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- Mercados de Wall Street estão fechados hoje, reduzindo a liquidez a nível global;
- PCE de outubro em linha com o esperado derrubou taxas de juros americanas;
- No Brasil, pacote fiscal apresentado decepcionou o mercado;
- Percepção de risco disparou e levou dólar para nova máxima histórica;
- Em breve, iremos circular um Monte Bravo Analisa comentando as consequências do pacote fiscal para o cenário econômico e para estratégias de investimento.
Mercados
Os mercados norte-americanos estão fechados hoje devido ao feriado de Ação de Graças, o que reduz a liquidez de todos os demais mercados.
Ontem (27), o índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) de outubro — a medida que o Fed usa como indicador de inflação — subiu em linha com o consenso (veja abaixo). Como consequência, as taxas dos títulos do Tesouro caíram na quarta-feira, com os juros do Treasury de 10 anos recuando para 4,26% e o de 2 anos para 4,23%.
Os mercados agora precificam uma chance de quase 67% de que o Fed reduzirá as taxas de juros em 25 pontos base em dezembro, em um ciclo que levaria os Fed Funds para menos de 4% em 2026.
O dólar recuou na quarta antes do fim de semana de Ação de Graças, que coincide com o fechamento do mês. O índice do dólar está estável em 106,3. Os preços do ouro à vista caíram 0,3%, para US$ 2.628 por onça. No mercado de criptomoedas, o Bitcoin está em US$ 94.973.
Os preços do petróleo recuaram nas negociações iniciais, com os contratos futuros do Brent caindo 0,1%, para US$ 72,79 por barril.
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira (28). Enquanto isso, os mercados europeus também operavam em alta, recuperando-se após um dia apático na sessão anterior.
Nos EUA, as ações caíram ontem à medida que os investidores reduziram o risco após ganhos expressivos. O S&P 500 perdeu 0,38%, encerrando uma sequência de sete dias de alta, enquanto o Nasdaq Composite recuou 0,60%.
Por aqui, a apresentação do pacote fiscal, após mais de seis semanas de espera, foi um fracasso. O presidente Lula ignorou as advertências da equipe econômica, seguiu a ala política e optou por apresentar — junto com o pacote de ajuste — uma mudança no Imposto de Renda que isenta a classe média com renda até R$ 5.000,00.
A decepção exacerbou as incertezas sobre a vontade e a capacidade do governo de buscar o equilíbrio orçamentário — a única forma de reduzir a percepção de risco num país que tem uma dívida em crescimento explosivo.
Em função disso, a percepção de risco disparou e levou o dólar a um novo recorde histórico: alta de 1,81%, cotado a R$ 5,9135. Os juros futuros dispararam em alta de 30 a 40 p.b. ao longo de toda curva, ao passo que o Ibovespa caiu 1,73%, aos 127.6691 pontos.
Vamos avaliar os detalhes das medidas e, na sequência, vamos circular um Monte Bravo Analisa comentando as consequências para o cenário econômico e para a estratégia de investimentos.
Economia
EUA: O núcleo do PCE subiu 0,27% em outubro, com revisões ligeiramente positivas nos dados de setembro e agosto. Em termos anuais, o núcleo do PCE avançou para 2,8%, alinhada às expectativas.
O indicador de inflação de serviços, excluindo habitação e energia, registrou alta mensal de 0,36% — puxada principalmente pelos serviços financeiros, explicado pelos fortes ganhos em ações, e carros usados, devido aos impactos dos furacões. As taxas anualizadas de três e seis meses também aceleraram, atingindo 3,5% e 2,9%, respectivamente. Por outro lado, os preços de bens seguiram em queda, aliviando parte da pressão gerada pelos serviços.
EUA: Os gastos pessoais cresceram 0,4% em outubro, após revisão para cima do resultado de setembro, que registrou alta de 0,6% na margem. Houve retração nos gastos com bens não duráveis e desaceleração nos bens duráveis, refletindo menor consumo de itens sensíveis a juros e serviços recreativos. Os gastos com serviços, que lideram o consumo doméstico, subiram 0,2% — impulsionados por despesas com saúde —, enquanto os gastos com bens tiveram leve alta. Em termos reais, o consumo avançou apenas 0,1%, abaixo do ganho revisado de 0,5% no mês anterior, com a média móvel trimestral crescendo 3,0% ao ano, ainda acima do padrão pré-pandemia.
Apesar de um mercado de trabalho sólido, o custo de vida elevado tem pressionado os orçamentos familiares, levando muitos consumidores a recorrer a crédito para sustentar o consumo. Contudo, sinais de fragilidade financeira estão se acentuando, especialmente entre jovens e famílias de menor renda, que apresentam taxas crescentes de inadimplência.
Brasil: A economia registrou abertura de 132,7 mil empregos em outubro, abaixo dos 159,5 mil de outubro de 2023. No acumulado de 2024, já foram gerados 2,12 milhões de vagas, superando os 1,78 milhões do mesmo período de 2023. Entretanto, o saldo dos últimos 12 meses desacelerou de 1,84 para 1,79 milhão de postos — interrompendo quatro meses consecutivos de alta.
Com ajuste sazonal e sem considerar declarações atrasadas, a criação de vagas desacelerou de 139,4 mil em setembro para 73,6 mil em outubro — o pior resultado desde junho de 2020. Apesar da desaceleração, a indústria de transformação e o aumento nas admissões foram pontos positivos.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.
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