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- Iene se mantém próximo a mínimas de 3 meses às vésperas de eleições gerais no Japão;
- Petróleo caminha para alta de 1% na semana;
- Por aqui, o IPCA-15 subiu 0,54% e apresentou uma dinâmica menos favorável em outubro;
- Também no Brasil, mercado cria expectativa favorável sobre quadros fiscal e monetário após falas de Haddad e RCN.
Mercados
As taxas do Tesouro americano de 10 anos recuaram levemente nesta sexta-feira (25), após atingir uma alta de três meses durante a semana. A taxa do Tesouro de 10 anos está em 4,19% após ultrapassar 4,25% na quarta-feira (23), enquanto o título de 2 anos estava ligeiramente mais baixo, em 4,06%.
O iene se manteve próximo ao nível mais baixo dos últimos 3 meses hoje e estava prestes a registrar a 4° queda semanal consecutiva — antes de uma eleição no Japão neste fim de semana que provavelmente complicará os planos de normalização da política monetária pelo Banco do Japão (BOJ). Os eleitores japoneses irão às urnas no domingo para uma eleição geral e pesquisas indicam que o Partido Liberal Democrático, que governa há muito tempo, pode perder sua tradicional hegemonia.
O dólar recuou em relação às altas recentes, acompanhando a queda das taxas dos Treasuries, embora esteja a caminho de mais uma alta semanal. O índice do dólar subiu para 104,09 pontos. A moeda americana apontava para um ganho de 0,6% nesta semana.
Os preços do petróleo estão subindo hoje pela manhã e estão a caminho de um ganho semanal acima de 1%. As tensões na principal região produtora de petróleo do mundo, o Oriente Médio, e a retomada das negociações para um cessar-fogo em Gaza nos próximos dias mantém os operadores cautelosos. Autoridades dos EUA e de Israel devem retomar negociações para um cessar-fogo e a liberação de reféns em Gaza nos próximos dias. Tentativas anteriores de chegar a um acordo fracassaram. Os futuros do Brent subiram 45 centavos, ou 0,6%, para US$ 74,83 por barril.
Os mercados de ações estavam majoritariamente em alta no comércio da Ásia-Pacífico nesta sexta. Os mercados de ações europeus estavam mistos nesta sexta-feira, encerrando uma semana amplamente negativa para os mercados globais, com a temporada de resultados do terceiro trimestre ganhando força. Os futuros das ações dos EUA estavam em alta após o S&P 500 interromper uma sequência negativa de três dias.
Ontem, por aqui o Ibovespa subiu 0,65%, aos 130.067 pontos, enquanto o dólar apreciou para R$ 5,66 após declarações do ministro da Fazenda que medidas fiscais de contenção de gastos deverão ser anunciadas nas próximas semanas.
Os juros futuros também recuaram com essa sinalização de novas medidas fiscais. Além disso, a declaração de Campos Neto de que a autoridade monetária não trabalha só com a precificação da curva de juros para decidir os próximos passos da política monetária trouxe alívio aos ativos domésticos.
Economia
EUA: As vendas de residências novas continuaram a crescer em setembro, com um aumento de 4,1% para um ritmo anualizado de 738 mil unidades, acima das 709 mil revisadas para agosto. O estoque total de casas novas à venda subiu levemente, de 468 mil em agosto para 470 mil em setembro, e atingiu o maior volume desde 2008. Em termos de meses de venda, o volume atual de imóveis novos à disposição representa 7,6 meses, acima da média histórica de 5,8 meses.
A aceleração nas vendas em setembro foi impulsionada, em parte, pelo declínio das taxas de hipoteca durante o mês. O mercado também se beneficiou da baixa oferta de residências usadas, que permanece abaixo da média histórica e limita a oferta no mercado.
Brasil: IPCA-15 registrou alta de 0,54% em outubro, em linha com a nossa projeção e acima do consenso de mercado. A inflação foi pressionada pelo aumento nos preços de alimentos e bens industriais, com uma dinâmica menos favorável nos núcleos e nos serviços, que vinham mostrando alívio nos últimos meses. A depreciação cambial e fatores climáticos elevaram a inflação dos alimentos, enquanto móveis e eletrodomésticos, que estavam em deflação, mostraram reajustes antes da Black Friday. A tarifa de energia também impactou o grupo habitação, enquanto as passagens aéreas caíram mais do que o esperado (-11,4%).
Os núcleos de inflação reverteram a trajetória benigna, registrando alta mensal de 0,43% e acumulando 3,8% em 12 meses — um sinal de alerta que reforça a necessidade da continuidade do aperto monetário nas próximas reuniões do Copom. A inflação dos bens industriais e serviços acelerou, com os serviços mostrando alta de 0,59% em outubro, impulsionada pelo seguro de automóvel e entretenimento. A recente depreciação cambial e o crescimento econômico acima do potencial intensificam as pressões. Mantemos nossa projeção para o IPCA de outubro em 0,53% e para 2024, em 4,7%.
Com relação à política monetária, no momento atual a taxa de câmbio se mantém no patamar de R$ 5,70 por dólar sem sinais de valorização do real e as medidas fiscais seguem incertas. Com isso, a chance de um aperto que se estenda além da taxa Selic atingido 12,0% a.a. está subindo.
Vamos aguardar até a primeira semana de novembro para uma reavaliação do cenário. Até lá, teremos maior clareza sobre uma série de eventos relevantes, com destaque para a eleição americana em 5 de novembro e as reuniões do Copom e do Fed no dia seguinte.Mais importante do que tudo isso será o anúncio das medidas fiscais que o governo está preparando.
Preços de ativos selecionados¹
(1) Cotações tomadas às 8h BRT trazem o fechamento do dia dos ativos asiáticos, o mercado ainda aberto para ativos europeus e futuros e o fechamento do dia anterior para os ativos das Américas.
(2) Ativos de renda fixa apresentam a variação em pontos-base (p.b.), esta é a forma como o mercado expressa variações percentuais em taxas de juros e spreads. O ponto-base é igual a 0,01% ou 0,0001 em termos decimais. Os demais ativos mostram a variação em percentual.
Fonte: Bloomberg.