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- Irã promete retaliação aos ataques do final de semana e tensões no Oriente Médio continuam em alta;
- Dólar se mantém em máxima de três meses, apoiado por dados da economia e apostas em vitória de Trump;
- Temporada de resultados americana chega à sua semana mais movimentada;
- No Brasil, índice de confiança na indústria recua pelo segundo mês consecutivo;
- O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o prêmio de risco na curva de juros não condiz com a situação fiscal do país.
Mercados
No front geopolítico, jatos israelenses completaram três ondas de ataques contra alvos próximos a Teerã no sábado (26). Os ataques foram direcionados a alvos militares, aliviando temores de que Israel pudesse atacar instalações nucleares ou a infraestrutura de petróleo do Irã.
No entanto, as tensões permanecem altas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, afirmou que o Irã usará “todas as ferramentas disponíveis” para responder ao ataque do fim de semana.
As taxas dos Treasuries dos EUA estão mais altas nesta terça-feira (29), com a taxa do Treasury de 10 anos em 4,30% a.a. e a de 2 anos em 4,15% a.a.
O dólar mantém-se próximo das máximas de três meses. Dados recentes destacaram a resiliência da economia dos EUA, o que — junto às crescentes apostas de mercado em uma vitória de Donald Trump nas eleições americanas — tem sustentado o dólar e elevado as taxas dos Treasuries.
Os preços do petróleo subiram nesta terça após uma queda acentuada na sessão anterior. Um plano dos EUA para comprar petróleo para a Reserva Estratégica de Petróleo ofereceu suporte enquanto investidores continuavam focados nos desdobramentos no Oriente Médio. Os futuros do Brent subiram 44 centavos, ou 0,6%, a US$ 71,86 por barril.
Os mercados asiáticos subiram em sua maioria hoje, acompanhando os ganhos em Wall Street. Os mercados europeus estavam levemente em alta, enquanto os operadores na região digeriam a mais recente série de relatórios de resultados.
Os futuros de ações dos EUA estão estáveis, enquanto os mercados estão de olho nos relatórios de ganhos das principais empresas que serão divulgados nesta terça. Esta é a semana mais movimentada desta temporada de balanços.
Pfizer e McDonald’s publicarão resultados antes da abertura do mercado, seguidos por Alphabet, Snap, Reddit, Chipotle e Advanced Micro Devices após o fechamento. As gigantes da tecnologia Meta e Microsoft divulgam seus resultados amanhã (30), enquanto a Apple está programada para quinta-feira (31).
Ontem (28), no Brasil o Ibovespa subiu 1,02%, aos 131.213 pontos. O desempenho foi apoiado por Vale, que ganhou 1,86% (R$ 62,88) — em linha com o minério de ferro. O dólar à vista fechou em alta de 0,06%, a R$ 5,7088.
Economia
Brasil: A confiança na indústria recuou ligeiramente em outubro, atingindo 99,9 pontos. O índice caiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, reforçando o alerta do mês anterior sobre o fim do ano. Apesar dos recentes bons resultados na demanda, o setor começa a mostrar sinais de um novo acúmulo de estoques. A percepção dos empresários sobre a situação atual permanece positiva na maioria dos segmentos, mas o sentimento em relação ao futuro é mais cauteloso. No cenário macroeconômico, a taxa de juros permanece elevada para conter pressões de custos, enquanto os indicadores de emprego e renda seguem em patamares favoráveis. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria (NUCI) caiu 0,8 ponto percentual em outubro, para 82,6%.
Brasil: O Índice de Confiança da Construção, calculado pela FGV com ajuste sazonal, teve uma leve variação positiva de 0,1% em relação ao mês anterior, alcançando 97,2 pontos em outubro. Este é o quarto mês consecutivo em que o índice permanece na faixa dos 97 pontos, com variações pouco expressivas, mas ainda próximo de seu melhor desempenho dos últimos dois anos. A média móvel trimestral se manteve estável (0,0%), após uma variação positiva de 0,2% — o que indica um cenário de estagnação.
Brasil: O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o prêmio de risco na curva de juros no Brasil não condiz com a situação fiscal do país, que é similar à de outros emergentes. Segundo ele, a piora no prêmio de risco está ligada a preocupações fiscais, influenciadas por fatores como mudanças na meta de resultado primário e perda de transparência e qualidade dos dados.
Para que os juros possam cair, Campos Neto defende que o governo precisa apresentar um plano fiscal sólido, capaz de melhorar a percepção do mercado sobre o cenário econômico.
Campos Neto também mencionou que o crédito subsidiado impacta a política monetária, embora ainda não tenha causado uma mudança significativa na taxa de juro neutro. Sobre a inflação, ele ressaltou uma estagnação recente e a piora da inflação subjacente no último IPCA-15, alertando para a necessidade de acompanhar as expectativas inflacionárias.
Ele destacou que as expectativas, fundamentais para o regime de metas de inflação, têm sido afetadas pelo contexto fiscal. RCN apontou fatores como crescimento econômico acima do esperado, queda acentuada do desemprego e alta nas projeções de inflação do Banco Central — o que levou o BC a revisar o hiato do produto para o campo positivo e ajustar o balanço de riscos.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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