, enquanto os investidores digeriam o quinto corte nas taxa de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) desde junho de 2024.

Nos EUA, os futuros de ações subiram ligeiramente, com os investidores focados na Apple, cujas ações subiram quase 3% no pregão estendido após a empresa superar as expectativas em ambas as linhas para seu primeiro trimestre fiscal. Embora a Apple tenha relatado vendas decepcionantes relacionadas ao iPhone, a receita de serviços pareceu tomar o destaque.

Ontem (30), por aqui o Ibovespa subiu 2,82%, aos 126.913 pontos. O índice foi impulsionado pela Vale e pelo avanço de ações cíclicas diante do forte alívio dos juros futuros, que reagiram positivamente ao resultado fiscal melhor, aos dados mais fracos do emprego e às falas do presidente Lula — que adotou um tom menos confrontacional, mas seguiu negando um ajuste fiscal adicional.

Economia

EUA: O PIB real dos EUA cresceu 2,3% no quarto trimestre de 2024, abaixo do consenso de mercado (2,6%) e do registrado no trimestre anterior (3,1%). O consumo das famílias foi o principal motor da expansão, avançando 4,2%, impulsionado pelo aumento nos serviços, especialmente em saúde, e na compra de bens, com destaque para veículos recreativos e automóveis. O investimento residencial cresceu 5,3%, sugerindo uma possível estabilização, enquanto o investimento empresarial teve desempenho fraco. A demanda subjacente, medida pelas vendas finais aos consumidores domésticos, cresceu 3,2%, superando o PIB e evidenciando a resiliência da economia americana.

Zona do euro: O BCE reduziu a taxa de depósito em 25 pontos base, para 2,75% ao ano, marcando o quinto corte desde junho, em uma tentativa de estimular a economia e atingir a meta de inflação de 2%. Apesar do afrouxamento, a política monetária ainda é considerada “restritiva”, o que indica possibilidade de novos cortes. A presidente Christine Lagarde enfatizou a incerteza econômica e evitou compromissos com uma trajetória fixa para as taxas. As curvas de juros futuras preveem mais flexibilizações, com expectativa de um corte adicional de 70 p.b. em 2025 — incluindo uma provável redução de 25 p.b. em março.

Brasil: Em dezembro, o governo central registrou superávit primário de R$ 24,0 bilhões, acima das projeções de mercado e da estimativa do Tesouro Nacional. Em 2024, a receita líquida cresceu 8,9%, impulsionada por medidas fiscais como a tributação sobre combustíveis e fundos exclusivos, além da alta inflação e do desempenho econômico. As despesas tiveram leve queda de 0,7%, refletindo a base elevada de 2023, quando foram pagos precatórios extraordinários e houve repasses a estados e municípios. A relação entre receita líquida e PIB subiu de 17,4% em 2023 para 18,3% em 2024, patamar que deve se manter em 2025. As despesas, por sua vez, caíram de 19,5% para 18,7% do PIB, mas devem subir para 18,9% no próximo ano devido à retomada dos pagamentos de precatórios extras, estimados em R$ 44 bilhões.

Brasil: Em dezembro, a economia registrou destruição líquida de 535,5 mil postos de trabalho formal, o pior resultado para o mês desde o início da série. No acumulado de 2024, foram criados 1,7 milhão de empregos formais, superando os 1,4 milhão de 2023. Com ajuste sazonal, a geração de vagas caiu de 91,3 mil em novembro para 26,0 mil em dezembro, renovando o pior desempenho desde a pandemia. Os dados confirmam a desaceleração do mercado de trabalho, com queda expressiva na criação de vagas nos setores de comércio e serviços.

Preços de ativos selecionados¹

(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.

(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.                 

Fonte: Bloomberg.

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